Por que preço baixo não é sinônimo de bom negócio na bolsa
Você considera um bom negócio comprar uma camisa de grife com um desconto de 20% para o preço que está na etiqueta? E se a camisa estiver furada?
H: Fala Ruyzão, beleza?
R: Opa, tudo tranquilo.
H: Você trabalha na Empiricus, não é?
R: Sim, trabalho lá, por quê?
H: Fazia muito tempo que eu estava com uma grana parada na minha conta, criando coragem para investir...
R: Aham...
Leia Também
H: Aí a bolsa desabou e eu finalmente decidi usar tudo para comprar ações... Mas toda vez que eu abro o YouTube, o Felipe Miranda aparece dizendo que a bolsa não está nem um pouco barata.
R: Sim, é verdade
H: Eu não consigo entender. A bolsa não está caindo mais de 20% no ano?
Indissociáveis
Você já deve ter visto que uma ação nada mais é do que uma fração do capital social de uma companhia.
À primeira vista parece meio complicado, mas isso significa apenas que uma ação é uma parcela de uma empresa. Como tal, sua cotação deveria acompanhar a evolução dos fundamentos da própria companhia no longo prazo.
O problema é que muita gente continua tratando as ações como se fossem entidades totalmente dissociadas dos fundamentos das companhias.
O sujeito compra a ação porque "acha que ela vai subir" ou porque sonhou com o ticker na noite anterior, não porque acredita que a companhia vai dobrar as vendas no ano seguinte.
Quando investidores esquecem a relação entre o preço da ação e a qualidade da companhia, eles se colocam em enormes enrascadas.
20% de desconto numa camisa (furada)
Quando meu amigo me perguntou se a queda no preço das ações não significava um desconto imperdível de 20%, eu o questionei de volta:
"Você considera um bom negócio comprar uma camisa de grife com um desconto de 20% para o preço que está na etiqueta?"
A resposta: "É claro que sim".
"Está certo! Agora, você continuaria achando esse um descontão se a camisa em questão estivesse furada?"
Pague um pouco menos, leve muito menos
Olhar apenas para os preços é um erro de julgamento comum que leva muita gente a fazer péssimos negócios – isso serve para a bolsa e para a vida.
O que importa é a relação entre o custo e o benefício de um bem. Como vimos no exemplo da camisa, preços em queda não necessariamente significam bons descontos.
Se a qualidade do produto caiu mais do que o preço, corre-se o risco de fazer um péssimo negócio mesmo pagando menos.
O engraçado é que isso é intuitivo para assuntos mais "palpáveis". Entendemos muito bem esse conceito de custo-benefício falando sobre camisa, apartamentos, carros... mas quando o assunto é ações, as coisas sempre parecem mais confusas.
Assim como eu falei no início do texto, o problema surge porque, inconscientemente, teimamos em separar o preço das ações dos fundamentos das empresas.
O índice do custo-benefício
Uma das maneiras de se avaliar a relação custo-benefício das ações é através do índice "preço/lucro".
A conta é simples: divide-se o preço atual da ação pelo lucro anual da companhia. Quanto menor é essa a razão, mais barato está se pagando pelos resultados dela.
Vamos supor que a ação da Camisaria S. A. negociava a R$ 10 no fim de 2019, e o lucro por ação naquele ano foi de R$ 2. Nesse caso tínhamos:

Nesse ritmo, você precisaria de 5 anos para recuperar o dinheiro investido na companhia.
Mas no meio do caminho apareceu uma pandemia que fechou todas as suas lojas, fez o preço da ação cair 20% (para R$ 8), e as perspectivas de lucro para o ano de 2020 desabarem para R$ 1 (metade do que era antes).
Com as novas premissas, o índice seria:

No exemplo da Camisaria S. A., mesmo valendo 20% menos na bolsa, as ações estão efetivamente mais caras, porque o custo benefício está muito pior. Você precisaria de 8 anos para recuperar o dinheiro investido nela.
O mais importante é atravessar a tempestade
É verdade que a bolsa caiu 20%, mas o cenário piorou ainda mais. O risco-retorno de maneira geral nos parece menos favorável agora.
Ainda não sabemos por quanto tempo o comércio ficará fechado nas principais capitais, qual será a velocidade de retomada da atividade econômica, e quais serão os níveis de desemprego, confiança de consumidores e de empresários quando tudo isso terminar.
E, para piorar, todos esses fatores desconhecidos acontecem em um momento em que vivemos uma situação fiscal e política bastante delicada.
Dada todas essas dificuldades e incertezas, o cenário atual pede muita cautela e muita agilidade nos ajustes de carteira.
Foi pensando nisso que o Felipe Miranda decidiu fazer este pronunciamento, no qual ele põe na mesa todos os riscos e, mais importante, como se proteger deles.
Além disso, ele também mostra como aproveitar algumas oportunidades pontuais que podem surgir em meio à turbulência. Tudo isso com um acompanhamento diário, muito útil para guiar você neste momento de incerteza. Se quiser conferir, basta acessar aqui.
E da próxima vez que alguém te oferecer um produto pela metade do preço, lembre-se de que a queda no preço não necessariamente significa um belo desconto.
Um grande abraço e até a próxima!
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas