Mais uma má notícia para os acionistas do IRB Brasil. Os analistas do Morgan Stanley, um dos poucos que ainda indicavam a compra das ações da empresa de resseguros, decidiram colocar tanto a recomendação como o preço-alvo dos papéis em revisão.
O banco norte-americano mudou as perspectivas para o IRB dias depois que outro relatório publicado pelos analistas colocou em polvorosa os fóruns de investidores na internet.
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Isso porque o documento indicava não apenas a compra como projetava um preço-alvo para as ações (IRBR3) de R$ 34, o que representaria um potencial de valorização de mais de 400%. No pregão desta segunda-feira, os papéis encerraram o dia cotados a R$ 6,65, em alta de 1,53%.
Eu escrevi uma matéria alertando que, embora o relatório fosse recente, tanto a recomendação como o preço-alvo não eram novos, por isso era preciso tomar cuidado ao analisar os números. E foi exatamente isso que os analistas do Morgan Stanley deixaram claro agora.
As ações do IRB acumulam queda de mais de 80% neste ano depois de escândalos envolvendo fraudes contábeis e informações falsas divulgadas pela antiga diretoria.
“Nossas expectativas anteriores baseavam-se na premissa de que as projeções [guidance] da empresa para 2020 seriam mantidas conforme expresso pela nova administração na teleconferência realizada em 5 de março”, escreveram os analistas, no relatório.
Além disso, o banco afirma que as estimativas para as ações do IRB assumiam que os balanços publicadas refletiam verdadeiramente a perspectiva de lucros da companhia.
Com a revisão, o Morgan Stanley reduziu a projeção de lucro por ação da resseguradora neste ano de R$ 2,02 para um prejuízo de R$ 0,87. Para o ano que vem, a estimativa de lucro foi cortada de R$ 2,42 para R$ 0,22 por ação. Os analistas ponderam que as novas estimativas podem sofrer "ajustes significativos" no futuro.
“A visibilidade dos resultados é muito limitada, dadas as várias partes móveis, o estágio inicial de estabilização das operações, as pendências legais e regulatórias e a falta de guidance pela administração”, informou o banco. Resta saber apenas porque os analistas demoraram tanto para revisar as projeções para o IRB.