Moat Capital vê ações de estatais “a preço de Dilma” e segue com Oi e Via Varejo nos fundos
A bolsa não está barata diante da grande incerteza que permanece no radar, mas em termos relativos hoje oferece bastante oportunidade, diz Luiz Aranha, sócio da gestora que possui R$ 4,5 bilhões em patrimônio
Quem já passou pela experiência de fazer uma videochamada nessa quarentena, seja via Zoom, WhatsApp ou outro aplicativo, certamente enfrentou problemas na conexão em algum momento.
Na entrevista que fiz na semana passada com Luiz Paulo Aranha, sócio e gestor de fundos da Moat Capital, por várias vezes o som saiu “picotado” com a instabilidade na rede.
“Se a gente não consegue ter uma conexão estável em São Paulo, que em tese tem a melhor infraestrutura do país, imagine em outras regiões”, ele disse.
O comentário sobre os problemas técnicos durante a nossa conversa não foi fortuito. Aranha citou a carência das redes de fibra ótica no país ao falar sobre a encrencada operadora de telefonia Oi.
A gestora, que possui um total de R$ 4,5 bilhões em patrimônio, decidiu manter a pequena posição que já detinha na companhia, que está em recuperação judicial desde 2016, mesmo no olho do furacão do choque do coronavírus.
Para Aranha, a Oi tem o desafio de conseguir recursos para financiar os investimentos na expansão da sua rede, boa parte deles em dolarizado, assim como sua dívida. “A parte boa é que a demanda por banda larga vai explodir.”
Leia Também
De volta à Via Varejo
O gestor reconhece que o investimento em Oi não é uma aposta trivial. A Moat, aliás, ficou conhecida por investir em nomes fora do consenso do mercado.
Quando conheci Aranha, em um evento no começo do ano passado, ele falava sobre o investimento nas ações da Via Varejo, que estava na carteira do fundo antes da disparada a partir da venda da participação do Grupo Pão de Açúcar para o grupo liderado pelo empresário Michael Klein.
A gestora surfou toda a onda de valorização das ações em 2019 e já havia vendido boa parte delas quando veio a crise do coronavírus. Em meio ao tombo avassalador dos papéis, decidiu voltar à varejista. “O mercado achou que a Via Varejo ia quebrar por ter um balanço mais fraco.”
Na mínima atingida no dia 3 de abril, as ações da Via Varejo chegaram a R$ 4,10. De lá para cá, com a divulgação do bom desempenho das vendas no e-commerce e do balanço do primeiro trimestre, os papéis triplicaram de valor.
O retorno só não foi maior para a Moat porque a gestora começou a comprar quando as cotações estavam em R$ 8. “Perdemos bastante antes de começar a ganhar”, disse Aranha.
Estatais “a preço de Dilma”
A Via Varejo voltou a ser uma das principais posições da Moat, mas não a maior. Esse posto hoje pertence à Petrobras, outra empresa que apanhou bastante na crise diante do colapso nos preços do petróleo em meio à crise.
O investimento na Petrobras também foge da posição de outras gestoras, que têm evitado exposição a estatais com o forte ruído no plano político. Mas a Moat discorda dessa visão.
“A gente ainda vê o governo comprometido com a pauta econômica, e o mercado tirou completamente isso do preço.” – Luiz Paulo Aranha, Moat Capital
Para o gestor, empresas como a Eletrobras e a própria Petrobras seguem bem administradas, mas hoje estão cotadas nos mesmos níveis da era petista. “Você compra uma empresa melhor gerida por um ‘preço de Dilma’.”
Bolsa não está barata
Mesmo depois da forte queda, Aranha diz que a bolsa não está barata diante da grande incerteza que permanece no radar. Mas avalia que em termos relativos hoje existe bastante oportunidade no mercado. “Existe muito risco, mas alguns setores incorporam isso e outros não”, disse.
Para ele, esse é o caso das ações dos grandes bancos. A Moat tem Banco do Brasil e Itaú Unibanco na carteira, com a visão de que o investidores vislumbram um cenário pessimista demais para as instituições.
Ao mesmo tempo, o preço das ações do setor de varejo, em particular aquelas com maior participação do e-commerce, incorpora uma recuperação mais rápida.
“Não faz sentido um cenário em que os bancos terão inadimplência nas máximas históricas e o varejo continuar saudável.” Em outras palavras, ou os papéis dos bancos estão baratos e vão subir ou os das varejistas terão de se ajustar e cair.
A Moat também aproveitou a queda considerada exagerada para comprar ações do setor de construção civil, como Cyrela, MRV, Even e Mitre. No auge do pânico dos mercados, algumas dessas empresas chegaram a valer menos que os recursos que mantinham em caixa, segundo o gestor.

Teste na crise
Com apostas pouco convencionais, bons retornos e uma ampla distribuição de seus fundos, inclusive nas plataformas de grandes bancos, a Moat caiu no gosto dos investidores.
Mas eles passaram por um duro teste na crise, quando o principal fundo da gestora chegou a acumular uma perda de 52% na mínima. “A gente achava que a base não ia aguentar mas não sofremos resgate, ao contrário, temos captação líquida positiva no acumulado desde 15 de março.”
Quem teve sangue frio e não sacou os recursos viu o fundo recuperar parte da queda – agora de 21,12% no ano, contra uma baixa de 23,95% do Ibovespa. Desde o início, em 2014, a Moat entregou um retorno de 206% aos investidores, contra 55% do principal índice da bolsa.
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
