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Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Setembro vermelho

Dólar, poupança e FII foram os únicos com desempenho positivo em setembro; confira o ranking completo

Até o conservador Tesouro Selic viu perdas no mês

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
30 de setembro de 2020
18:49
Mercados em queda Ibovespa dólar
Imagem: Shutterstock

O mês de setembro foi um mar vermelho para praticamente todos os ativos que nós acompanhamos aqui no Seu Dinheiro. E quando eu digo todos, não estou falando apenas dos ativos de risco, dos quais já esperamos volatilidade.

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Até o ouro, que é visto como um ativo de proteção contra crises, e o Tesouro Selic (LFT), o investimento mais conservador da economia brasileira, apanharam neste mês.

Só três ativos tiveram desempenho positivo: o dólar, campeão do ranking, a caderneta de poupança e os fundos imobiliários. Na lanterna, aparecem os títulos públicos de longo prazo atrelados à inflação, com perdas de dois dígitos.

Melhores investimentos de setembro

Setembro foi marcado pela queda dos preços das ações de empresas de tecnologia nos Estados Unidos, o que acabou contaminando as bolsas mundiais; a percepção, por parte dos investidores, de que a política monetária já deu o que tinha que dar no combate aos efeitos econômicos da pandemia de covid-19; a segunda onda de covid-19 na Europa; impasses na negociação de um novo pacote de estímulo fiscal nos EUA; e o aumento do risco fiscal no Brasil, levando a uma disparada nos juros futuros.

No início do mês, as bolsas no Brasil e no exterior tombaram puxada pelas ações de empresas de tecnologia reunidas na Nasdaq. Tratou-se de um movimento forte de realização de lucros, na medida em que faltavam motivos para as ações continuarem subindo e os investidores passaram a se questionar se elas já não haviam subido demais.

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Enquanto isso, a Europa vivia um avanço nos casos de covid-19 que caracterizam uma segunda onda.

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Em meados do mês, o Federal Reserve e o Banco Central brasileiro mantiveram as taxas de juros inalteradas, encerrando o ciclo de cortes de juros para combater os efeitos econômicos do coronavírus.

Em uma série de declarações, o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou que os estímulos derivados da política monetária chegaram a um limite, e que agora é a vez de mais estímulos fiscais entrarem em cena.

Só que o acordo que vem sendo costurado entre republicanos e democratas no Congresso permanece num impasse. Enquanto isso, o mercado passou a ter a percepção de que, realmente, o afrouxamento monetário chegou a um limite.

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No cenário doméstico não foi diferente. Pressões inflacionárias estarreceram a população, embora ainda não estejam contaminando o índice oficial de inflação. O BC disse não estar preocupado com a inflação e não fechou a porta para novos cortes residuais de juros no futuro, mas por ora julgou que 2% é o limite.

Aumento do risco fiscal preocupa

No cenário doméstico, o que vem preocupando mesmo os investidores é o aumento do risco fiscal do país, que vem ocasionando uma disparada nas taxas de juros futuros, o que prejudica os títulos públicos prefixados e atrelados à inflação, assim como a própria bolsa.

Para combater a crise, o governo brasileiro elevou fortemente os gastos, fazendo a dívida e o déficit públicos dispararem. Embora ninguém questione a necessidade desse aumento de despesas, a falta de um plano sobre os próximos passos tem deixado o mercado com pé atrás.

No fim do mês, o lançamento do programa Renda Cidadã contribuiu para estressar ainda mais os mercados. Além de criar novas despesas permanentes, o governo não propôs o corte de despesas permanentes, nem a criação de receitas permanentes, que é o que deveria ser feito num caso como esse.

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As fontes de financiamento do programa, por sinal, não agradaram os mercados em nada: postergação do pagamento de precatórios (valores devidos pelo governo após sentença definitiva da Justiça) e recursos do Fundeb, o fundo destinado a custear a educação básica.

A postergação do pagamento de precatórios não só é uma despesa temporária (e não permanente), como também foi considerada, pelo mercado, como uma espécie de calote. Já o acesso aos recursos do Fundeb, que se encontram fora das regras do teto de gastos, foi lido como uma tentativa de burlar o teto para não parecer que se burlou o teto.

O fato de o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter concordado com a proposta e ido publicamente anunciar o programa deixou o mercado com a confiança abalada na figura do "Posto Ipiranga". Na visão dos investidores, as promessas liberais do governo Bolsonaro parecem cada vez mais distantes.

Tesouro Selic com retorno negativo

Como você pôde perceber, uma série de acontecimentos no Brasil e no exterior aumentaram a aversão a risco em setembro, jogando as bolsas para baixo e o dólar para cima. Num ambiente generalizado de perdas, com realização de ganhos para se gerar liquidez, até mesmo ativos de proteção, como o ouro, sofreram.

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No caso dos títulos públicos prefixados e atrelados à inflação, cujos preços caem quando os juros futuros sobem, foi justamente o aumento do risco fiscal que pressionou as taxas - principalmente as mais longas - jogando seus preços para baixo.

Mas e no caso do Tesouro Selic (LFT)? Esse não deveria ser o ativo mais seguro, aquele onde investimos nossa reserva de emergência? Como ele pôde apresentar retorno negativo de 0,46%?

De fato, o Tesouro Selic é muito pouco volátil e sua remuneração quase sempre é positiva, mesmo quando o investidor vende o papel antes do vencimento. Trata-se de um título com remuneração atrelada à taxa básica de juros, geralmente negociado com certo deságio, o que faz com que ele remunere, no vencimento, Selic mais um percentual.

Até o dia 10 de setembro, essa taxa a mais estava em um patamar bem modesto. O Tesouro Selic 2025, por exemplo, única LFT vendida no Tesouro Direto atualmente, estava pagando, até o começo deste mês, Selic + 0,03%.

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Porém, de meados de setembro para cá, esse deságio passou a aumentar e as taxas acima da Selic pagas pelas LFT negociadas também dispararam. Hoje à tarde, por exemplo, quem comprasse o Tesouro Selic 2025 contrataria uma remuneração equivalente à Selic + 0,1678% no vencimento.

Os preços dos títulos, por sua vez, recuaram, e isto pôde ser notado tanto no Tesouro Direto quanto no mercado secundário, bem como no desempenho dos fundos DI e Tesouro Selic. O deságio mostrou-se maior nos títulos mais longos, machucando mais, também, aqueles fundos mais expostos a esses papéis.

Esse mau desempenho recente tem a ver com basicamente três elementos. Sobre um deles eu já falei anteriormente: a deterioração das contas públicas, com aumento do risco fiscal e a disparada dos juros futuros.

O segundo fator é o fato de a taxa Selic estar extremamente baixa, para padrões históricos. O mercado passou a perceber o governo brasileiro como mais arriscado, mas essa taxa de juros a 2% talvez não esteja refletindo bem esse risco, na visão dos investidores. Ou seja, o mercado passou a pedir mais taxa para financiar o governo, aumentando o deságio dos títulos.

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O principal fator, porém, foi técnico. No dia 10 de setembro, o Tesouro fez um leilão de LFT e de títulos prefixados (LTN), colocando mais LFT do que o mercado era capaz de absorver - até porque, neste momento de curva inclinada, os prefixados exibem taxas bem mais atrativas que a parca Selic.

Com excesso de oferta de Tesouro Selic - mais vendedores do que compradores - os vendedores passaram a topar deságios cada vez maiores para se desfazerem dos seus papéis. Os compradores, por sua vez, querem uma taxa maior que a Selic para topar uma LFT.

Note que o deságio do Tesouro Selic atualmente não é enorme, mas em um cenário de Selic a 2%, é o bastante para machucar o retorno do investidor.

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