Ibovespa acentua queda com descrença sobre possível recuo de ‘pedalada’
No exterior, expectativa em torno do primeiro debate entre os principais candidatos à presidência dos EUA inibe apetite por risco
Volatilidade é a palavra de ordem desta terça-feira na B3. Tanto no mercado de ações quanto no de câmbio, os preços dos ativos oscilam entre altas e baixas ao sabor do noticiário em um dia no qual os focos de cautela pipocam tanto no cenário local quanto lá fora.
Depois de encontrar dificuldade para firmar-se em território positivo, o Ibovespa passou a cair no início da tarde em um pregão no qual a incerteza local soma-se à tensão vinda do exterior para inibir o fôlego do principal índice brasileiro de ações.
A preocupação com a situação fiscal do País voltou a pesar na abertura dos mercados financeiros locais hoje. A proposta do governo para financiar o Renda Cidadã, programa social apresentado para suceder o Bolsa Família, desagradou os investidores.
Na avaliação dos agentes do mercado financeiro, a ideia de utilizar recursos destinados ao pagamento de precatórios e parte do Fundeb sem que exista compromisso com a redução de gastos configura uma tentativa de pedalada fiscal e até mesmo de calote.
No fim da manhã de hoje, o presidente Jair Bolsonaro veio a público para dizer que o governo estaria 'aberto a sugestões' e que faria o possível na busca por uma 'solução racional'.
O comentário foi interpretado inicialmente como uma sinalização de que o governo poderia voltar atrás da proposta, mas as dúvidas voltaram a predominar depois que o senador Márcio Bittar, relator do Orçamento de 2021, reiterou que segue firme a proposta de criação do Renda Cidadã bancado por recursos do Fundeb e dos precatórios.
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Por volta das 16h40, o Ibovespa operava em queda de 1,00%, aos 93.716 pontos.
Enquanto a aversão ao risco desviou o interesse dos investidores para ativos mais seguros, ações como as da Weg e da Natura apresentaram valorização acentuada. Ambas são vistas como posições 'defensivas' em momentos de incerteza.
Mercado precifica descrença em compromisso fiscal do governo
Apesar do alívio momentâneo, analistas advertem que os mercados financeiros já vêm precificando uma certa descrença no compromisso do governo Jair Bolsonaro com a responsabilidade fiscal e o teto de gastos.
Mais especificamente, os players financeiros questionam o voto de confiança dos mercados no ministro da Economia, Paulo Guedes, como fiador da disciplina fiscal.
"Todas as propostas, até aqui, incluem aumento de impostos ou medidas que buscam tergiversar a constituição", afirma Dan Kawa, diretor financeiro da TAG Investimentos.
Segundo ele, a esperança de que o ajuste fiscal avance ainda não pode ser abandonada, mas os últimos sinais são preocupantes. "Não por um acaso, nossa moeda é uma das de pior performance no mundo este ano, assim como nosso índice de bolsa em dólares", prossegue Kawa.
Cautela predomina no exterior
E se ontem o dia nos mercados financeiros internacionais foi de apetite por risco, a cautela predomina nesta terça-feira.
Enquanto as bolsas europeias fecharam em queda, os principais índices de ações de Wall Street firmaram-se em território negativo com o recuo das ações das empresas dos setores de petróleo e aviação.
Enquanto isso, os investidores seguem à espera do primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden com vistas às eleições presidenciais americanas, previsto para a noite de hoje.
Também pesam lá fora os temores relacionados com o aumento de casos de covid-19 na Europa e o início de mais uma rodada de negociação entre a União Europeia e o governo britânico para discutir termos da saída do Reino Unido do bloco, movimento conhecido como Brexit.
Dólar e juro
Depois de abrir em alta em meio à repercussão negativa da proposta do governo para financiar o programa Renda Cidadã, o dólar mostra ainda mais volatilidade que o Ibovespa.
A moeda norte-americana oscila entre altas e baixas desde o início da sessão, com a disputa em torno da formação da Taxa PTax intensificando o vai-e-vem das cotações.
Por volta das 16h40, orbitando área de estabilidade, a moeda norte-americana operava em alta de 0,04%, cotado a R$ 5,6378.
Já os contratos de juros futuros absorveram grande parte da percepção de deterioração do cenário fiscal e fecharam em alta.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 3,060% para 3,170%;
- Janeiro/2023: de 4,540% para 4,660%;
- Janeiro/2025: de 6,610% para 6,650%;
- Janeiro/2027: de 7,620% para 7,630%.
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