Ibovespa vira para alta e dólar sobe forte; Copom e prisão de Queiroz movimentam os mercados
O dólar engata a sétima alta seguida e já rompe novamente o nível dos R$ 5,30, enquanto o Ibovespa se firma em alta após um início de sessão hesitante. A decisão do Copom, as tensões políticas e o exterior cauteloso e estão entre os destaques do dia
O Copom cumpriu as expectativas do mercado e cortou a Selic em mais 0,75 ponto, levando-a ao novo piso histórico de 2,25% ao ano, e ainda deixou a porta aberta para novas reduções no futuro. E, nesse cenário, o dólar à vista e o Ibovespa passam por um processo de ajuste nesta quinta-feira (18), mas sem descuidar do noticiário político.
O Ibovespa chegou a cair 0,89% logo depois da abertura, indo aos 94.697,53 pontos na mínima, mas rapidamente ganhou força: às 16h10, o índice já subia 0,62%, aos 96.142,94 pontos, e destoava das bolsas globais — lá fora, o clima é ligeiramente negativo nas principais praças.
Por outro lado, o dólar à vista continua pressionado: no mesmo horário, avançava 2,25%, a R$ 5,3793, cravando a sétima alta consecutiva.
- Eu gravei um vídeo para explicar um pouco melhor a dinâmica dos mercados nesta quinta-feira, incluindo as reações ao Copom e ao noticiário político. Veja abaixo:
A decisão do Copom pode ser divida em duas partes: a atuação momentânea e as sinalizações para os próximos passos. No lado imediato, o corte de 0,75 ponto na Selic veio em linha com as projeções do mercado — as curvas de juros de curto prazo já precificavam esse movimento.
No quesito das indicações futuras, o BC promoveu algumas mudanças em sua comunicação: por mais que a autoridade monetária tenha dito em maio que o corte de ontem seria o último do ciclo, o Copom deixou a porta aberta para mais uma "redução residual".
Ou seja: uma eventual nova baixa na taxa de juros, se concretizada, será menos intensa — provavelmente de 0,25 ponto. E, considerando as menções à ociosidade da economia e à recuperação lenta do nível de atividade, a perspectiva é de manutenção da Selic em níveis baixos por algum tempo.
Leia Também
Cinco bancos perdem juntos R$ 42 bilhões em valor de mercado — e estrela da bolsa puxa a fila
Esse quadro traz algumas implicações para a bolsa e para o câmbio. A Selic mais baixa diminui a rentabilidade das aplicações em renda fixa, estimulando uma migração de recursos para o mercado de ações, que pode oferecer retornos mais atrativos. Assim, o corte nos juros tende a dar impulso ao Ibovespa e à bolsa.
Por outro lado, a queda na Selic provoca uma redução no chamado "diferencial de juros" entre EUA e Brasil — a subtração entre as taxas brasileira e americana. E, quanto menor esse número, menos atrativas são as aplicações no país para os investidores que buscam retornos fáceis.
Claro, esse é um dinheiro de caráter mais especulativo. Ainda assim, é um montante relevante de moeda estrangeira que deixa de entrar no país — o que diminui a oferta de dólares por aqui e acaba pressionando a taxa de câmbio.
O cenário de mais cortes na Selic também provoca reações no mercado de juros futuros. Os DIs mais curtos caem, ajustando-se às sinalizações do Copom, enquanto as curvas mais longas sobem:
- Janeiro/2021: de 2,10% para 2,05%;
- Janeiro/2022: de 3,05% para 3,08%;
- Janeiro/2023 de 4,11% para 4,22%;
- Janeiro/2025: de 5,64% para 5,82%.
Dito tudo isso: o Copom não é o único fator de influência para as negociações nos mercados brasileiros nesta quinta-feira. O noticiário político turbulento inspira cautela, embora a bolsa opte por ignorar esses fatores de risco no momento.
Tensões em Brasília
Ainda no front doméstico, os agentes financeiros reagem à notícia da prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro — a ação faz parte do desdobramento da investigação que apura o esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
O noticiário é especialmente delicado porque Queiroz foi preso num imóvel pertencente à Frederick Wassef, advogado dos Bolsonaro — ele disse estar no local há cerca de um ano. Os possíveis desdobramentos da operação e eventuais envolvimentos da família do presidente em atividades ilícitas pode deteriorar o ambiente político, que vinha passando por uma trégua recente.
Além disso, a leitura dos investidores é a de que a operação poderá provocar reações agressivas por parte do presidente, reativando as tensões entre governo, Congresso e STF — o que, naturalmente, traria ainda mais incerteza a Brasília e colocaria qualquer pauta econômica em segundo plano.
Exterior cauteloso
Lá fora, as bolsas da Europa fecharam em queda, enquanto os índices americanos têm oscilações tímidas: o Dow Jones (-0,28%), o S&P 500 (-0,12%) e o Nasdaq (+0,15%) flutuam entre perdas e ganhos.
Novamente, há uma dualidade entre os potenciais pacotes de auxílio econômico nos EUA e a percepção de que um novo avanço da Covid-19 poderia provocar retrocessos na reabertura econômica do mundo.
Só que, nesta quinta-feira, há um fator extra de tensão: os dados mais fracos que o esperado no mercado de trabalho americano: na semana encerrada em 13 de junho, foram 1,5 milhões de novos pedidos de seguro-desemprego, número acima das projeções de analistas.
Top 5
Veja abaixo as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa nesta quinta-feira:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| CIEL3 | Cielo ON | 5,63 | +8,69% |
| ITUB4 | Itau Unibanco PN | 27,68 | +4,41% |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | 70,00 | +4,18% |
| CYRE3 | Cyrela ON | 23,22 | +3,89% |
| MRFG3 | Marfrig ON | 13,50 | +3,69% |
Veja também as cinco maiores quedas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| CMIG4 | Cemig PN | 11,41 | -2,65% |
| RAIL3 | Rumo ON | 23,66 | -1,83% |
| ELET3 | Eletrobras ON | 31,15 | -1,74% |
| ELET6 | Eletrobras PNB | 32,24 | -1,71% |
| EQTL3 | Equatorial ON | 21,72 | -1,67% |
Petrobras (PETR4), Gerdau (GGBR4) e outras 3 empresas pagam dividendos nesta semana; saiba quem recebe
Cinco companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas na terceira semana de agosto
Howard Marks zera Petrobras e aposta na argentina YPF — mas ainda segura quatro ações brasileiras
A saída da petroleira estatal marca mais um corte de exposição brasileira, apesar do reforço em Itaú e JBS
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho
A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870
Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed
Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo
A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário
Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje
A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia
FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa
O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista
FII RBVA11 anuncia venda de imóvel e movimenta mais de R$ 225 milhões com nova estratégia
Com a venda de mais um ativo, localizado em São Paulo, o fundo imobiliário amplia um feito inédito
DEVA11 vai dar mais dores de cabeça aos cotistas? Fundo imobiliário despenca mais de 7% após queda nos dividendos
Os problemas do FII começaram em 2023, quando passou a sofrer com a inadimplência de CRIs lastreados por ativos do Grupo Gramado Parks
Tarifaço de Trump e alta dos juros abrem oportunidade para comprar o FII favorito para agosto com desconto; confira o ranking dos analistas
Antes mesmo de subir no pódio, o fundo imobiliário já vinha chamando a atenção dos investidores com uma série de aquisições
