Bolsa volta do circuit breaker e Ibovespa despenca mais de 12%; todas as ações do índice caem
O novo corte extraordinário de juros por parte do Fed elevou a aversão ao ris no mundo e derrubou as bolsas. Por aqui, o Ibovespa desabou na abertura e acionou novamente o circuit breaker
O fim de semana não serviu para aliviar as tensões no mercado financeiro. Pelo contrário: a segunda-feira (16) começou bastante nervosa no Ibovespa e, em questão de minutos, o índice brasileiro bateu os 10% de baixa, acionando mais um circuit breaker — o quinto apenas neste mês.
Às 10h24, o Ibovespa cravou 12,53% de queda, chegando aos 72.321,99 pontos — com isso, o 'botão do pânico' voltou a ser pressionado, interrompendo as negociações por 30 minutos para tentar acalmar os ânimos dos investidores.
No entanto, o clima continuou pesado na volta das operações: às 15h50, o Ibovespa recuava 12,85%, aos 72.053,23 pontos — na mínima, chegou a cair 14,30%, aos 70.854,82 pontos, ficando a um triz de acionar um segundo circuit breaker.
Lá fora, o tom também é amplamente negativo: na Europa, as principais bolsas caem perto de 5%; nos Estados Unidos, o Dow Jones (-9,65%), o S&P 500 (-8,92%) e o Nasdaq (-9,35%) também despencaram na abertura e acionaram o botão do pânico.
O humor nos mercados está bastante ruim desde a noite de domingo (15), quando o Federal Reserve (Fed) voltou a cortar os juros do país de maneira extraordinária, desta vez em um ponto: agora, as taxas estão entre 0% e 0,25% ao ano.
- Eu gravei um vídeo para comentar essa ação drástica do Fed — e o efeito negativo que ela desencadeou no mercado. Veja abaixo:
A ideia do Fed era dar estímulo extra à economia americana, blindando-a dos impactos do surto de coronavírus. No entanto, a medida drástica foi interpretada como um sinal de que a situação nos Estados Unidos está muito pior do que o imaginado.
Leia Também
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Assim, o efeito foi o contrário: a aversão ao risco acabou subindo e os investidores ficaram ainda mais tensos, temendo que a situação vista na Europa — com países como Itália e Espanha em quarentena total — seja vista em breve também nos Estados Unidos.
Ao todo, já são 6,5 mil mortos e quase 170 mil pessoas contaminadas no mundo todo, com um número crescente de ocorrências no território americano e nos principais países da Europa — uma situação que apenas eleva a percepção de que a economia global será afetada fortemente pelo surto da doença.
No meio da tarde, a notícia de que o Canadá fechou suas fronteiras para a entrada de cidadãos estrangeiros contribuiu para trazer uma dose extra de cautela às negociações. O Ibovespa acentuou as perdas e voltou a se aproximar dos 15% de queda, mas conseguiu resistir a um novo circuit breaker.
Cautela no Brasil
Por aqui, a escalada nos atritos entre governo e Congresso também contribui para trazer pessimismo aos investidores. No domingo, apesar da preocupação com o coronavírus, foram vistas diversas manifestações populares em defesa da administração Bolsonaro — prostesos que contaram com o apoio e presença do presidente.
Tanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quanto do Senado, Davi Alcolumbre, manifestaram-se publicamente contra esses protestos e mostraram que o ambiente em Brasília está cada vez mais deteriorado.
E, nesse cenário, o mercado mostra-se cada vez mais pessimista quanto aos prognósticos para a economia doméstica e para a continuidade da agenda de reformas — além, é claro, da preocupação crescente quanto à saúde pública no país.
Dólar dispara, juros curtos caem
No mercado de câmbio, o dia é de intensa pressão sobre o dólar à vista: a moeda americana opera em forte alta de 3,92%, a R$ 5,0050 — a divisa nunca fechou uma sessão acima de R$ 5,00.
As turbulências vistas no exterior e no Brasil mexem diretamente com a cotação da moeda americana, mas a incerteza em relação ao futuro da taxa Selic também é determinante para estressar as negociações da divisa. Com o corte agressivo de juros nos EUA, há quem aposte que o Copom deve seguir caminho semelhante.
E juros mais baixos, naturalmente, se traduzem em pressão sobre o dólar à vista, uma vez que o diferencial em relação às taxas dos EUA permaneceria estreito — o que afasta investidores que buscam rentabilidade fácil.
O comportamento das curvas curtas de juros mostra que o mercado realmente aposta num cenário de redução da Selic, ao menos no curto prazo. Os DIs com vencimentos mais próximos operam em baixa, enquanto os mais longos sobem, dada a incerteza ligada a horizontes maiores de tempo.
Veja abaixo como estão as curvas de juros neste momento:
- Janeiro/2021: de 4,26% para 3,80%;
- Janeiro/2022: de 5,31% para 4,92%;
- Janeiro/2023: de 6,14% para 6,02%;
- Janeiro/2025: de 7,17% para 7,24%.
Instabilidade no petróleo
No mercado de commodities, o dia é de desvalorização expressiva do petróleo: o Brent cai 11,20% e o WTI recua 9,55%, ambos abaixo da faixa de US$ 30 o barril. No exterior, há relatos de que a Saudi Aramco irá ampliar a produção da commodity, dando continuidade à guerra de preços travada entre o governo saudita e a Rússia.
Nesse cenário, as ações da Petrobras são diretamente afetadas: as ONs (PETR3) desabam 13,93%, enquanto as PNs (PETR4) operam em forte queda de 13,51%.
Top 5
Nenhuma ação do Ibovespa aparece no campo positivo nesta segunda-feira. Sendo assim, veja quais eram as cinco maiores quedas do índice por volta de 15h50:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| SMLS3 | Smiles ON | 16,41 | -34,36% |
| AZUL4 | Azul PN | 16,31 | -33,99% |
| CVCB3 | CVC ON | 11,06 | -27,95% |
| GOLL4 | Gol PN | 8,14 | -27,13% |
| NTCO3 | Natura ON | 25,26 | -23,45% |
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
