Ibovespa sobe forte e dólar cai mais de 2%: durante uma crise, a falta de novidades é um bom sinal
O Ibovespa fechou acima dos 81 mil pontos e o dólar à vista teve a maior baixa diária desde 2018, aproveitando o clima de maior tranquilidade que tomou conta dos mercados
Em períodos cascudos, o simples fato de não haver notícias negativas já traz algum alento. E, como todos sabem, os mercados brasileiros estão passando por um momento particularmente difícil: a pandemia de coronavírus e a crise política no país trazem enorme pressão ao Ibovespa e ao dólar à vista.
Obviamente, ainda vai levar muito tempo para esse ambiente conturbado se acalmar em definitivo. Mas isso não quer dizer que, daqui em diante, todos os dias serão de profundo estresse — e a sessão desta terça-feira (28) deixou isso bem claro.
O Ibovespa passou o dia todo no campo positivo, esbanjando uma tranquilidade que há muito não se via por aqui. E, como resultado, o índice fechou em forte alta de 3,93%, aos 81.312,23 pontos — o maior nível de encerramento desde 13 de março.
- Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica dos mercados nesta terça-feira. Veja abaixo:
No câmbio, também tivemos um dia quase atípico: o dólar à vista passou por um forte alívio e fechou em queda de 2,55%, a R$ 5,5151 — o maior recuo percentual numa única sessão desde junho de 2018. Foram mais de 14 centavos de baixa em relação ao encerramento de ontem.
Em geral, seria preciso um grande acontecimento para os mercados domésticos registrarem um desempenho tão positivo. No entanto, o que se viu nessa terça-feira foi o oposto: o alívio generalizado se deu pela ausência de notícias.
Novamente: estamos num momento muito delicado, com diversos fatores de risco no radar. Num ambiente como esse, o simples fato de não haver nenhuma potencial bomba estourando no curtíssimo prazo já é motivo para injetar ânimo nos investidores.
Leia Também
Tanto lá fora quanto no Brasil, tivemos hoje apenas a manutenção do cenário visto na segunda-feira (27): no exterior, os investidores mostraram-se mais confiantes quanto à recuperação no pós-crise do coronavírus; por aqui, a permanência de Paulo Guedes à frente do ministério da Economia, sem ruídos, deram força às negociações.
De olho em Brasília
No panorama doméstico, os investidores continuaram atentos ao noticiário político: qualquer movimentação por parte do governo ou do Congresso, considerando a deterioração das relações entre as partes, poderia mexer diretamente com os rumos do mercado.
No entanto, a percepção é a de que, ao menos por enquanto, o clima é mais ameno na capital federal. Desde ontem, quando o presidente Jair Bolsonaro deu manifestações públicas de apoio ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o noticiário político assumiu um tom menos intenso, o que ajudou a acalmar os ânimos dos agentes financeiros.
Esse alívio foi sentido especialmente no dólar à vista, que estava bastante pressionado e já flertava com o nível de R$ 5,70. A leitura de que a situação está um pouco menos árida em Brasília foi suficiente para disparar um movimento mais intenso de correção após a escalada recente.
Isso não quer dizer que a situação esteja tranquila no front político. Na noite de ontem, o ministro do STF Celso de Mello determinou abertura de inquérito para investigar as declarações do ex-ministro da Justiça, Sergio moro, contra o presidente Bolsonaro.
A combinação entre calmaria externa, tranquilidade doméstica e baixa no dólar também trouxe alívio ao mercado de juros futuros, que passaram por ajustes negativos nesta terça-feira.
A inflação sob controle — o IPCA-15 em abril recuou 0,01% — também contribuiu para elevar a percepção de que há amplo espaço para o Banco Central continuar cortando a Selic, conforme indicado pelas taxas dos DIs para janeiro de 2021:
- Janeiro/2021: de 3,19% para 2,83%;
- Janeiro/2022: de 4,22% para 3,74%;
- Janeiro/2023: de 5,70% para 4,85%;
- Janeiro/2025: de 7,50% para 6,68%;
- Janeiro/2027: de 8,46% para 7,60%.
Calmaria no exterior
Lá fora, o dia foi de poucas emoções: na Europa, as principais praças subiram mais de 1% e, nos Estados Unidos, as bolsas passaram boa parte da sessão sem se afastar muito do zero a zero — ao fim do pregão, o Dow Jones (-0,13%) e o S&P 500 (-0,52%) registraram leves perdas.
Esse tom mais ameno se deve ao alívio com a desaceleração da curva de contágio do coronavírus na Europa e em parte dos Estados Unidos, duas regiões fortemente afetadas pela doença.
Naturalmente, a situação da pandemia ainda inspira cautela — segundo dados da universidade americana Johns Hopkins, mais de 3 milhões de pessoas já foram infectadas no mundo, com cerca de 216 mil mortes. Mas, considerando a tendência de suavização nos números, o humor dos agentes financeiros tem ficado ligeiramente melhor nos últimos dias.
Ainda lá fora, os mercados aguardam as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed), na quarta-feira (29), e do Banco Central Europeu (BCE), na quinta (30). A expectativa é a de que ambas as instituições possam sinalizar novos pacotes de estímulo e fornecer mais detalhes quanto às perspectivas de retomada da economia global.
Balanço forte
No lado corporativo, destaque para o Santander Brasil, que mais cedo reportou lucro líquido gerencial de R$ 3,853 bilhões no primeiro trimestre de 2020, um aumento de 10,5% na base anual — a rentabilidade do banco ficou em 22,3%, acima dos 21,1% reportados nos três primeiros meses de 2019.
O mercado gostou do que viu: as units do Santander (SANB11) avançaram 11,47% e apareceram entre as maiores altas do Ibovespa — veja abaixo os cinco ativos de melhor desempenho do índice no momento:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| VVAR3 | Via Varejo ON | 9,04 | +19,42% |
| CVCB3 | CVC ON | 14,15 | +14,48% |
| AZUL4 | Azul PN | 16,05 | +13,75% |
| BBAS3 | Banco do Brasil ON | 29,14 | +13,43% |
| SMLS3 | Smiles ON | 15,70 | +12,95% |
Confira também as maiores quedas do Ibovespa:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| IRBR3 | IRB ON | 9,00 | -4,86% |
| SUZB3 | Suzano ON | 38,65 | -3,62% |
| PCAR3 | GPA ON | 67,04 | -3,50% |
| RAIL3 | Rumo ON | 20,20 | -2,27% |
| BRAP4 | Bradespar PN | 29,75 | -1,82% |
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa e Minerva (BEEF3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
O principal índice da bolsa brasileira acumulou valorização de 3,02% nos últimos cinco pregões e encerrou a última sessão da semana no nível inédito dos 154 mil pontos
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da Cogna (COGN3) desabaram mesmo depois de um “trimestre limpo”?
As ações passaram boa parte do dia na lanterna do Ibovespa depois do balanço do terceiro trimestre, mas analistas consideraram o resultado como positivo
Fred Trajano ‘banca’ decisão que desacelerou vendas: “Magalu nunca foi de crescer dando prejuízo, não tem quem nos salve se der errado”
A companhia divulgou os resultados do segundo trimestre ontem (6), com queda nas vendas puxada pela desaceleração intencional das vendas no marketplace; entenda a estratégia do CEO do Magazine Luiza
Fome no atacado: Fundo TRXF11 compra sete imóveis do Atacadão (CAFR31) por R$ 297 milhões e mantém apetite por crescimento
Com patrimônio de R$ 3,2 bilhões, o fundo imobiliário TRXF11 saltou de 56 para 74 imóveis em apenas dois meses, e agora abocanhou mais sete
A série mais longa em 28 anos: Ibovespa tem a 12ª alta seguida e o 9° recorde; dólar cai a R$ 5,3489
O principal índice da bolsa brasileira atingiu pela primeira vez nesta quinta-feira (6) o nível dos 154 mil pontos. Em mais uma máxima histórica, alcançou 154.352,25 pontos durante a manhã.
A bolsa nas eleições: as ações que devem subir com Lula 4 ou com a centro-direita na Presidência — e a carteira que ganha em qualquer cenário
Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual, fala sobre como se posicionar para as eleições de 2026 e indica uma carteira de ações capaz de trazer bons resultados em qualquer cenário
