Com um novo fator de risco no radar, o Ibovespa caiu mais de 1,5% e o dólar subiu a R$ 4,20
A confirmação de um caso da nova variante do coronavírus nos Estados Unidos trouxe cautela aos mercados, que temem um surto da doença. Como resultado, o Ibovespa caiu forte e o dólar teve mais um dia de alta

O mercado sempre tenta se antecipar aos acontecimentos, usando as informações disponíveis para mapear os riscos que podem se desenhar à frente. Mas, quando um fator novo repentinamente aparece no radar dos investidores, a reação costuma ser dramática — e foi exatamente isso que aconteceu nesta terça-feira (21), tanto no Ibovespa quanto no dólar.
- Leitura recomendada: Aqui está um plano para para quem NÃO deseja esperar até os 65 para se aposentar, nem depender do governo
O fator surpresa, no caso, foi a escalada no noticiário referente a uma doença misteriosa que já causou 6 mortes na China — algo semelhante a uma pneumonia causada por uma variante do coronavírus. O que parecia ser um problema isolado à região ganhou traços mais preocupantes hoje.
Mais cedo, autoridades chinesas confirmaram que a doença, que causa infeções respiratórias em seres humanos e animais, é transmissível entre seres humanos — informação que trouxe enorme cautela às bolsas asiáticas.
A apreensão é grande porque, a partir da sexta-feira (24), começa um enorme período de recesso na China, em comemoração ao Ano Novo Lunar. Consequentemente, é esperado um fluxo maior de turistas em direção ao país, além de um trânsito crescente de pessoas pela região.
No meio da tarde, mais uma notícia trouxe preocupação aos mercados: autoridades americanas confirmaram a primeira ocorrência da doença no país, num residente do estado de Washington que esteve recentemente na cidade chinesa de Wuhan.
A escalada nas tensões relacionadas ao coronavírus deu um tom defensivo às negociações no mercado financeiro. Por aqui, o Ibovespa passou o dia no campo negativo, fechando em queda de 1,54%, aos 117.026,04 pontos. Nos Estados Unidos, o dia também foi de prudência, com o Dow Jones (-0,52%), o S&P 500 (-0,27%) e o Nasdaq (-0,19%) recuando.
O mercado de câmbio também mostrou-se mais defensivo: o dólar à vista passou por altas e baixas, mas, com o noticiário vindo dos Estados Unidos, a moeda americana acentuou os ganhos e fechou com valorização de 0,39%, a R$ 4,2050 — é o maior patamar desde 3 de dezembro.
No exterior, o dólar se fortaleceu em relação a quase todas as divisas de países estrangeiros, num movimento clássico de busca por proteção por parte dos investidores.
Até o momento, sabe-se que a nova variante do coronavírus pertence à mesma família do agente causador da síndrome respiratória aguda grave (SARS, em inglês), que entre 2002 e 2003 matou mais de 700 pessoas.
Os mercados temem que, em meio ao risco de contágio, os países sejam forçados a adotar práticas mais rígidas em relação à circulação de pessoas, o que pode afetar o comércio e a atividade global.
Enquanto isso, em Davos...
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou na abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. E, como era de se esperar, ele tratou das negociações comerciais com a China.
Entre outros pontos, o chefe da Casa Branca disse que as relações entre Washington e Pequim "nunca estiveram melhores", mas ressaltou que as tarifas de importação que já foram impostas continuarão valendo até que uma segunda fase do acerto seja fechada.
Já o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, disse durante o evento que o grande inimigo do meio ambiente é a pobreza. "Destroem porque estão com fome", disse.
Juros em baixa
Assim como ontem, o mercado de juros descolou do movimento de pressão mais intensa visto no dólar e terminou em baixa. Os agentes financeiros aguardam os dados do IPCA-15, a serem conhecidos na sexta-feira, para ter uma ideia melhor do cenário da inflação no país.
Os indicadores inflacionários são importantes para calibrar as apostas num eventual novo corte da Selic pelo Banco Central. Veja abaixo como ficaram os principais DIs nesta terça-feira:
- Janeiro/2021: de 4,42% para 4,39%;
- Janeiro/2023: de 5,66% para 5,60%;
- Janeiro/2025: de 6,39% para 6,34%;
- Janeiro/2027: de 6,77% para 6,73%.
Cia Hering sofre
As ações ON da Cia Hering (HGTX3) despencaram 12,59% e tiveram o pior desempenho do Ibovespa nesta terça-feira. Na noite passada, a empresa reportou uma receita bruta de R$ 502,9 milhões no quarto trimestre de 2019, cifra 5,2% menor na base anual.
Além disso, as vendas mesmas lojas (SSS) recuaram 4% na rede Hering, interrompendo uma sequência de sete trimestres com alta nesse dado — os números foram considerados fracos pelos analistas do BTG Pactual e do Credit Suisse.
Cautela com a China
O cenário de incertezas em relação à China e à possível disseminação do coronavírus afetou as ações de empresas que exportam ao país asiático, especialmente mineradoras e siderúrgicas.
Assim, o dia foi negativo para Vale ON (VALE3), que caiu 2,32%; CSN ON (CSNA3), em baixa de 2,91%; Gerdau PN (GGBR4), com perda de 2,11%; e Usiminas PNA (USIM5), com desvalorização de 2,05%.
A possibilidade de restrição na circulação de pessoas — e o próprio medo do coronavírus — também provocou impactos negativos nos papéis de CVC ON (CVCB3), em baixa de 4,07%; Gol PN (GOLL4), com perda de 2,96%; e Azul PN (AZUL4), com desvalorização de 2,78%.
Top 5
Confira abaixo as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa nesta terça-feira:
- Raia Drogasil ON (RADL3): +5,36%
- Braskem PNA (BRKM5): +3,22%
- Tim ON (TIMP3): +2,52%
- Via Varejo ON (VVAR3): +2,21%
- Qualicorp ON (QUAL3): +1,71%
Veja também as maiores baixas do índice no momento:
- Cia Hering ON (HGTX3): -12,59%
- Santander Brasil units (SANB11): -4,93%
- CVC ON (CVCB3): -4,07%
- Bradesco ON (BBDC3): -3,48%
- Bradesco PN (BBDC4): -3,34%
Smart Fit (SMFT3) falha na série: B3 questiona queda brusca das ações; papéis se recuperam com alta de 1,73%
Na quarta-feira (2), os ativos chegaram a cair 7% e a operadora da bolsa brasileira quis entender os gatilhos para a queda; descubra também o que aconteceu
Ibovespa vale a pena, mas vá com calma: por que o UBS recomenda aumento de posição gradual em ações brasileiras
Banco suíço acredita que a bolsa brasileira tem espaço para mais valorização, mas cita um risco como limitante para alta e adota cautela
Da B3 para as telinhas: Globo fecha o capital da Eletromidia (ELMD3) e companhia deixa a bolsa brasileira
Para investidores que ainda possuem ações da companhia, ainda é possível se desfazer delas antes que seja tarde; saiba como
Os gringos investiram pesado no Brasil no primeiro semestre e B3 tem a maior entrada de capital estrangeiro desde 2022
Entre janeiro e junho deste ano, os gringos aportaram cerca de R$ 26,5 bilhões na nossa bolsa — o que impulsionou o Ibovespa no período
As nove ações para comprar em busca de dividendos no segundo semestre — e o novo normal da Petrobras (PETR4). Veja onde investir
Bruno Henriques, analista sênior do BTG Pactual, e Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, contam quais são os papéis mais indicados para buscar dividendos no evento Onde Investir no Segundo Semestre, do Seu Dinheiro
Ibovespa faz história e chega aos 141 mil pontos pela primeira vez na esteira dos recordes em Nova York; dólar cai a R$ 5,4050
O Ibovespa acabou terminando o dia aos 140.927,86 pontos depois de renovar recorde durante a sessão
Banco do Brasil (BBAS3): enquanto apostas contra as ações crescem no mercado, agência de risco dá novo voto de confiança para o banco
A aposta da S&P Global Ratings é que, dadas as atividades comerciais diversificadas, o BB conseguirá manter o ritmo de lucratividade e a estabilidade do balanço patrimonial
Na contramão do Ibovespa, Petrobras (PETR4), Prio (PRIO3) e Brava (BRAV3) garantem ganhos no dia; saiba o que ajudou
A commodity está em alta desde o início da semana, impulsionado por tensões no Oriente Médio — mas não é só isso que ajuda no avanço das petroleiras
S&P 500 e Nasdaq renovam máximas históricas, mas um dado impede a bolsa de Nova York de disparar; Ibovespa e dólar caem
No mercado de câmbio, o dólar à vista continuou operando em queda e renovando mínimas depois de se manter no zero a zero na manhã desta quarta-feira (2)
Onde investir: as 4 ações favoritas para enfrentar turbulências e lucrar com a bolsa no 2º semestre — e outras 3 teses fora do radar do mercado
Com volatilidade e emoção previstas para a segunda metade do ano, os especialistas Gustavo Heilberg, da HIX Capital, Larissa Quaresma, da Empiricus Research, e Lucas Stella, da Santander Asset Management, revelam as apostas em ações na bolsa brasileira
Bresco Logística (BRCO11) diz adeus a mais um inquilino, cotas reagem em queda, mas nem tudo está perdido
O contrato entre o FII e a WestRock tinha sete anos de vigência, que venceria apenas em setembro de 2029
Gestora lança na B3 ETF que replica o Bloomberg US Billionaires e acompanha o desempenho das 50 principais empresas listadas nos EUA
Fundo de índice gerido pela Buena Vista Capital tem aplicação inicial de R$ 30 e taxa de administração de 0,55% ao ano
Ibovespa em 150 mil: os gatilhos para o principal índice da bolsa brasileira chegar a essa marca, segundo a XP
A corretora começa o segundo semestre com novos nomes em carteira; confira quem entrou e as maiores exposições
Ibovespa fecha primeiro semestre de 2025 com extremos: ações de educação e consumo sobem, saúde e energia caem
Entre os destaques positivos estão a Cogna (COGN3), o Assaí (ASAI3) e a Yduqs (YDUQ3); Já na outra ponta estão RaiaDrogasil (RADL3), PetroRecôncavo (BRAV3) e São Martinho (SMTO3)
XP Log (XPLG11) vai às compras e adiciona oito ativos logísticos na carteira por até R$ 1,54 bilhão; FIIs envolvidos disparam na B3
Após a operação, o XPLG11 passará a ter R$ 8 bilhões em ativos logísticos e industriais no Brasil
É hoje! Onde Investir no Segundo Semestre traz a visão de grandes nomes do mercado para a bolsa, dólar, dividendos e bitcoin; veja como participar
Organizado pelo Seu Dinheiro, o evento totalmente online e gratuito, traz grandes nomes do mercado para falar de ações, criptomoedas, FIIs, renda fixa, investimentos no exterior e outros temas que mexem com o seu bolso
“Não é liderança só pela liderança”: Rodrigo Abbud, sócio do Patria Investimentos, conta como a gestora atingiu R$ 28 bilhões em FIIs — e o que está no radar a partir de agora
Com uma estratégia de expansão traçada ainda em 2021, a gestora voltou a chamar a atenção do mercado ao adicionar a Genial Investimentos e a Vectis Gestão no portfólio
Nada de ouro ou renda fixa: Ibovespa foi o melhor investimento do primeiro semestre; confira os outros que completam o pódio
Os primeiros seis meses do ano foram marcados pelo retorno dos estrangeiros à bolsa brasileira — movimento que levou o Ibovespa a se valorizar 15,44% no período
Bolsas nas máximas e dólar na mínima: Ibovespa consegue romper os 139 mil pontos e S&P 500 renova recorde
A esperança de que novos acordos comerciais com os EUA sejam fechados nos próximos dias ajudou a impulsionar os ganhos na última sessão do mês de junho e do semestre
É possível investir nas ações do Banco do Brasil (BBAS3) sem correr tanto risco de perdas estrondosas, diz CIO da Empiricus
Apesar das recomendações de cautela, muitos investidores se veem tentados a investir nas ações BBAS3 — e o especialista explica uma forma de capturar o potencial de alta das ações com menos riscos