🔴 COPOM À VISTA: RECEBA EM PRIMEIRA MÃO 3 TÍTULOS PARA INVESTIR APÓS A DECISÃO – ACESSE GRATUITAMENTE

Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

Tabelinha mal feita

No último minuto, Ibovespa fecha em leve alta apesar de ruídos sobre fala de Bolsonaro

Comentários do presidente sobre o programa Renda Brasil limitaram ganhos no Ibovespa e pesaram sobre o mercado de câmbio

Ricardo Gozzi
15 de setembro de 2020
17:50 - atualizado às 18:05

A terça-feira amanheceu com todos os ingredientes de voo de cruzeiro em céu azul de brigadeiro nos mercados financeiros. As bolsas europeias subiam e os indicadores futuros de Wall Street sinalizavam abertura em alta com os investidores festejando uma recuperação da produção industrial e das vendas no varejo da China.

O Ibovespa também abriu em alta e o dólar caía, aproveitando a boa onda vinda de fora e proporcionando um vislumbre do que poderia ter sido o dia de negócios. Por que, então, ao fim do dia, descolados do que se via no exterior, o dólar subiu e a bolsa abandonou a queda apenas nos ajustes finais da sessão?

Tudo aponta para uma tabelinha mal treinada entre o presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes.

Na noite de ontem, veio a público notícia segundo a qual os aposentados pagariam parte substancial da conta do Renda Brasil, uma proposta de programa de renda mínima pensada para suceder e ampliar o Bolsa Família.

Pela manhã, Bolsonaro foi a suas redes dizer que não tiraria dos aposentados para financiar o programa e jogou uma pá de cal sobre o Renda Brasil antes mesmo de sua apresentação.

A notícia, em tese, tinha muitos componentes para agradar aos participantes dos mercados financeiros, em especial a sinalização de que a disciplina fiscal seria mantida.

Leia Também

O que deu errado então?

Ao jogar a pá de cal, Bolsonaro deixou escapar que “daria cartão vermelho” a quem voltasse a sugerir a possibilidade de congelamento das aposentadorias.

Eis que, de imediato, levantou-se a lebre de que o ataque era direcionado a Paulo Guedes. Pouco adiantou o ministro vir a público dizer que a ameaça de “cartão vermelho” não era endereçada a ele.

Passado o episódio, a bolsa passou quase o dia inteiro oscilando entre leves altas e baixas. O otimismo externo mostrou-se incapaz de impulsionar o Ibovespa, mas foi suficiente para evitar que o índice afundasse.

É fato que, na reta final do pregão, os principais índices norte-americanos começaram a devolver a maior parte dos ganhos obtidos ao longo dia, principalmente o Dow Jones, em um movimento apontado como cautela antes da reunião de política monetária do Federal Reserve Bank (Fed, o banco central norte-americano). Ainda assim, todos eles fecharam no azul (Dow Jones, +0,01%; S&P-500, +0,52%; e Nasdaq, +1,21%). O mesmo ocorreu com as principais bolsas europeias.

Reconectando-se com o Dow Jones apenas nos minutos finais, o Ibovespa encerrou em alta de 0,02%, aos 100.297,91 pontos.

"O mercado não gostou inicialmente da fala do presidente Bolsonaro", observou André Perfeito, economista-chefe da Necton Corretora. "Muitos viram no vídeo um ataque ao ministro Paulo Guedes e isto elevou as tensões nas mesas", prosseguiu ele.

Na avaliação de Perfeito, entretanto, o presidente acerta ao encerrar a discussão sobre o Renda Brasil. "Ao tirar o Renda Brasil da mesa, acredito que abra espaço para a discussão de temas mais urgentes da agenda legisliativa e isto pode ser mais eficiente", avaliou.

Otimismo externo segurou Ibovespa

A renovação do apetite por risco no exterior sucede duas semanas extremamente turbulentas nas quais investidores passaram a questionar o nível de preços de algumas classes de ativos, principalmente aqueles ligados ao setor de tecnologia.

Essa busca por risco aumentou ontem, lastreada pelo anúncio da retomada dos testes clínicos da vacina produzida pela AstraZeneca visando a conter a pandemia do novo coronavírus.

Hoje, além dos comentários de Bolsonaro, o otimismo externo concorreu com certa cautela às vésperas das decisões de política monetária dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos, ambas previstas para amanhã.

Entre os papéis negociados na B3, as ações da Minerva Foods destacaram-se desde a abertura, operando em forte alta depois de a companhia ter informado o recebimento de uma proposta em que a subsidiária Athena é avaliada em US$ 1,5 bilhão.

Também chamou a atenção a alta dos papéis da Braskem apesar de a petroquímica ter informado que a conta do evento geológico que levou ao afundamento do solo e rachaduras em edificações em Maceió crescerá em R$ 3,3 bilhões, podendo atingir um total de R$ 7,9 bilhões.

Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, observou que, apesar das provisões, o cenário para a Braskem está muito positivo. “A demanda está em crescimento, superando inclusive níveis anteriores à crise”, explicou ele. “Quanto ao fato relevante, a interpretação é de que o pior ficou pra trás. Agora é fazer o acerto e bola pra frente.”

O dólar em alta, por sua vez, beneficiou as empresas do setor de exportação, quase todas elas registrando os melhores desempenhos da sessão.

Confira a seguir as maiores altas e as maiores baixas do dia entre os componentes do Ibovespa.

MAIORES ALTAS

  • Suzano ON (SUZB3) +6,01%
  • Gerdau PN (GGBR4) +5,77%
  • Gerdau Metlaúrgica PN (GOAU4) +5,25%
  • Minerva ON (BEEF3) +4,30%
  • BRF ON (BRFS3) +4,19%

MAIORES BAIXAS

  • Eletrobras ON (ELET3) -3,70%
  • IRB Brasil ON (IRBR3) -3,27%
  • Cielo ON (CIEL3) -3,16%
  • Hering ON (HGTX3) -3,11%
  • Cogna ON (COGN3) -3,01%

Dólar e juro

O mercado de câmbio também repercutiu os dados provenientes da China na abertura do pregão, mas passou a subir em reação aos comentários de Bolsonaro.

Ao término da sessão, a moeda norte-americana era cotada a R$ 5,2890, um avanço de 0,26% em relação ao dia anterior.

Assim como o dólar, os contratos de juros futuros abriram em leve baixa nesta terça-feira, mas também passaram a subir acompanhando os movimentos no câmbio e o noticiário local.

Enquanto isso, os investidores aguardam o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB), prevista para depois do encerramento do pregão de amanhã.

Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:

  • Janeiro/2022: de 2,810% para 2,870%;
  • Janeiro/2023: de 4,060% para 4,150%;
  • Janeiro/2025: de 5,930% para 6,030%;
  • Janeiro/2027: de 6,920% para 7,020%.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed

13 de setembro de 2022 - 19:01

Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições

13 de setembro de 2022 - 7:37

Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão

DANÇA DAS CADEIRAS

CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa

12 de setembro de 2022 - 19:45

Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim

FECHAMENTO DO DIA

Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09

12 de setembro de 2022 - 18:04

O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta

novo rei?

O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)

12 de setembro de 2022 - 11:12

Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior

Segredos da bolsa

Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB

12 de setembro de 2022 - 7:57

O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira

A SEMANA NA B3

Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice

10 de setembro de 2022 - 13:40

Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China

Exclusivo Seu Dinheiro

Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação

10 de setembro de 2022 - 10:00

Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda

FECHAMENTO DO DIA

Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14

9 de setembro de 2022 - 18:42

O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações

9 de setembro de 2022 - 7:36

O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa

FECHAMENTO DO DIA

BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20

8 de setembro de 2022 - 19:00

A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro

8 de setembro de 2022 - 7:47

Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão

FECHAMENTO DO DIA

Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23

6 de setembro de 2022 - 18:43

Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa

ACABOU A ESPERA?

Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda

6 de setembro de 2022 - 15:38

O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião

ANOTE NO CALENDÁRIO

Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro

6 de setembro de 2022 - 11:29

Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto

6 de setembro de 2022 - 7:43

Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia

FECHAMENTO DO DIA

Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15

5 de setembro de 2022 - 18:40

Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities

MÍNIMA HISTÓRICA

Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos

5 de setembro de 2022 - 13:55

O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro

PASSANDO A FAIXA

Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher

5 de setembro de 2022 - 9:14

Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit

SEGREDOS DA BOLSA

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje

5 de setembro de 2022 - 7:46

Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar