O Ibovespa recebeu um empurrão do exterior, mas não conseguiu romper os 80 mil pontos
O tom positivo visto lá fora deu força ao Ibovespa e fez o índice subir mais de 1%. No entanto, a turbulência no cenário doméstico inspirou cautela aos investidores e fez a bolsa ficar longe das máximas
Durante boa parte da sessão desta terça-feira (14), o Ibovespa exibiu ganhos de mais de 2% e, com isso, vinha se sustentando na casa dos 80 mil pontos. E a expectativa era grande — afinal, já faz mais de um mês que o índice não termina um pregão acima desse nível.
E tudo parecia bem encaminhado para que a quebra da marca: desde o início do dia, o Ibovespa vinha pegando carona no bom humor das bolsas globais — e, lá fora, os mercados acionários continuavam firmes e fortes, sem sinal de desaceleração.
Só que, na reta final da sessão, o índice brasileiro começou a perder intensidade. Ainda terminou em alta de 1,37%, mas frustrou quem já estava comemorando: no encerramento, o Ibovespa marcava 79.918,36 pontos — é o maior nível de fechamento desde 13 de março, mas, ainda assim, deixou um gosto amargo na boca.
- Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica dos mercados nesta terça-feira. Veja abaixo:
Essa redução na alta do Ibovespa, no entanto, não foi de todo surpreendente. Por mais que o exterior mostrasse força, o noticiário doméstico trazia elementos preocupantes — e, ao fim do dia, os investidores preferiram tirar o pé do acelerador, cautelosos com as turbulências em Brasília.
Considerando esse cenário, o mercado de câmbio assumiu um comportamento muito mais compatível nesta terça-feira: o dólar à vista passou boa parte da sessão perto da estabilidade, fechando em ligeira alta de 0,13%, a R$ 5,1901.
Afinal, por mais que o exterior mostrasse sinais animadores, o front local continuava estressado, impedindo um alívio mais firme no mercado de moedas.
Leia Também
Esperança chinesa
O principal elemento de sustentação às bolsas internacionais veio da China, com dados animadores da balança comercial em março: as exportações caíram 6,6% e as importações recuaram 0,9%, resultados melhores que os projetados pelos analistas.
Por mais que a economia chinesa ainda sinta os impactos do surto de coronavírus — por lá, o pico foi registrado em janeiro e fevereiro —, o nível de atividade do país parece estar se recuperando num ritmo mais rápido que o esperado. Assim, aumenta a esperança quanto a uma retomada igualmente veloz na Europa e nos EUA após a fase crítica da pandemia.
Na Europa, as notícias de que os países mais afetados pela Covid-19, como Espanha e Itália, já começam a planejar o retorno gradual das atividades e um leve relaxamento na quarentena também ajudaram a melhorar o humor dos investidores, dando força aos mercados do velho continente.
Ao fim do dia, tivemos ganhos firmes em Wall Street: o Dow Jones subiu 2,39%, o S&P 500 subiu 3,06% e o Nasdaq fechou em alta de 3,95%. Na Europa, o dia foi majoritariamente positivo nas principais praças acionárias.
Cautela doméstica
O otimismo internacional acabou ofuscando os focos de preocupação vistos no Brasil. Ontem, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o projeto emergencial de ajuda financeira aos Estados e municípios — o texto, que não exige maiores contrapartidas por parte de governadores e prefeitos, agora segue para votação no Senado.
Segundo uma nota técnica divulgada pelo ministério da Economia durante o fim de semana, a pauta pode causar um impacto de, ao menos, R$ 105 bilhões às contas públicas — e, por isso, a pauta é considerada uma 'bomba fiscal'. O relator do projeto, no entanto, estima um custo inferior à R$ 100 bilhões.
A aprovação do texto pela Câmara pode ser considerada uma derrota do governo, que tentou emplacar uma contraproposta que viabilizaria o envio direto de cerca de R$ 40 bilhões a governadores e prefeitos. A iniciativa, contudo, não foi bem sucedida.
No entanto, por mais que a 'bomba fiscal' tenha avançado no Congresso, a percepção de que a PEC conhecida como 'Orçamento de Guerra' será aprovada ajudou a acalmar os nervos do mercado, de acordo com avaliação do UBS.
Em relatório, o banco destaca que, com a PEC, o Banco Central poderá comprar títulos privados e do Tesouro — e a possibilidade de atuação mais intensa do BC neutralizou a potencial piora nas contas públicas.
Essa hipótese, inclusive, ajuda a explicar os novos ajustes negativos vistos no mercado de juros futuros — e o avanço de apenas 0,35% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em fevereiro também ajudou a manter os DIs controlados.
O resultado do IBC-Br fortaleceu a visão de que, mesmo antes do impacto do coronavírus, a atividade doméstica já estava bastante fraca — e, nesse cenário, os investidores continuaram apostando em novos cortes na taxa Selic, de modo a fornecer estímulo à economia brasileira:
- Janeiro/2021: de 3,09% para 3,04%;
- Janeiro/2022: de 3,70% para 3,76%;
- Janeiro/2023: de 4,89% para 4,73%;
- Janeiro/2025: de 6,54% para 6,31%;
- Janeiro/2027: de 7,40% para 7,25%.
Top 5
Confira abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta terça-feira:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| BRKM5 | Braskem PNA | 21,63 | +28,67% |
| IRBR3 | IRB ON | 11,98 | +15,30% |
| VVAR3 | Via Varejo ON | 6,09 | +12,15% |
| GNDI3 | NotreDame Intermédica ON | 56,07 | +9,94% |
| CVCB3 | CVC ON | 14,28 | +9,01% |
Veja também as cinco maiores baixas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| UGPA3 | Ultrapar ON | 14,10 | -2,96% |
| CIEL3 | Cielo ON | 4,83 | -2,42% |
| CRFB3 | Carrefour Brasil ON | 20,31 | -1,88% |
| EMBR3 | Embraer ON | 9,62 | -1,43% |
| PETR4 | Petrobras PN | 16,73 | -1,18% |
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa
Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP
Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano
Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3
