Clima azeda na reta final com falta de acordo nos EUA e bolsa fecha em queda
Fala do senador norte-americano Mitch McConnell azedou o humor nos mercados de ações e arrastou o Ibovespa
Atenas, 2004. O atleta brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima liderava a maratona olímpica com aproximadamente 30 segundos de vantagem sobre o segundo colocado restando menos de um quinto para o fim da prova. A vitória e o inédito ouro olímpico para o Brasil na maratona pareciam apenas uma questão de tempo.
Quando encontrava-se no 35º dos 42 quilômetros desta que é uma das mais importantes provas do atletismo mundial, um espectador - o ex-padre irlandês Cornelius Horan - rompeu o isolamento que separava os maratonistas do público e agarrou Vanderlei. O brasileiro até seguiu na prova, mas o bizarro incidente o desconcentrou e ele acabou em terceiro lugar.
Anos mais tarde, Vanderlei Cordeiro de Lima ganharia a medalha Pierre de Coubertain, numa espécie de compensação pela intervenção antidesportiva que lhe custou a consagração.
O episódio ilustra um pouco do que aconteceu hoje nos mercados de ações no Brasil e nos Estados Unidos. O Ibovespa e os principais índices de Wall Street subiam até a reta final da sessão.
Foi quando o senador republicano Mitch McConnell deu uma de Cornelius Horan. Ele declarou que as negociações com os democratas por uma nova rodada de estímulos fiscais nos Estados Unidos haviam chegado a um impasse.
Como a expectativa em torno desse acordo era o que vinha sustentando a alta nos ativos de risco pelo mundo, levando inclusive as bolsas de valores europeias a registrarem altas consistentes, os comentários de McConnell azedaram o clima nos mercados financeiros.
Leia Também
Os principais índices de Nova York passaram a cair e o Ibovespa, que desde o início do dia ensaiava uma alta tímida por causa da expectativa em torno do acordo, pisou em terreno negativo e não voltou mais.
Falaram mais alto os temores em relação ao cenário fiscal no Brasil, a virada para baixo nos preços do petróleo - o que arrastou as ações da Petrobras - e a ausência de novidades às vésperas do vencimento de opções sobre o Ibovespa.
O principal índice do mercado brasileiro de ações fechou em queda de 1,23%, aos 102.174,40 pontos.
No cenário local, a ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) confirmou a expectativa dos analistas de que a taxa básica de juros permanecerá baixa durante um período prolongado, dando suporte à crescente liquidez nos mercados financeiros.
Ainda assim, mesmo antes da fala de McConnell, as perspectivas de longo prazo das contas públicas brasileiras e a ausência de notícias que impulsionassem as empresas no âmbito local já inibiam avanços mais ousados no Ibovespa.
Entre os componentes do Ibovespa, as ações ON da Embraer (EMBR3) e da CVC (CVCB3) e os papéis PN da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL4) destacaram-se no campo positivo, figurando entre as maiores altas do índice.
De acordo com analistas, as empresas relacionadas com os setores de aviação e turismo beneficiaram-se de dados mostrando o aumento do número de viagens em aeroportos dos Estados Unidos.
No campo negativo, além da Petrobras, as ações ligadas a utilities fecharam em queda generalizada à medida que investidores buscavam posições mais arriscadas. Os papéis ON da Sabesp (SBSP3), por exemplo, caíram mais de 3% com analistas comentando certa "decepção" em meio à ausência de notícias sobre a privatização da estatal paulista de água e esgoto mesmo depois da aprovação do novo marco do saneamento básico.
Confira a seguir as maiores altas e queda no Ibovespa na sessão de hoje.
MAIORES ALTAS
- Gol PN (GOLL4) +8,45%
- Azul PN (AZUL4) +7,07%
- CVC ON (CVCB3) +6,54%
- IRB ON (IRBR3) +6,01%
- Hering ON (HGTX3) + 4,92%
MAIORES QUEDAS
- Cosan ON (CSAN3) -3,43%
- Braskem PN 9BRKM5) -3,25%
- Sabesp ON (SBSP3) -3,15%
- Vale ON (VALE3) -3,09%
- Equatorial ON (EQTL3) -2,80
Dólar e juro
Já o dólar fechou em queda seguindo a tendência internacional nos mercados de câmbio. O movimento foi beneficiado durante a maior parte do pregão pela renovação do apetite por risco no exterior.
A moeda norte-americana fechou em queda de 0,93%, a cotada a R$ 5,4156.
Enquanto isso, os contratos de juros futuros caíram acompanhando o recuo acentuado do dólar depois de terem passado a maior parte da sessão em alta.
A ata do Copom trouxe algum alívio à curva de juros, especialmente às taxas de curto prazo, ao reforçar a percepção de Selic estável em 2,00% por muito tempo. Entretanto, os juros de prazo mais longo subiram, mantendo no radar a deterioração do cenário fiscal brasileiro.
Confira os vencimentos com mais liquidez:
- Janeiro/2021: de 1,875% para 1,870%;
- Janeiro/2022: de 2,690% para 2,680%;
- Janeiro/2023: de 3,810% para 3,820%;
- Janeiro/2025: de 5,480% para 5,570%.
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3