Desconfiança persiste e Ibovespa fecha em forte queda acompanhando virada em Wall Street
Bolsa perdeu sucessivas marcas de suporte até fechar no nível mais baixo desde 13 de julho; apenas 7 ações subiram hoje
A desconfiança dos investidores em relação aos preços de algumas classes de ativos de risco voltou a dar as caras nos mercados financeiros nesta quinta-feira.
Ao mesmo tempo, sinais dúbios referentes à recuperação da economia global e os impasses em torno das medidas de estímulo nos Estados Unidos e das negociações entre União Europeia e Reino Unido em torno do Brexit trouxeram a aversão ao risco de volta à tona hoje – depois de algum alívio observado na véspera –, levando a mais um dia de intensa volatilidade e fortes quedas nas bolsas aqui e lá fora.
Ibovespa viveu momentos distintos
O principal índice brasileiro de ações abriu no azul e manteve-se próximo da estabilidade no início da sessão, oscilando entre leves altas e baixas em meio à ausência de sinais que determinassem uma direção mais clara aos negócios locais.
Assim como aconteceu ontem, o Ibovespa encontrava dificuldade para ir muito além dos 101 mil pontos antes de firmar-se em queda. A manutenção do índice acima desta barreira era dificultada hoje pela queda do petróleo nos mercados internacionais, o que afetou principalmente a cotação dos papéis da Petrobras.
O Ibovespa consolidou-se em queda apenas no fim da manhã, acompanhando a guinada para o terreno negativo desencadeada pelos papéis de energia e petróleo em Wall Street. A partir dali, o índice foi aprofundando o recuo à medida em que a aversão ao risco ganhava corpo em um pregão marcado por intensa volatilidade até fechar no nível mais baixo desde 13 de julho.
Exterior disseminou aversão ao risco
Lá fora, os principais índices de ações de Nova York apagaram a alta da abertura e passaram a cair durante a tarde. O mesmo ocorreu com as bolsas europeias, pressionadas também pelo impasse em torno do Brexit.
Leia Também
O movimento acentuou-se com a mudança de sinal no setor de tecnologia em um momento no qual os investidores mantêm questionamentos ao nível de preços de algumas classes de ativos de risco. O impasse político em torno dos estímulos fiscais nos EUA também pesou.
Na Europa, os principais índices de ações terminaram o dia no vermelho. O mesmo ocorreu com o Dow Jones (-1,45%), o S&P-500 (-1,76%) e o Nasdaq (-1,99%) em Nova York.
Em São Paulo, a bolsa brasileira foi perdendo sucessivamente os principais níveis de suporte até fechar em queda 2,43%, aos 98.834,59 pontos.
Antes da abertura dos negócios em São Paulo, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter sua política monetária inalterada na reunião realizada hoje, mas reiterou que continua disposto a ajustar "todos os seus instrumentos", conforme for apropriado.
Nos Estados Unidos, a estabilidade nos novos pedidos semanais de auxílio-desemprego frustrou a expectativa dos analistas.
Por aqui, o volume de vendas do varejo cresceu 5,2% em julho, na comparação com o mês anterior, após a alta recorde de 13,3% em maio e de 8,5% em junho, segundo Pesquisa Mensal de Comércio divulgada hoje pelo IBGE.
Ao longo do dia, o setor de aviação mostrou desempenho acima da média em meio a sinais de retomada da atividade econômica, mas nem todos os componentes se seguraram em alta até o fim do pregão.
Somente sete empresas listadas no Ibovespa viram suas ações subirem hoje. A maior alta foi registrada pelo Grupo Pão de Açúcar. As ações da empresa subiram quase 15% depois da apresentação de uma proposta visando a desmembrar as operações da rede de atacarejo Assaí.
Confira a seguir as maiores altas e baixas do dia entre os componentes do Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- Grupo Pão de Açúcar ON (PCAR3) +14,80%
- BRF ON (BRFS3) +3,72%
- JBS ON (JBSS3) +2,41%
- Gol PN (GOLL4) +2,07%
- Minerva ON (BEEF3) +2,05%
MAIORES BAIXAS
- Localiza ON (RENT3) -5,38%
- Lojas Renner ON (LREN3) -4,42%
- PetroRio ON (PRIO3) -4,16%
- Hapvida ON (HAPV3) -4,09%
- Sabesp ON (SBSP3) -3,95%
Dólar e juro
O mercado de câmbio iniciou o dia sob pressão diante da cautela nos mercados internacionais à espera de mais detalhes sobre a política monetária do BCE.
Com o andar do pregão, porém, o dólar passou a cair em relação ao real, acompanhando movimento de enfraquecimento da moeda norte-americana observado no exterior, especialmente em relação ao euro.
Entretanto, a piora entre os ativos brasileiros fez com que o dólar apagasse a queda em relação ao real e voltasse a subir até fechar em alta de 0,39%, cotado a R$ 5,3188.
Já os contratos de juros futuros operaram em alta durante toda a sessão. Os dados mostrando aquecimento nas vendas no varejo pressionaram principalmente os contratos de juros futuros com vencimentos mais longos.
Nos vencimentos mais curtos, os investidores seguem precificando a manutenção da taxa Selic a 2% ao ano na reunião Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) marcada para a semana que vem.
Ao mesmo tempo, o grande volume ofertado no leilão de LTN, NTN-F e LTF realizado no fim da manhã conduziu as taxas às máximas do dia, níveis próximos dos quais permaneceram até o fim da sessão.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 2,790% para 2,840%;
- Janeiro/2023: de 4,000% para 4,110%;
- Janeiro/2025: de 5,790% para 5,970%;
- Janeiro/2027: de 6,740% para 6,950%.
Ursos de 2025: Banco Master, Bolsonaro, Oi (OIBR3) e dólar… veja quem esteve em baixa neste ano na visão do Seu Dinheiro
Retrospectiva especial do podcast Touros e Ursos revela quem terminou 2025 em baixa no mercado, na política e nos investimentos; confira
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores