Ibovespa aproveita bom desempenho da Petrobras e estreia no quarto trimestre com virada contra cautela
Com virada da bolsa a partir do meio da tarde, cautela com os cenários político e fiscal locais ficou restrita aos mercados de câmbio e juros
O primeiro pregão do último trimestre de 2020 teve ares de um emocionante jogo de futebol com duas viradas no Ibovespa.
Depois de sair ganhando em sua estreia em outubro, o índice nem teve tempo de comemorar. Logo ficou em desvantagem no placar e teve que correr atrás.
Algumas mexidas depois, o Ibovespa recuperou-se na etapa complementar e conseguiu uma virada sobre a cautela dos investidores com os cenários fiscal e político do Brasil.
O craque responsável por mudar o cenário em campo foi a Petrobras, que saiu de um desempenho apagado no começo para conduzir o Ibovespa à conquista do resultado positivo.
O jogo
O Ibovespa saiu na frente. O principal índice de ações da B3 começou a partida acompanhando o movimento de apetite por risco vigente nos mercados financeiros internacionais em meio à expectativa de um acordo bipartidário em torno de um trilionário pacote de estímulo à economia dos Estados Unidos.
A esperança em um novo pacote com valor entre US$ 1,5 trilhão e US$ 2,2 trilhões em estímulos fiscais fez as bolsas de valores europeias fecharem majoritariamente em alta. Em Wall Street, os três principais índices (Dow Jones, +0,13%; S&P-500, +0,53%; Nasdaq, +1,42%) encerraram no azul.
Leia Também
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Ainda no começo, entretanto, o Ibovespa sofreu a primeira virada do dia.
Apesar do otimismo predominante, o fato de democratas e republicanos estarem há meses sem conseguir desfazer o impasse em torno do acordo limitava um pouco os ganhos, uma vez que as eleições presidenciais norte-americanas se aproximam e tendem a dificultar aproximações entre situação e oposição.
Além disso, a cautela dos investidores com relação aos cenários político e fiscal no Brasil pressionou os ativos locais durante a maior parte da estreia do Ibovespa no mês de outubro e, consequentemente, no quarto trimestre.
Cautela fiscal e política limitou ganhos
Durante a maior parte do dia, os investidores locais acompanharam o impasse relacionado às fontes de financiamento do programa Renda Cidadã ao mesmo tempo em que monitoram os desdobramentos dos desentendimentos entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Em nova troca de farpas ocorrida ontem, o presidente da Câmara afirmou que Guedes está ‘desequilibrado’ depois de o ter acusado de ter feito ‘um acordo com a esquerda' para não pautar privatizações no Congresso.
Sobre o programa de renda mínima cotado para suceder o Bolsa Família, embora a informação de que o governo teria desistido dos recursos de precatórios tenha sido considerada 'positiva', a fonte de financiamento do Renda Cidadã segue indefinida.
Virada veio com a Petrobras
Dentre os componentes do Ibovespa, os papéis da Gol e da Azul registraram forte alta depois de o Goldman Sachs ter revisado sua recomendação para as companhias aéreas de 'neutra' para 'compra'.
As ações de shopping centers também registravam bom desempenho em meio à expectativa de afrouxamentos das regras de isolamento social no Brasil.
Outro papel a brilhar hoje foi o da resseguradora IRB Brasil, que mantém o bom desempenho do fim do trimestre anterior em meio a uma sucessão de notícias consideradas positivas para a empresa. Mais uma vez a ação ON da IRB figurou como a de maior valorização do dia no Ibovespa.
Mas quem conduziu a virada foi a Petrobras. Os papéis da companhia estatal de petróleo e gás passaram a subir com o julgamento sobre a venda de ativos em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Petrobras ON avançou 0,91%, enquanto Petrobras PN subiu 1,22%.
Com isso, o Ibovespa encerrou o dia em alta de 0,93%, aos 95.478,52 pontos.
Confira a seguir as 5 maiores altas e as 5 maiores quedas do dia entre os componentes do Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- IRB Brasil ON (IRBR3) +8,14%
- Cogna ON (COGN3) +6,56%
- Multiplan ON (MULT3) +5,76%
- BR Malls ON (BRML3) +5,61%
- Azul PN (AZUL4) +5,41%
MAIORES BAIXAS
- Natura ON (NTCO3) -4,99%
- Qualicorp ON (QUAL3) -3,50%
- CVC ON (CVCB3) -2,60%
- Minerva ON (BEEF3) -1,62%
- B3 ON (B3SA3) -0,87%
Dólar e juro
Com a virada do Ibovespa, a cautela com os cenários político e fiscal locais concentrou-se no mercado de câmbio.
O dólar fechou em alta de 0,63%, cotado a R$ 5,6541.
Com isso, o real segue como a moeda mais desvalorizada ante a divisa norte-americana em 2020, com depreciação superior a 40% no acumulado do ano.
Já os contratos de juros futuros fecharam em alta acompanhando a valorização do dólar em meio à persistente percepção de deterioração do cenário fiscal brasileiro.
As taxas de DI também reagiram ao leilão de títulos públicos realizado na manhã de hoje pelo Tesouro Nacional.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 3,050% para 3,120%;
- Janeiro/2023: de 4,510% para 4,610%;
- Janeiro/2025: de 6,500% para 6,530%;
- Janeiro/2027: de 7,480% para 7,500%.
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018