🔴 TAESA (TAEE11), ITAÚ (ITUB4) E MAIS DE 40 EMPRESAS DIVULGAM RESULTADOS ESTA SEMANA – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Felipe Saturnino

Felipe Saturnino

Graduado em Jornalismo pela USP, passou pelas redações de Bloomberg e Estadão.

Ursos à solta

Sim, você já sabe, a bolsa está em ‘bear market’. Mas o que a crise do coronavírus tem de diferente?

Eu preparei um histórico das crises que fizeram a bolsa sofrer e falei com especialistas para saber quanto tempo pode levar para as ações se recuperarem do tombo

Felipe Saturnino
Felipe Saturnino
1 de abril de 2020
6:05 - atualizado às 20:12
coronavirus
Coronavírus contra o mundo - Imagem: Shutterstock

Como você sabe, menos de dois meses depois de alcançar as máximas históricas de fechamento, a bolsa brasileira entrou no chamado "bear market" (mercado do urso) diante do choque nos mercados provocado pela disseminação do coronavírus.

A expressão inglesa, muito empregada em cenários turbulentos, refere-se ao chamado mercado de baixa e reflete o pessimismo de investidores sobre o estado dos negócios — na mão contrária do "bull market", o mercado dos compradores (touros).

Um índice ou ativo entra em bear market se a sua cotação apresenta queda de 20% em relação ao seu pico. Desde o início de 2020, o Ibovespa (principal índice de ações da B3) despencou 36,86%.

Por ora, o tombo dá poucos sinais de trégua: e o ano, que era para ser de renovação de máximas históricas na bolsa, trouxe consideráveis cautelas sobre o futuro no médio e longo prazo. Instituições como Itaú BBA e XP Investimentos já cortaram suas projeções para o Ibovespa em 2020.

Mas — como você também deve saber — a bolsa brasileira já passou por poucas e boas ao longo do tempo, com crises estrangeiras e locais que chacoalharam as ações das companhias brasileiras.

O Seu Dinheiro preparou um histórico para relembrar algumas dessas crises que fizeram o Ibovespa cair forte e trouxeram os nervos dos investidores à flor da pele. Além disso, esclarecemos uma questão: qual é a diferença entre esta crise e as outras que o mercado já viveu?

Leia Também

Pré-impeachment de Dilma

  • Quando foi: maio de 2015 a janeiro de 2016
  • Quanto caiu o Ibovespa: 34,5%
  • Quantos dias do pico ao vale: 266 dias
  • Quanto tempo o Ibovespa levou para recuperar o patamar pré-crise: 6 meses

De 2014 a 2016, o Ibovespa amargou grandes perdas em meio à piora do cenário econômico e político. A reeleição de Dilma Rousseff e a crise política que a sucedeu provocaram tombos de mais de 20% e 30% na bolsa em dois períodos distintos.

Durante o governo da petista, a economia do Brasil se contraiu em 2015 e 2016, em meio à queda do preços das commodities e a desaceleração do crescimento da China.

Entretanto, fatores locais também pesaram: a má condução da política fiscal elevou o risco-país, diminuiu a confiança de investidores e desgastou a credibilidade dos formuladores da política econômica.

"Não há muito espaço para medida anticíclica do governo hoje, como foi em 2008, porque o governo Dilma deteriorou as condições da política fiscal", disse Frederico Sampaio, diretor de investimentos em renda variável da Franklin Templeton.

De setembro de 2014 a janeiro de 2016, a bolsa brasileira tinha passado de quase 62 mil para 37 mil pontos. A situação começou a melhorar nos meses que antecederam o impeachment de Dilma, que foi aprovado na Câmara dos Deputados em abril de 2016.

Crise financeira (subprime)

  • Quando foi: 19 de maio de 2008 a 27 de outubro de 2008
  • Quanto caiu o Ibovespa: 60%
  • Quantos dias do pico ao vale: 161 dias
  • Quanto tempo o Ibovespa levou para recuperar o patamar pré-crise: 6 meses

Normalmente equiparada à crise de 1929 em intensidade e em relevância, a crise financeira de 2008 também responde pelo nome de "crise do subprime".

O subprime é um crédito hipotecário de alto risco concedido por bancos a emprestadores com baixas garantias, que, naquela época, já havia se disseminado em proporções perigosas.

No que é provavelmente o evento mais marcante, levou à quebra do Lehman Brothers, um dos maiores bancos de investimento dos Estados Unidos.

A crise financeira teve enorme pressão sobre os índices globais em geral, e com o Ibovespa não foi diferente: a bolsa tombou 60% do pico ao vale em 5 meses.

A diferença entre a crise de 2008 e a atual é o foco estrutural: a crise do subprime afetou os balanços de múltiplos bancos e empresas, com consequências de médio e longo prazo na economia, e levou a uma maior regulação do sistema financeiro.

Um fator crítico na crise era a posição operacional das empresas na época. O economista-chefe do Itaú e ex-diretor do Banco Central, Mario Mesquita, já disse que, em 2008, as companhias brasileiras se encontravam muito mais alavancadas do que atualmente, além de manterem exposição a derivativos cambiais, o que as levou para o olho do furacão daquela crise.

A bolha da internet e o 11 de setembro

  • Quando foi: janeiro de 2001 a setembro de 2001
  • Quanto caiu o Ibovespa: 44%
  • Quantos dias do pico ao vale: 240 dias
  • Quanto tempo o Ibovespa levou para recuperar o patamar pré-crise: 983 dias

Todos se recordam de 2001 como um ano trágico: o do atentado às Torres Gêmeas, em Nova York.

Ali, o fator geopolítico, como hoje — em particular as relações entre Arábia Saudita e Rússia para estabelecer os preços do petróleo —, produziu consequências para os mercados.

Naquele mesmo ano, os índices acionários já haviam sido pressionados pelo estouro da bolha das primeiras empresas de internet — sem falar, de quebra, na crise da dívida externa da Argentina e no apagão elétrico do Brasil.

Uma consequência dessa crise foi a recessão global, dada a aversão ao risco no mundo financeiro. O Ibovespa tombou de 18 mil para 10 mil pontos. O índice só voltaria a alcançar os níveis de antes da crise em outubro de 2003.

E onde estamos nós?

E, enfim, voltamos a 2020.

A crise provocada pela disseminação do coronavírus implicará inevitavelmente em uma profunda recessão global, segundo as projeções de instituições e economistas.

Mas, diferentemente das últimas contrações na atividade global, esta tem sua razão de ser na quebra da cadeia de produção em larga escala.

“Enquanto 2008 nasceu diretamente no sistema financeiro, esta é uma crise de atividade, de produção, que afetou tanto a oferta como a procura”, disse Roberto Dumas, professor de Economia do Ibmec São Paulo.

Enquanto há uma acentuada depressão do nível da atividade econômica em um período concentrado, a projeção é que uma recuperação econômica se reinicie logo após a chamada "dissipação dos impactos".

"O choque que acontece é similar ao que houve com a greve dos caminhoneiros, pela paralisação da atividade", disse Mauricio Oreng, chefe de pesquisa macroeconômica do Santander Brasil.

Segundo Oreng, o surto possui impacto significativo agora nos índices de atividade, mas se dissipa ao longo do tempo, como o exemplo da China.

Na mesma toada, a tendência é que as ações das empresas reajam em linha com essa retomada da economia. Reproduzindo essa ideia, há duas semanas o ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, me disse que, como os mercados já tinham sofrido demais, era provável que a recuperação fosse "brutal".

Mas faltam muitos passos para chegarmos até lá. A princípio, serão necessários muito mais dados de atividade para verificar os impactos e dar uma ideia mais clara do tamanho do buraco — que deve ser grande.

Na última edição da pesquisa Focus, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central projetaram uma contração de 0,48% do Produto Interno Bruno (PIB) em 2020.

Para o gestor Rogério Xavier, sócio da SPX Capital, a retração da economia deve ser ainda maior e pode chegar a 5%.

Dentro da linha de que as empresas devem sofrer com o choque do coronavírus, a XP Investimentos cortou a projeção para o Ibovespa neste ano para 94 mil pontos. Mas para Fernando Ferreira, estrategista-chefe da corretora, o mundo deve voltar ao normal a partir de 2021.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DINHEIRO NA MÃO

Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio nesta semana

5 de maio de 2025 - 8:39

Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços

5 de maio de 2025 - 8:26

Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques

AÇÃO DO MÊS

Pódio triplo: Itaú (ITUB4) volta como ação mais recomendada para maio ao lado de duas outras empresas; veja as queridinhas dos analistas

5 de maio de 2025 - 6:04

Dessa vez, a ação favorita veio acompanhada: além do Itaú, duas empresas também conquistaram o primeiro lugar no ranking dos papéis mais recomendados para maio.

DINHEIRO NA MÃO

Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio na próxima semana

3 de maio de 2025 - 16:04

Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário

RECAPITULANDO

Semana mais curta teve ganhos para a Bolsa brasileira e o real; veja como foram os últimos dias para Ibovespa e dólar

3 de maio de 2025 - 11:43

O destaque da semana que vem são as reuniões dos comitês de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos para decidir sobre as taxas de juros dos seus países, na chamada “Super Quarta”

DIRETO DE OMAHA

Warren Buffett não foi às compras: Berkshire Hathaway tem caixa recorde de US$ 347,7 bilhões no primeiro trimestre; lucro cai 14%

3 de maio de 2025 - 10:37

Caixa recorde indica que Buffett não aproveitou a queda do mercado de ações no primeiro trimestre para aplicar o dinheiro em novas oportunidades

APÓS MÊS DIFÍCIL

Petrobras (PETR3) excluída: Santander retira petroleira da sua principal carteira recomendada de ações em maio; entenda por quê

2 de maio de 2025 - 13:13

Papel foi substituído por uma empresa mais sensível a juros, do setor imobiliário; saiba qual

CARTEIRA RECOMENDADA

IRB (IRBR3) volta a integrar carteira de small caps do BTG em maio: ‘uma das nossas grandes apostas’ para 2025; veja as demais alterações

2 de maio de 2025 - 12:02

Além do retorno da resseguradora, foram acrescentadas também as ações da SLC Agrícola (SLCE3) e da Blau Farmacêutica (BLAU3) no lugar de três papéis que foram retirados

TURBULÊNCIA CONTROLADA

Fim do sufoco? Gol (GOLL4) fecha novo acordo com credores e avança para sair da recuperação judicial nos EUA

2 de maio de 2025 - 11:18

Companhia aérea avança no processo do Chapter 11 com apoio financeiro e mira retomada das operações com menos dívidas; ações avançam na bolsa brasileira

DEIXOU DE SER QUERIDINHA?

WEG (WEGE3) tem preço-alvo cortado pelo JP Morgan após queda recente; banco diz se ainda vale comprar a ‘fábrica de bilionários’

2 de maio de 2025 - 10:35

Preço-alvo para a ação da companhia no fim do ano caiu de R$ 66 para R$ 61 depois de balanço fraco no primeiro trimestre

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta

2 de maio de 2025 - 8:21

As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA

SEXTOU COM O RUY

Ibovespa deu uma surra no S&P 500 — e o mês de abril pode ter sido apenas o começo

2 de maio de 2025 - 6:13

O desempenho do Ibovespa em abril pode ser um indício de que estamos diante de uma mudança estrutural nos mercados internacionais, com implicações bastante positivas para os ativos brasileiros

DE CARA NOVA

Esta empresa mudou de nome e ticker na B3 e começa a negociar de “roupa nova” em 2 de maio: confira quem é ela

1 de maio de 2025 - 17:30

Transformação é resultado de programa de revisão de estratégia, organização e cultura da empresa, que estreia nova marca

GANHADORES E PERDEDORES

As maiores altas e quedas do Ibovespa em abril: alívio nos juros foi boa notícia para ações, mas queda no petróleo derrubou petroleiras

1 de maio de 2025 - 14:02

Os melhores desempenhos são puxados principalmente pela perspectiva de fechamento da curva de juros, e azaradas do mês caem por conta da guerra comercial entre EUA e China

ÚLTIMA CHANCE

Ficou com ações da Eletromidia (ELMD3) após a OPA? Ainda dá tempo de vendê-las para não terminar com um ‘mico’ na mão; saiba como

1 de maio de 2025 - 12:44

Quem não vendeu suas ações ELMD3 na OPA promovida pela Globo ainda consegue se desfazer dos papéis; veja como

SD ENTREVISTA

Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30

1 de maio de 2025 - 7:31

Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo

JUNTANDO OS TIJOLINHOS

Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa

30 de abril de 2025 - 13:57

Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3

TCHAU, QUERIDA?

Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora

30 de abril de 2025 - 12:48

Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava

ABRINDO A TEMPORADA

Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?

30 de abril de 2025 - 11:58

Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram

TREINO ATIVO

Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas

30 de abril de 2025 - 11:08

Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar