Ibovespa opera em queda e descola do exterior, pressionado pela cautela local; dólar sobe
O Ibovespa segue no campo negativo, com os dados mais fracos da produção industrial neutralizando o otimismo dos mercados externos
Mesmo após quatro quedas consecutivas, o Ibovespa continua dando sinais de hesitação. O principal índice da bolsa brasileira opera em baixa nesta quinta-feira (9), com os investidores cautelosos em relação aos dados decepcionantes da produção industrial no país.
Por volta de 17/15, o Ibovespa recuava 0,29%, aos 115.908,28 pontos, indo na contramão do exterior: nos EUA, o Dow Jones (+0,69%), o S&P 500 (+0,58%) e o Nasdaq (+0,69%) sobem em bloco; na Europa, o tom foi positivo nas principais praças acionárias.
O mercado doméstico de câmbio também adotou uma postura mais prudente: o dólar à vista fechou em alta de 0,82%, a R$ 4,0852 — foi a maior valorização da divisa americana numa única sessão desde novembro.
E por que os mercados brasileiros estão destoando do resto do mundo?
Há dois vetores opostos influenciando as negociações por aqui. Por um lado, há a percepção de alívio nas tensões entre EUA e Irã, o que dá forças às bolsas mundiais. Mas, por aqui, os dados mais fracos da produção industrial trazem cautela e impedem a recuperação do Ibovespa.
Há pouco, o IBGE divulgou que a produção industrial do país caiu 1,2% em novembro em relação a outubro, resultado que veio abaixo das estimativas de analistas ouvidos pelo Broadcast, que indicavam uma queda de 0,5% no período.
Leia Também
"Era esperada uma queda, mas a produção industrial veio bem abaixo", diz Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos. "É um pouco desanimador".
O resultado decepcionante da produção industrial diminui a animação quanto à retomada da economia brasileira, que começou a mostrar números mais saudáveis nos últimos meses. Assim, os investidores locais opta por assumir uma postura mais cautelosa, apesar dos ganhos das bolsas internacionais.
Otimismo externo
Lá fora, os agentes financeiros seguem respirando aliviados após o presidente dos EUA, Donald Turmp, assumir um tom mais ameno em seu discurso após os ataques do Irã a duas bases militares do país no Iraque. O chefe da Casa Branca evitou uma escalada militar na região, anunciando apenas sanções econômicas contra Teerã.
A percepção de que os ânimos estão esfriando no Oriente Médio traz algum conforto aos mercados e permite que os investidores aumentem gradualmente a exposição ao risco. No entanto, o tema ainda exige cautela, já que as relações entre EUA e Irã ainda estão bastante deterioradas.
Juros caem
Os números mais fracos da produção industrial desencadeiam movimentos de ajustes negativos nas cuvas de juros, com o mercado apostando que novos cortes na Selic podem ser necessários para dar tração à economia. Veja como estão os principais DIs no momento:
- Janeiro/2021: estável em 4,45%.
- Janeiro/2023: de 5,72% para 5,67%;
- Janeiro/2025: de 6,40% para 6,37%;
- Janeiro/2027: de 6,76% para 6,73%.
Correção nos bancos...
As ações do setor bancário aparecem entre os destaques negativos da sessão: Itaú Unibanco PN (ITUB4) cai 1,74%, Bradesco PN (BBDC4) recua 2,08%, Banco do Brasil ON (BBAS3) tem baixa de 2,44% e as units do Santander Brasil (SANB11) desvalorizam 1,56%.
Esse comportamento, no entanto, não é desencadeado por um fator nítido. Analistas citam as declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto — ele afirmou que a instituição busca elevar a competição no setor de crédito — como um fator de estresse para as grandes instituições.
Mas as ações do setor bancário têm apresentado desempenhos bastante ruins nos últimos dias — o movimento de hoje, assim, apenas dá continuidade à tendência recente. Todos os papéis citados acima acumulam perdas de mais de 5% somente nesta semana
...e nas commodities
No mercado de commodities, o minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao fechou em baixa de 1,92%, fator que pressiona as ações da Vale e das siderúrgicas nesta quinta-feira.
Vale ON (VALE3) cai 1,61%, CSN ON (CSNA3) recua 1,06%, Gerdau PN (GGBR4) tem perda de 1,30% e Usiminas PNA (USIM5) opera em baixa de 1,38%.
Já o petróleo teve uma sessão relativamente estável, considerando a ausência de novidades no front das tensões no Oriente Médio. O WTI para fevereiro fechou em leve queda de 0,08%, enquanto o Brent para março subiu 0,05%.
Nesse cenário, as ações da Petrobras não se afastam muito do zero a zero: os papéis PN (PETR4) caem 0,62%, enquanto os ONs (PETR3) sobem 0,31%.
Top 5
Confira os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta quinta-feira:
- B2W ON (BTOW3): +4,07%
- IRB ON (IRBR3): +3,63%
- Braskem PNA (BRKM5): +3,25%
- Magazine Luiza ON (MGLU3): +2,90%
- Marfrig ON (MRFG3): +1,97%
Veja também as maiores quedas do índice no momento:
- Cielo ON (CIEL3): -4,98%
- Banco do Brasil ON (BBAS3): -2,49%
- CCR ON (CCRO3): -2,26%
- Bradesco PN (BBDC4): -2,08%
- Bradesco ON (BBDC3): -1,79%
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
