Ibovespa cai mais de 1% em meio à apreensão com vírus na China; dólar vai a R$ 4,20
O medo quanto a um surto de pneumonia provocado pela nova variação do coronavírus que surgiu na China aumenta a aversão ao risco nos mercados, derrubando o Ibovespa e levando o dólar à R$ 4,20

O clima é de cautela nos mercados globais nesta terça-feira (21). Mas, dessa vez, o que traz preocupação não é um desdobramento negativo da guerra comercial, um dado econômico ruim ou uma declaração torta de Donald Trump. O gatilho para a apreensão é a nova pneumonia que atinge a China.
- A filosofia da aposentadoria precoce: já pensou em poder se aposentar aos 40? Aprenda a estratégia de investimento para curtir sua liberdade financeira o quanto antes
A tensão aumentou após autoridades chinesas confirmarem que o novo tipo de coronavírus, que causa infeções respiratórias em seres humanos e animais, é transmissível entre seres humanos.
A situação gera ainda mais cautela porque, a partir de sexta-feira (24), a China entrará num longo período de recesso, em comemoração ao Ano Novo Lunar. Assim, é esperado um grande fluxo de turistas ao país, além de deslocamentos de chineses para outras regiões — o que eleva o medo em relação a um surto da doença.
Nesse cenário de incertezas, o Ibovespa operava em baixa de 1,14% por volta de 17h05, aos 117.521,18 pontos. Lá fora, o clima também é negativo: nos EUA, o Dow Jones (-0,44%), o S&P 500 (-0,14%) e o Nasdaq (-0,15%) caem em bloco.
Na Europa, as principais praças acionárias tiveram perdas firmes e, na Ásia, a sessão foi marcada por um comportamento negativo das bolsas mais relevantes.
E a apreensão aumentou ainda mais durante a tarde: autoridades sanitárias dos Estados Unidos irão confirmaram o primeiro caso da doença em território americano. Trata-se de um residente do estado de Washington que esteve recentemente na cidade de Wuhan, na China.
Leia Também
O mercado de câmbio também mostrou-se mais defensivo: o dólar à vista passou por altas e baixas, mas, com o noticiário vindo dos Estados Unidos, a moeda americana acentuou os ganhos e fechou em alta de 0,39%, a R$ 4,2050 — é o maior patamar desde 3 de dezembro.
No exterior, o dólar se valorizou em relação a quase todas as divisas de países estrangeiros, num movimento clássico de busca por proteção por parte dos investidores.
Enquanto isso, em Davos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou na abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. E, como era de se esperar, ele tratou das negociações comerciais com a China.
Entre outros pontos, o chefe da Casa Branca disse que as relações entre Washington e Pequim "nunca estiveram melhores", mas ressaltou que as tarifas de importação que já foram impostas continuarão valendo até que uma segunda fase do acerto seja fechada.
Já o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, disse durante o evento que o grande inimigo do meio ambiente é a pobreza. "Destroem porque estão com fome", disse.
Juros em baixa
Assim como ontem, o mercado de juros descolou do movimento de pressão mais intensa visto no dólar e terminou em baixa. Os agentes financeiros aguardam os dados do IPCA-15, a serem conhecidos na sexta-feira, para ter uma ideia melhor do cenário da inflação no país.
Os indicadores inflacionários são importantes para calibrar as apostas num eventual novo corte da Selic pelo Banco Central. Veja abaixo como ficaram os principais DIs nesta terça-feira:
- Janeiro/2021: de 4,42% para 4,39%;
- Janeiro/2023: de 5,66% para 5,60%;
- Janeiro/2025: de 6,39% para 6,34%;
- Janeiro/2027: de 6,77% para 6,73%.
Cia Hering sofre
As ações ON da Cia Hering (HGTX3) despencam 11,41% e apresentam o pior desempenho do Ibovespa nesta manhã. Na noite passada, a empresa reportou uma receita bruta de R$ 502,9 milhões no quarto trimestre de 2019, cifra 5,2% menor na base anual.
Além disso, as vendas mesmas lojas (SSS) recuaram 4% na rede Hering, interrompendo uma sequência de sete trimestres com alta nesse dado — os números foram considerados fracos pelos analistas do BTG Pactual e do Credit Suisse.
Cautela com a China
O cenário de incertezas em relação à China e à possível disseminação do coronavírus afeta as ações de empresas que exportam ao país asiático, especialmente mineradoras e siderúrgicas.
Assim, o dia é negativo para Vale ON (VALE3), que cai 2,39%; CSN ON (CSNA3), em baixa de 2,05%; Gerdau PN (GGBR4), com perda de 2,16%; e Usiminas PNA (USIM5), com desvalorização de 1,85%.
Top 5
Confira abaixo as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa nesta terça-feira:
- Raia Drogasil ON (RADL3): +5,45%
- Braskem PNA (BRKM5): +4,62%
- Tim ON (TIMP3): +2,95%
- JBS ON (JBSS3): +2,08%
- Havida ON (HAPV3): +1,65%
Veja também as maiores baixas do índice no momento:
- Cia Hering ON (HGTX3): -11,41%
- CVC ON (CVCB3): -4,15%
- Santander Brasil units (SANB11): -4,07%
- Gol PN (GOLL4): -3,73%
- Banco do Brasil ON (BBAS3): -3,01%
Nada de ouro ou renda fixa: Ibovespa foi o melhor investimento do primeiro semestre; confira os outros que completam o pódio
Os primeiros seis meses do ano foram marcados pelo retorno dos estrangeiros à bolsa brasileira — movimento que levou o Ibovespa a se valorizar 15,44% no período
Bolsas nas máximas e dólar na mínima: Ibovespa consegue romper os 139 mil pontos e S&P 500 renova recorde
A esperança de que novos acordos comerciais com os EUA sejam fechados nos próximos dias ajudou a impulsionar os ganhos na última sessão do mês de junho e do semestre
É possível investir nas ações do Banco do Brasil (BBAS3) sem correr tanto risco de perdas estrondosas, diz CIO da Empiricus
Apesar das recomendações de cautela, muitos investidores se veem tentados a investir nas ações BBAS3 — e o especialista explica uma forma de capturar o potencial de alta das ações com menos riscos
Reviravolta na bolsa? S&P 500 e Nasdaq batem recorde patrocinado pela China, mas Ibovespa não pega carona; dólar cai a R$ 5,4829
O governo dos EUA indicou que fechou acordos com a China e outros países — um sinal de que a guerra comercial de Trump pode estar chegando ao fim. Por aqui, as preocupações fiscais ditaram o ritmo das negociações.
Nubank (ROXO34) reconquista o otimismo do BTG Pactual, mas analistas alertam: não há almoço grátis
Após um período de incertezas, BTG Pactual vê sinais de recuperação no Nubank. O que isso significa para as ações do banco digital?
FII Guardian Real Estate (GARE11) negocia venda de 10 lojas por mais de R$ 460 milhões; veja quanto os cotistas ganham se a operação sair do papel
Todos os imóveis estão ocupados atualmente e são locados por grandes varejistas: o Grupo Mateus e o Grupo Pão de Açúcar
ETFs ganham força com a busca por diversificação em mercados desafiadores como a China
A avaliação foi feita por Brendan Ahern, CIO da Krane Funds Advisors, durante o Global Managers Conference 2025, promovido pelo BTG Pactual Asset Management
Pátria Escritórios (HGRE11) na carteira: BTG Pactual vê ainda mais dividendos no radar do FII
Não são apenas os dividendos do fundo imobiliários que vêm chamando a atenção do banco; entenda a tese positiva
Fim da era do “dinheiro livre”: em quais ações os grandes gestores estão colocando as fichas agora?
Com a virada da economia global e juros nas alturas, a diversificação de investimentos ganha destaque. Saiba onde os grandes investidores estão alocando recursos atualmente
Excepcionalismo da bolsa brasileira? Não é o que pensa André Esteves. Por que o Brasil entrou no radar dos gringos e o que esperar agora
Para o sócio do BTG Pactual, a chave do sucesso do mercado brasileiro está no crescente apetite dos investidores estrangeiros por mercados além dos EUA
Bolsa em alta: investidor renova apetite por risco, S&P 500 beira recorde e Ibovespa acompanha
Aposta em cortes de juros, avanço das ações de tecnologia e otimismo global impulsionaram Wall Street; no Brasil, Vale, Brasília e IPCA-15 ajudaram a B3
Ibovespa calibrado: BlackRock lançará dois ETFs para investir em ações brasileiras de um jeito novo
Fundos EWBZ11 e CAPE11 serão listados no dia 30 de junho e fazem parte da estratégia da gestora global para conquistar mais espaço nas carteiras domésticas
Todo mundo quer comprar Bradesco: Safra eleva recomendação para ações BBDC4 e elege novos favoritos entre os bancões
Segundo o Safra, a mudança de preferência no setor bancário reflete a busca por “jogadores” com potencial para surpreender de forma positiva
Apetite do TRXF11 não tem fim: FII compra imóvel ocupado pelo Assaí após adicionar 13 novos ativos na carteira
Segundo a gestora, o ativo está alinhado à estratégia do fundo de investir em imóveis bem localizados e que beneficia os cotistas
Até os gringos estão com medo de investir no Banco do Brasil (BBAS3) agora. Quais as novas apostas dos EUA entre os bancos brasileiros?
Com o Banco do Brasil em baixa entre os investidores estrangeiros, saiba em quais ações de bancos brasileiros os investidores dos EUA estão apostando agora
FIIs de papel são os preferidos do Santander para estratégia de renda passiva; confira a carteira completa de recomendação
Fundos listados pelo banco tem estimativas de rendimento com dividendos de até 14,7% em 12 meses
Mesmo com petroleiras ‘feridas’, Ibovespa sobe ao lado das bolsas globais; dólar avança a R$ 5,5189
Cessar-fogo entre Israel e Irã fez com que os preços da commodity recuassem 6% nesta terça-feira (24), arrastando as empresas do setor para o vermelho
Não é hora de comprar Minerva (BEEF3): BTG corta preço-alvo das ações, mas revela uma oportunidade ainda mais suculenta
Os analistas mantiveram recomendação neutra para as ações BEEF3, mas apontaram uma oportunidade intrigante que pode mexer com o jogo da Minerva
CVC (CVCB3) decola na B3: dólar ajuda, mas otimismo do mercado leva ação ao topo do Ibovespa
A recuperação do apetite ao risco, o fim das altas da Selic e os sinais de trégua no Oriente Médio renovam o fôlego das ações ligadas ao consumo
É hora do Brasil: investidores estrangeiros estão interessados em ações brasileiras — e estes 4 nomes entraram no radar
Vale ficou para trás nos debates, mas uma outra empresa que tem brilhado na bolsa brasileira mereceu uma menção honrosa