Após sangria, Ibovespa acompanha Nova York e sobe 1,3%; juros recuam com Copom
Índice teve sessão de altos e baixos a princípio, mas acabou seguindo bolsas americanas e registrou maior alta em uma semana; Petrobras e Vale são destaques após balanços. Dólar marca leve ganho
Após a tensão de ontem espalhadas pelos mercados, que fez o Ibovespa recuar mais de 4%, o principal índice acionário da bolsa brasileira conseguiu devolver algumas das perdas em uma sessão de humor mais leve dos investidores.
Puxado pelas bolsas americanas e pelo bom desempenho de pesos-pesados como Petrobras e Vale, o índice se estabeleceu em alta durante a tarde, após oscilar entre altas e baixas no início do dia, e fechou em alta de 1,27%, cotado aos 96.582,12 pontos. Foi a maior alta do índice desde quinta passada (22), quando apontou avanço de 1,36%, em meio à breve retomada dos 100 mil pontos.
Neste mês, o Ibovespa ainda conserva ganhos de 2,1% — no ano, acumula perdas de 16,5%.
Nos Estados Unidos, boas notícias do ambiente macroeconômico foram os principais condutores dos negócios.
O avanço maior do que o esperado do PIB dos EUA no terceiro trimestre, crescendo a uma taxa anualizada de 33,1% frente ao trimestre anterior, deu aos agentes financeiros esperanças sobre a recuperação da economia do país.
Além disso, o número de pedidos de seguro-desemprego foi menor do que o esperado pelos analistas. Os Estados Unidos registraram 751 mil novas solicitações, abaixo das 770 mil que eram previstas pelo mercado.
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No fim do dia, o S&P 500 fechou a sessão em alta de 1,2%; o Dow Jones, de 0,5%; e o Nasdaq, de 1,64%.
Outro driver das bolsas nos EUA são os balanços das gigantes da tecnologia, como Facebook, Amazon, Apple e Alphabet, divulgados hoje após o fechamento dos mercados — o que explica o grande desempenho do Nasdaq.
O cenário local, enquanto isso, continua atribulado.
Pela manhã, fator de volatilidade foi a declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, de que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não estava à altura do cargo. Isto porque, segundo Maia, Campos Neto teria vazado à imprensa conteúdo da conversa que teve com ele.
No entanto, logo depois o deputado pediu desculpas, citando que o chefe do BC lhe havia telefonado esclarecendo que não tinha feito o vazamento.
A conversa referia-se à pauta econômica do governo Jair Bolsonaro no Congresso. Nesta semana, Maia falou que a base do governo tem obstruído as votações de temas caros à agenda reformista.
Em meio a este imbróglio, o Ibovespa chegou a marcar fortes 2,08% de queda, caindo para 93.386,55 pontos.
Uma fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, segundo analistas, ajudou a desanuviar o cenário.
“Se lidarmos bem com o problema do teto, das fontes, de uma forma fiscalmente responsável, ou então a volta ao Bolsa família. O que não vamos fazer é uma irresponsabilidade fiscal", disse Guedes, em audiência na comissão mista do Congresso, que também afirmou que não haverá aumento de imposto no governo e também abriu mão do imposto digital.
"Foi um dia nervoso, como têm sido os dias de 2020. A gente foi carregado pelo exterior, teve um pouco da fala do Guedes que ajudou", diz Daniel Rezende, analista da Messem Investimentos. "Mas é normal que depois de um sell-off clássico os investidores vejam que nem todas as empresas vão sofrer os mesmos impactos de uma nova onda de covid-19."
Top 5
Uma das empresas destacadas por Rezende é a Rumo, uma das maiores altas hoje. "Como pode uma empresa de logística cair tanto ontem? Não está claro que ela não sofre tanto os impactos do coronavírus?", afirmou, citando a irracionalidade dos mercados.
Ações de Vale e Petrobras também ajudaram a recuperação parcial do índice hoje. Vale ON (VALE3) subiu 2,9%, enquanto Petrobras ON (PETR3) e Petrobras PN (PETR4) avançaram 3,7% e 3,34%, respectivamente, em um dia ruim para o petróleo no mercado internacional em razão dos temores da covid-19 no exterior, que podem desacelerar a demanda.
Ontem, tanto Petrobras como Vale soltaram balanços após o fechamento dos mercados. Você pode conferir os balanços de hoje neste compilado do Seu Dinheiro, além de temas importantes da teleconferência da Petrobras.
Confira as maiores altas percentuais do dia:
| CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| COGN3 | Cogna ON | 4,54 | 6,82% |
| RAIL3 | Rumo ON | 18,33 | 4,56% |
| FLRY3 | Fleury ON | 27,43 | 4,50% |
| VVAR3 | Via Varejo ON | 18,25 | 4,35% |
| SANB11 | Santander units | 33,39 | 4,31% |
Sensível ao noticiário do coronavírus, a ação da aérea Gol foi um dos piores desempenhos do dia no Ibovespa. Veja as maiores quedas:
| CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| ABEV3 | Ambev ON | 12,89 | -3,59% |
| CRFB3 | Carrefour Brasil ON | 19,20 | -2,54% |
| EZTC3 | EZTEC ON | 36,39 | -2,26% |
| GOLL4 | Gol PN | 16,61 | -1,83% |
| JBSS3 | JBS ON | 19,65 | -1,65% |
Dólar tem leve alta, juros caem
O dólar teve uma sessão também de altos e baixos. Após novamente se aproximar do nível de R$ 5,80 durante a sessão, em máxima de 0,51%, desacelerou o movimento e teve momentos em que ficou no vermelho.
Na mínima, o dólar chegou a cair 0,3%, indicando a volatilidade do dia. No fim da sessão, o dólar encerrou em alta leve de 0,09%, cotado a R$ 5,7451.
"Tem incerteza lá fora, com o retorno da covid-19, tem incerteza aqui, com a trajetória fiscal", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. "O mercado fica assim, de um lado para o outro, mas em busca de notícia nova, ontem já tinha disparadado, hoje ficou de lado."
Galhardo destaca que a atuação de ontem do BC foi para enxugar gelo, apenas amaciando a alta do dólar em um dia ruim geral para as moedas emergentes. Ele acredita que o mercado vai começar a "testar" o BC. "O mercado quer ver se o BC tem dólar para vender em uma situação que pouca gente quer vender."
Enquanto isso, se a Selic ficou parada, os juros futuros caíram na B3.
Após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros parada em 2% ao ano, na mínima histórica, as taxas dos contratos de depósitos interbancários se ajustam à sinalização do Banco Central de que a Selic continuará inalterada no futuro.
Ontem, o comunicado do comitê demonstrou que a autoridade monetária avalia que o choque da inflação de alimentos é transitório e que as expectativas de inflação continuam ancoradas.
Além disso, o Copom pontuou que o regime fiscal do país (leia-se teto de gastos) continua mantido — ou seja, as condições satisfazem a manutenção do juro básico.
A queda é visível nos juros curtos. "A ponta curta reage ao comunicado, que deixou claro que o forward guidance não foi abandonado", diz Paulo Nepomuceno, analista de renda variável da Terra Investimentos.
"Mas o mercado está represando, e como a ponta curta cai um pouco, para compensar, a longa acaba subindo", diz ele.
Segundo Nepomuceno, isso significa que o mercado acha que o BC pode levar mais tempo para elevar os juros, em meio aos novos casos de covid-19 na Europa e nos Estados Unidos que, eventualmente, podem forçar novos estímulos monetários — isto é, novos cortes de juros. Veja as taxas dos principais vencimentos:
- Janeiro/2021: de 1,97% para 1,95%
- Janeiro/2022: de 3,49% para 3,43%
- Janeiro/2023: de 4,99% para 4,97%
- Janeiro/2025: de 6,66% para 6,71%
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