🔴 SÉRIE EMPIRICUS IN$IGTS: +100 RELATÓRIOS CORTESIA – LIBERE GRATUITAMENTE

Ivan Ryngelblum
Ivan Ryngelblum
Jornalista formado pela PUC-SP, com pós-graduação em Economia Brasileira e Globalização pela Fipe. Trabalhou como repórter no Valor Econômico, IstoÉ Dinheiro e Agência CMA.
Sinal amarelo

Quatro cancelamentos e um adiamento. Será que o bonde dos IPOs na B3 passou?

A dúvida começou a rondar a cabeça dos investidores com a piora dos mercados que levou o Ibovespa a cair quase 10% nos últimos dois meses

Ivan Ryngelblum
Ivan Ryngelblum
3 de outubro de 2020
6:16 - atualizado às 19:55
Montagem com bonde na frente da sede da B3
Montagem com bonde na frente da sede da B3 - Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

A janela para novas ofertas de ações fechou? A dúvida começou a rondar a cabeça dos investidores com a piora dos mercados que levou o Ibovespa a cair quase 10% nos últimos dois meses.

Desde agosto, quatro ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) ficaram pelo caminho: BR Partners, Caixa Seguridade, Compass e You Inc. Além delas, a construtora Pacaembu adiou para 29 de outubro a data de precificação de sua oferta que estava prevista para esta semana.

Outras empresas reavaliam os planos de debutar na bolsa com a piora da percepção dos investidores sobre a situação fiscal do país. Mas será que o bonde dos IPOs passou ou ainda dá para pegar um deles na "Estação B3"?

Ano perdido (só que não)

Depois de um ano que parecia perdido com o estrago provocado pela pandemia do coronavírus, a rápida recuperação da bolsa animou as empresas brasileiras a retomarem seus planos para captar recursos no mercado de capitais.

Levantamento feito pela XP Investimentos mostra que, desde o início do ano, 16 companhias estrearam na bolsa, movimentando mais de R$ 10 bilhões em seus IPOs. Até sexta-feira (2), 41 empresas estavam na fila da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para abrir o capital.

Mantido esse ritmo, 2020 pode se aproximar do recorde estabelecido em 2007, quando a bolsa registrou 64 IPOs, que somaram R$ 55,6 bilhões à época, de acordo com a XP.

O fato de os juros estarem no menor patamar da história está incentivando muitas empresas a abrir capital e outras, que já tem ações negociadas, a realizar ofertas subsequentes, conhecidos como “follow-on”, em busca de recursos.

O movimento é animador e positivo para o desenvolvimento do nosso mercado acionário. O Brasil ainda tem poucas empresas com ações listadas na bolsa – 429, contra cerca de 2 mil na Inglaterra e 5 mil nos Estados Unidos.

Mas a recente volatilidade nos mercados acionários parece ter reduzido o ímpeto de muitos interessados nesse tipo de operações. O sinal de alerta acendeu quando quatro companhias decidiram suspender suas ofertas:

Caixa Seguridade

Braço de seguros e previdência da Caixa Econômica Federal, a Caixa Seguridade anunciou a interrupção de seu IPO em 24 de setembro. A oferta era secundária, envolvendo apenas a venda da participação que o banco estatal tem na companhia.

A decisão foi, talvez, uma das mais sentidas pelo mercado. Se tivesse ido em frente, teria sido o maior IPO até o momento de 2020, movimentando cerca de R$ 10 bilhões ou mais.

Compass

Subsidiária da Cosan no segmento de gás, a Compass teve seu IPO cancelado no dia 28 de setembro. A oferta somaria em torno de R$ 4,4 bilhões.

A operação foi anunciada como parte do processo de reestruturação societária da Cosan, considerada por analistas como muito confusa. Com a abertura do capital, os investidores poderiam ter acesso direto a um dos principais negócios do grupo e as ações da Cosan poderiam ser mais bem avaliadas.

BR Partners

O banco de investimentos BR Partners decidiu cancelar a sua listagem no dia 23 de setembro, também citando as atuais condições do mercado. A projeção era de levantar até R$ 885,8 milhões.

Se fosse levado adiante, o BR Partners seria o segundo banco de investimento listado na B3. O primeiro foi o BTG Pactual, que realizou seu IPO em 2012.

You Inc

A incorporadora You Inc desistiu um pouco antes de seu IPO, em agosto. Na ocasião, ela informou que os pedidos de reserva já haviam superado o valor de R$ 489 milhões.

Ela protocolou o pedido de registro para sua oferta em 2 de março. Na época, a empresa havia divulgado que os recursos da operação primária seriam utilizados em projetos em estágio avançado de desenvolvimento para incremento do volume de lançamentos.

Ruído ou tendência?

Para analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro, outras empresas podem ficar de fora, mas o bonde das ofertas ainda não passou. “O momento do mercado ajuda ou atrapalha muito o IPO, mas o ponto principal é que isso é ruído”, afirma Frederico Sampaio, diretor de renda variável da Franklin Templeton. “Uma empresa boa não vai ter problemas em realizar um IPO. Para ativos bons, eu não vejo dificuldades de listar ações.”

Os casos de Caixa Seguridade, Compass e BR Partners mostram claramente que elas estão interessadas em continuar, mas não querem lançar a qualquer preço.

O que ocorre é que a atual volatilidade dos mercados está levando os investidores a pedir que as companhias reduzam o piso da faixa de preço inicial das suas ações, algo que muitas não estão dispostas a fazer, para não perderem dinheiro.

“A lista de operações de ações e fundos imobiliários segue aquecida e deve continuar assim”, diz Pedro Galdi, analista da Mirae Asset.

Para ele, a perspectiva de que os juros permanecerão baixos por muito tempo estimula as empresas lançarem ofertas e os investidores buscarem essas operações em busca de rentabilidade, uma vez que a renda fixa já não é mais uma opção atraente. “Com juros baixos, não tem para onde correr”, afirma Galdi.

Algumas empresas estão conseguindo emplacar ofertas, mesmo diante das dificuldades do momento. O mais recente exemplo é do birô de crédito Boa Vista, que levantou R$ 2,17 bilhões com seu IPO em 29 de setembro, estabelecendo o preço das ações no centro da faixa indicativa.

Ou seja, não dá para colocar tudo nas costas nas condições do mercado. Para empresas consideradas atrativas para o mercado, sempre vai haver um bonde passando.

Compartilhe

Engordando os proventos

Caixa Seguridade (CXSE3) pode pagar mais R$ 230 milhões em dividendos após venda de subsidiárias, diz BofA

14 de setembro de 2022 - 13:22

Analistas acreditam que recursos advindos do desinvestimento serão destinados aos acionistas; companhia tem pelo menos mais duas vendas de participações à vista

OPA a preço atrativo

Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?

12 de setembro de 2022 - 13:09

O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação

novo rei?

O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)

12 de setembro de 2022 - 11:12

Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior

Exclusivo Seu Dinheiro

Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação

10 de setembro de 2022 - 10:00

Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda

NOVO ACIONISTA

Com olhos no mercado de saúde animal, Mitsui paga R$ 344 milhões por fatias do BNDES e Opportunity na Ourofino (OFSA3)

9 de setembro de 2022 - 11:01

Após a conclusão, participação da companhia japonesa na Ourofino (OFSA3) será de 29,4%

Estreia na bolsa

Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos

6 de setembro de 2022 - 11:38

Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo

Bateu o mercado

BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês

5 de setembro de 2022 - 15:00

Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice

PEQUENAS NOTÁVEIS

Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro

1 de setembro de 2022 - 13:50

Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar

30 de agosto de 2022 - 11:14

Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico

Exclusivo Seu Dinheiro

Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal

30 de agosto de 2022 - 9:00

Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar