🔴 COPOM À VISTA: RECEBA EM PRIMEIRA MÃO 3 TÍTULOS PARA INVESTIR APÓS A DECISÃO – ACESSE GRATUITAMENTE

Vale ainda é uma mina de problemas, mas resultados contam outra história

Depois de algum tempo defendendo que era hora de esperar e, com todo respeito às vítimas das tragédias em Brumadinho e Mariana, acho que está na hora de comprar as ações, desde que você tenha estômago para aguentar a inevitável volatilidade que devemos ter pela frente

25 de maio de 2019
6:01 - atualizado às 20:10
Navio da Vale
Imagem: Agência Vale

Uma das principais notícias desta temporada de resultados foi a de que, pela primeira vez na história, a Vale (VALE3) reportou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo.

Apesar de absolutamente verdadeira, a manchete não conta toda a história: o resultado operacional da Vale foi bom, com geração de caixa de US$ 2,2 bilhões, em linha com o primeiro trimestre do ano passado. Com um capex (investimento em ativos fixos) realizado de US$ 512 milhões, temos uma geração de caixa livre saudável da ordem de US$ 1,6 bilhão.

O que fez a Vale reportar números tão ruins foram as provisões referentes ao rompimento da barragem em Brumadinho – a companhia reconheceu despesas de US$ 4,7 bilhões, já incluindo os efeitos do descomissionamento das barragens a montante, o que levou ao Ebitda negativo de US$ 652 milhões – ajustado para esses efeitos, o Ebitda seria positivo em US$ 4,5 bilhões (a bagatela de R$ 18 bilhões).

O que mais me chamou a atenção no resultado foi que, mesmo com volumes muito menores no trimestre, o Ebitda da divisão de minerais ferrosos cresceu em relação ao mesmo período do ano anterior – o aumento de preço do minério de ferro mais do que compensou a queda dos volumes!

O aumento de preços do minério se deu muito em função da própria Vale – o mercado está “justo”, sem muita folga: com a brasileira produzindo menos em função da paralisação da atividade em diversas minas, o preço disparou.

Em um mercado de commodities com pouca diferenciação entre os diversos produtores, a “mão invisível” do mercado é implacável – oferta e demanda definem preços e devem fazer Adam Smith chorar de emoção onde quer que esteja gerindo sua fábrica de alfinetes.

Leia Também

Desde o rompimento da barragem em Brumadinho, em janeiro deste ano, o minério já subiu cerca de 30% e está nas máximas desde o começo de 2017. Enquanto o preço sobe, os estoques em portos chineses só caem, o que dá alguma sustentação para os preços no curto prazo.

Fazendo uma conta simples, mas bastante útil, aponta para um potencial alto de valorização para as ações da Vale e, dados os níveis atuais, dá até para dizer que o papel aguenta bastante desaforo.

Basicamente, é o seguinte: o "breakeven" por tonelada de minério para o primeiro trimestre ficou em US$ 30. Essa é só uma maneira bonitinha para dizer que, com o preço do minério abaixo de US$ 30, a Vale começa a dar prejuízo e, acima disso, lucro.

Pois bem, o minério hoje é negociado a quase US$ 93 por tonelada, mas isso é um “preço lista”, digamos que role um desconto e alguns outros ajustes no meio do caminho e o preço realizado (preço médio de venda) seja US$ 83/ton, mais próximo do que foi no primeiro trimestre (quando o preço lista estava mais baixo).

Sob essas premissas, dá para dizer que para cada tonelada que a Vale vender, ela faz US$ 53 de Ebitda. As estimativas de produção atualizadas (já levando em consideração os efeitos de Brumadinho) indicam volume entre 307 e 332 milhões de toneladas de minério de ferro para 2019.

Se trabalharmos com 310 milhões de toneladas para o segmento de minerais ferrosos (que é o que importa, no fim das contas) e manutenção dos níveis nas outras unidades de negócio, dá para falar em um Ebitda de US$ 18,2 bilhões em 2019. Usando um múltiplo EV/Ebitda (múltiplo que mede a relação entre o valor da empresa e o Ebitda) de 5x (já abaixo da média histórica de 5,5x), chego em um valor justo de R$ 58,2 por ação – um potencial de cerca de 20% de alta para o preço de tela.

Esse número é conservador porque (i) usa um volume de produção próximo ao mínimo do guidance; (ii) usa um preço realizado abaixo do que foi o primeiro trimestre, apesar de o minério estar operando cerca de 10% acima no segundo trimestre e (iiI) já embute um desconto no múltiplo EV/Ebitda porque, bem, a Vale causou os dois maiores desastres ambientais da história brasileira em um intervalo de pouco mais de três anos.

Sem forçar muito, dá para chegar em um preço justo de R$ 71 por ação (quase 50% de valorização) – é só trabalhar com um preço realizado de US$ 90/ton de minério (que está praticamente dado para o segundo trimestre) e um volume de 320 milhões de toneladas (no meio das projeções da companhia).

E por que Vale está, assim, tão “barata”?

Até o dia 25 de janeiro, as ações da Vale negociavam em torno de R$ 56 – no dia 28 de janeiro, primeiro pregão depois do rompimento de Brumadinho, as ações fecharam cotadas a R$ 42. Mais do que os estragos do desastre (que foram muitos!), Brumadinho deixou a impressão de que a Vale, seus consultores e os órgãos reguladores são incapazes de avaliar adequadamente a situação das barragens brasileiras.

Oras, se todos os documentos e licenças estavam em dia e se, de fato, a companhia estava sendo mais cautelosa depois do que houve em Mariana, como não conseguiram detectar os problemas em Brumadinho? Todas as barragens são suspeitas.

Para piorar, a crise custou a cabeça de Fabio Schvartsman, então presidente da companhia e um dos executivos mais respeitados do país. Fabio assumiu o cargo no início de 2017 e provocou profundas alterações na estrutura de governança e nas diretrizes operacionais da mineradora – em menos de um ano, o preço das ações mais do que dobrou!

Além disso, operacionalmente, a vida da Vale ficou, de fato, mais difícil – além da menor produção, é difícil acreditar que, ao menos no médio prazo, a companhia tenha vida fácil em conseguir aprovações ambientais, sem contar o maior custo com segurança e até mesmo seguros corporativos.

Por fim, o que parece estar pesando mais para o papel no curto prazo: o fluxo de notícias ainda é bastante negativo. Há poucos dias, a notícia de que um novo rompimento pode ocorrer a qualquer momento em Minas Gerais – há o risco de desabamento no talude da mina de Congo Seco.

O desabamento, em si, tem poucos impactos – a mina está desativada desde 2016 e o conteúdo, seco, seria acomodado dentro da própria mina, sem prejuízos para o entorno. A questão é que há a possibilidade de que o eventual desabamento gere tremores que podem vir a causar o rompimento da barragem Sul Superior, a cerca de 1,5km da mina de Congo Seco (tem bastante condicional aí, não?!).

Quando da divulgação da notícia (16 de maio), as ações chegaram a cair 4,5% e fecharam em queda de 3,2%. O movimento, na minha humilde opinião, foi exagerado e dá nota de como o mercado deve reagir a tudo que for relacionado à Vale por um bom tempo.

Entre o processo de edição e publicação desta coluna, pode ser que o talude ceda e que a mina se rompa. Aí a Vale poderia pedir música para o Fantástico: os três maiores desastres ambientais da história do país em menos de três anos. Sinceramente, me parece pouco provável, por mais que não se possa descartar mais nada no que diz respeito à Vale e suas minas...

Mesmo sabendo que preços de commodities são extremamente voláteis e que, a qualquer momento, novos desdobramentos da guerra comercial entre China e EUA podem devastar o mercado de minério de ferro, o potencial para geração de caixa da Vale mais do que compensa os riscos – o termo técnico seria: “nesse nível de preços, o papel aguenta desaforo pra caralho”.

Depois de algum tempo defendendo que era hora de esperar, acredito que a maioria das incertezas ficou para trás e, com todo respeito às vítimas das tragédias em Brumadinho e Mariana, acho que está na hora de comprar Vale, desde que você tenha estômago para aguentar a inevitável volatilidade que devemos ter pela frente.

Sem forçar muito, dá para chegar em um preço justo de R$ 71 por ação (quase 50% de valorização) – é só trabalhar com um preço realizado de US$ 90/ton de minério (que está praticamente dado para o segundo trimestre) e um volume de 320 milhões de toneladas (no meio das projeções da companhia).

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
Estreia na bolsa

Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos

6 de setembro de 2022 - 11:38

Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo

Bateu o mercado

BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês

5 de setembro de 2022 - 15:00

Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice

PEQUENAS NOTÁVEIS

Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro

1 de setembro de 2022 - 13:50

Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar

30 de agosto de 2022 - 11:14

Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico

Exclusivo Seu Dinheiro

Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal

30 de agosto de 2022 - 9:00

Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal

MAQUININHAS ESTÃO COM TUDO

Mais um banco se rende à Cielo (CIEL3) e passa a recomendar a compra da ação, mesmo após alta de quase 200% neste ano

26 de agosto de 2022 - 13:43

Com potencial de alta de quase 30% estimado para os papéis, os analistas do Credit Suisse acreditam que você deveria incluir as ações da empresa de maquininhas no seu portfólio

REENQUADRAMENTO

IRB lança oferta primária restrita, mas limita operação a R$ 1,2 bilhão e antecipa possibilidade de um descontão; IRBR3 é a maior alta do Ibovespa hoje

25 de agosto de 2022 - 7:20

Resseguradora busca reenquadramento da cobertura de provisões técnicas e de liquidez regulatória para continuar operando

Distribuição de lucros

Dividendos: Porto Seguro (PSSA3) anuncia quase R$ 400 milhões em JCP; Kepler Weber (KEPL3) também distribuirá proventos

24 de agosto de 2022 - 19:06

Data de corte é a mesma em ambos os casos; veja quem tem direito a receber os proventos das empresas

MAIS UM PASSO

Oi (OIBR3) confirma venda de operação fixa para subsidiária da Highline; transação pode alcançar R$ 1,7 bilhão

23 de agosto de 2022 - 6:02

Proposta da NK 108, afiliada da Highline, foi a única válida no leilão realizado ontem; negócio envolve cerca de 8 mil torres da Oi

Exclusivo Seu Dinheiro

Depois de bons resultados nos setores de gás e energia, gigante de infraestrutura está conquistando espaço, também, na mineração – e promete assustar a Vale (VALE3)

22 de agosto de 2022 - 11:00

Um crescimento mínimo de 50%: é isso que time de analistas espera para uma ação que custa, hoje, 20% a menos do que sua média histórica; saiba como aproveitar

SOBE E DESCE DA SEMANA

Ibovespa interrompe sequência de 4 semanas em alta; veja as ações que mais caíram – e um setor que subiu em bloco

20 de agosto de 2022 - 11:06

Ibovespa foi prejudicado por agenda fraca na semana, mas houve um setor que subiu em bloco; confira as maiores altas e baixas do período

NAS NUVENS

Dá pra personalizar mais? Americanas (AMER3) fecha parceria com o Google em busca de mais eficiência e melhor experiência para clientes

19 de agosto de 2022 - 14:32

Acordo entre a Americanas e o Google prevê hiperpersonalização da experiência do cliente e otimização de custos operacionais

NOVO CONTO DO VIGÁRIO?

Bed Bath & Beyond desaba mais de 40% em Wall Street — e o ‘culpado’ é um dos bilionários da GameStop; entenda

19 de agosto de 2022 - 14:08

Ryan Cohen, presidente do conselho da GameStop, vendeu todas as suas ações na varejista de itens domésticos e embolsou US$ 60 milhões com o negócio

MAIS UM PASSO

Unindo os jalecos: acionistas do Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) aprovam a fusão entre as companhias

18 de agosto de 2022 - 19:12

Os acionistas de Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) deram aval para a junção dos negócios das companhias; veja os detalhes

FRIGORÍFICOS

JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?

18 de agosto de 2022 - 14:54

Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa

PAPELEIRA ESTÁ BARATA?

Irani anuncia recompra de até 9,8 milhões de ações na B3; o que isso significa para o acionista de RANI3?

18 de agosto de 2022 - 11:15

A empresa disse que quer maximizar a geração de valor para os seus investidores por meio da melhor administração da estrutura de capital

Não brilha mais?

Vale (VALE3) perdeu o encanto? Itaú BBA corta recomendação de compra para neutro e reduz preço-alvo do papel

17 de agosto de 2022 - 12:34

Queridinha dos analistas, Vale deve ser impactada por menor demanda da China, e retorno aos acionistas deve ficar mais limitado, acredita o banco

Exclusivo Seu Dinheiro

Soberania da (VALE3) ‘ameaçada’? Melhor ação de infraestrutura da Bolsa pode subir 50%, está entrando na mineração e sai ganhando com o fim do monopólio da Petrobras (PETR4) no setor de gás; entenda

17 de agosto de 2022 - 10:18

Líder na América Latina, papel está barato, está com fortes investimentos na mineração e é um dos principais nomes do mercado de gás e do agronegócio no Brasil

Investidores gostaram

Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa

16 de agosto de 2022 - 12:03

Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal

AS FAVORITAS

Briga do varejo: Qual é a melhor ação de atacadista para ter na carteira? A XP escolheu a dedo os papéis; confira

15 de agosto de 2022 - 11:49

O forte resultado do Grupo Mateus (GMAT3) no 2T22 garantiu ao atacadista um convite para juntar-se ao Assaí (ASAI3) na lista de varejistas de alimentos favoritas dos analistas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar