Eu sou fascinada pela história da crise de 1929. Fico impressionada até hoje sobre como a ganância deixou a maioria dos investidores cegos. Os preços das ações subiram tanto e se descolaram dos valores dos ativos que só a irracionalidade justificava sua compra. Por outro lado, quem percebeu os sinais de crise e vestiu a pele de “urso” embolsou ganhos expressivos enquanto os outros choravam.
Na "Quinta-feira Negra", há exatos 90 anos, a bolha estourou. O índice Dow Jones levou 25 anos para se recuperar do tombo. E não foi só isso. O crash da bolsa de valores empurrou a economia americana na Grande Depressão, impactando até mesmo aqueles que passaram longe de Wall Street.
Na primeira reportagem da série especial sobre os 90 anos da Crise de 1929, o repórter Victor Aguiar contou como os anos 20 foram da era de ouro da bolsa para a derrocada. Hoje ele relembra o dia do crash. É um material rico em detalhes, que traz toda a sequência de fatos que levaram ao pânico nos mercados.
Para complementar o material, pedi para o mestre Ivan Sant'Anna, autor do livro "1929: Quebra da Bolsa de Nova York" escrever um texto exclusivo para os leitores do Seu Dinheiro neste dia histórico.
Ivan lembra que nem só de perdedores se faz uma crise. Alguns conseguiram antever a tragédia e pularam fora da bolsa antes do crash, embolsando seus ganhos expressivos. O pai do ex-presidente americano John F. Kennedy, por exemplo, foi além e ganhou uma fortuna apostando contra o mercado, em operações de venda a descoberto.
No seu texto inédito, o Ivan relembra as lições da crise de 1929 e fala das chances dessa tragédia se repetir hoje em dia.
Deixo dois convites para quem quiser se aprofundar mais sobre essa história.
- O Ivan Sant’Anna e o Victor Aguiar farão uma live hoje às 11h no Seu Dinheiro para debater a crise de 1929.
- O Seu Dinheiro fechou um acordo para distribuir o ebook “1929”, que está esgotado nas livrarias, para um grupo seleto de leitores. Garanta o seu exemplar aqui.
Mercados embalados nos balanços
Os mercados internacionais amanheceram em alta hoje, com uma série de resultados corporativos melhores que o esperado. Os números de empresas como Daimler, Basf e AstraZeneca minimizam os temores de que o crescimento econômico global está perdendo tração. No Brasil, os investidores aguardam para ver os números trimestrais das gigantes Vale e Petrobras, após o fechamento do mercado.
Na Europa, as principais bolsas abriram em alta. A sessão também foi de ganhos na Ásia, exceto em Xangai, que fechou em ligeira baixa, diante da falta de novidades sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Os índices futuros das bolsas de Nova York também estão no azul, embalados pelos números de Tesla e Microsoft.
Ontem, o Ibovespa fechou o pregão em alta de 0,15% e renovou sua máxima pelo terceiro dia seguido, para 107.543,59 pontos. O dólar caiu 1,05% e encerrou o dia a R$ 4,0328. Consulte a Bula do Mercado para saber o que deve mexer com bolsa e dólar hoje.
A volta por cima?
Depois de frustrar o mercado com o anúncio de entrega de veículos abaixo do prometido no último trimestre, a Tesla surpreendeu os investidores de maneira positiva com os resultados do terceiro trimestre. A fabricante de veículos elétricos comandada pelo excêntrico bilionário Elon Musk divulgou que o lucro por ação chegou a US$ 1,86 - enquanto analistas esperavam um prejuízo de US$ 0,42. Na abertura do mercado, as ações disparam cerca de 15%. Saiba mais.
Lucro menor que 280 caracteres
A rede social Twitter divulgou seu balanço hoje e foi #decepcionante. Mesmo com o aumento de usuários, os novos tuiteiros não salvaram o terceiro trimestre da companhia. O Twitter registrou um lucro de US$ 37 milhões, bem abaixo dos US$ 798 milhões de um ano antes. O resultado pífio fez as ações caírem 20%, devolvendo boa parte da alta de 35% que teve no ano. As explicações do Twitter para a queda do lucro não foram muito satisfatórias. Olha, #assimnãodá.
Variações do mesmo tema
Quem pensa em comprar imóveis nos próximos anos terá na prateleira diferentes modalidades de crédito imobiliário. Você prefere pagar um juro fixo, corrigido pela TR ou pelo IPCA? Depois de lançar a modalidade de financiamento corrigido pela inflação, o presidente da Caixa Econômica anunciou que o banco oferecerá taxas prefixadas a partir de 2020. Saiba mais.
Um grande abraço e ótima quinta-feira!
Agenda
Indicadores
- Banco Central divulga resultado das transações correntes e investimentos diretos no país de setembro
- IHS Markit divulga PMIs de Estados Unidos, Alemanha e zona do euro de outubro
- Estados Unidos divulgam dados semanais de emprego e resultado da atividade industrial de outubro
Banco Centrais
- BCE anuncia decisão de política monetária, com discurso do presidente Mario Draghi na sequência
Balanços do 3º trimestre
- No Brasil: Petrobras e Vale
- No exterior: 3M, American Airlines, Fortescue, Twitter, Amazon e AstraZeneca
Política
- Jair Bolsonaro inicia visita oficial à China
- Divulgação dos votos da reunião do Conselho Monetário Nacional