BC dá forte aceno de estabilidade da Selic na reunião deste mês
Em entrevista, Roberto Campos Neto volta a afirmar que não troca inflação controlada por crescimento de curto prazo e faz um importante desenho sobre a substituição do setor público pelo privado como motor do crescimento

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a afirmar que não troca crescimento de curto prazo por inflação futura e que o importante para o BC é ter credibilidade.
Campos Neto tem reafirmado isso em todas as oportunidades que tem (links abaixo) e agora fez as afirmações em entrevista ao “Valor Econômico”. A fala acontece em meio a mais uma rodada de aumento nas expectativas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai reagir à fraqueza da atividade voltando a reduzir a Selic, atualmente fixada em 6,5% ao ano.
A próxima reunião do Copom acontece nos dias 18 e 19 de junho e como já dissemos, a manutenção do juro básico não deixa de ser boa notícia para os investimentos, notadamente, bolsa de valores, fundos imobiliários e títulos longos do Tesouro Direto.
As turbinas da economia
Um ponto bastante interessante da fala do presidente foi sobre a complementariedade entre setor público e privado. Segundo Campos Neto essa interação entre os dois segmentos aumentou muito nos últimos anos e, agora, com o governo sem espaço fiscal para dar “funding” estamos vendo o que seria um período de acomodação.
Campos Neto usa o exemplo das turbinas de um avião. Uma turbina é o mundo privado e outra é o público. Estamos desligando a turbina do mundo público, “mas, com credibilidade” vamos ligar a turbina do setor privado e fazer uma transferência de energia de uma para outra.
É essa transferência de energia que não aconteceu ainda ou está acontecendo abaixo da velocidade esperada. Como o presidente falou, temos uma parada muito rápida do setor público, sem a turbina do setor privado estar na sua potência máxima.
Leia Também
Essa mudança de modelo, que ainda está acontecendo, ajuda a explicar, em boa parte, essa paradeira na atividade econômica. No entanto, quando ela acontecer com maior intensidade, poderemos ver uma retomada mais rápida, já que a turbina do setor privado tem maior produtividade que a do setor público. Em outras palavras, a turbina privada impulsionaria mais o avião que a turbina pública usando a mesma quantidade de combustível.
O ponto crucial entra agora, que é a questão da credibilidade tão destacada por Campos Neto ao longo da entrevista (foram 31 menções). O BC e o governo têm de sinalizar claramente ao setor privado que a turbina do setor público não será ligada novamente.
O esforço deles está em dizer (e resistir) que o governo e o BC não vão cortar juros com inflação desancorada, fazer planos de estímulo de demanda de curto prazo, liberar crédito via bancos públicos, usar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os demais bancos públicos como instrumento parafiscal.
A substituição da turbina pública pela turbina do setor privado é ponto central dentro do desenho da equipe econômica. O problema é que passamos muito tempo dependentes da turbina pública e, agora, temos uma espécie de crise de abstinência. A turbina privada também nunca voou sem o aditivo público e está se adaptando.
A transição das turbinas passa pelo governo, mas também depende da parte política, pois quase toda a agenda de reformas, não só Previdência, passa pelo Congresso Nacional, local onde ainda prevalece a visão de que a turbina pública sempre tem de ser a maior.
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
FI-Infras apanham na bolsa, mas ainda podem render acima da Selic e estão baratos agora, segundo especialistas; entenda
A queda no preço dos FI-Infras pode ser uma oportunidade para investidor comprar ativos baratos e, depois, buscar lucros com a valorização; entenda
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
O preço de um crime: fraudes no Pix disparam e prejuízo ultrapassa R$ 4,9 bilhões em um ano
Segundo o Banco Central, dados referem-se a solicitações de devoluções feitas por usuários e instituições após fraudes confirmadas, mas que não foram concluídas
Agenda econômica: é dada a largada dos balanços do 1T25; CMN, IPCA-15, Livro Bege e FMI também agitam o mercado
Semana pós-feriadão traz agenda carregada, com direito a balanço da Vale (VALE3), prévia da inflação brasileira e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências
De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump
JP Morgan reduz projeção para o PIB brasileiro e vê leve recessão no segundo semestre; cortes de juros devem começar no fim do ano
Diante dos riscos externos com a guerra tarifária de Trump, economia brasileira deve retrair na segunda metade do ano; JP agora vê Selic em 1 dígito no fim de 2026
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Banco Master: Reunião do Banco Central indica soluções para a compra pelo BRB — propostas envolvem o BTG
Apesar do Banco Central ter afirmado que a reunião tratou de “temas atuais”, fontes afirmam que o encontro foi realizado para discutir soluções para o Banco Master
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem