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Vinícius Pinheiro

Vinícius Pinheiro

Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances "O Roteirista", "Abandonado" e "Os Jogadores"

Renda fixa que varia

Crise com debêntures está perto do fim e pode ser oportunidade de entrada para investidor

Após ajuste no mercado, fundos carregam hoje debêntures com taxas mais altas, por isso o investidor que entrar agora pode se beneficiar, segundo Ulisses Nehmi, da Sparta, gestora com R$ 6 bilhões em patrimônio

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
10 de dezembro de 2019
5:33 - atualizado às 22:41
Ulisses Nehmi, sócio da Sparta
Ulisses Nehmi, sócio e CEO da Sparta - Imagem: Divulgação

O solavanco no mercado de debêntures que derrubou a rentabilidade dos fundos de crédito privado nos últimos meses dá sinais de que está perto do fim. Isso significa que o momento atual pode representar uma boa oportunidade de entrada para o investidor.

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A afirmação é de Ulisses Nehmi, sócio da Sparta, gestora que possui R$ 6 bilhões em patrimônio e atua no mercado de crédito privado desde 2012.

Depois de surgirem como opção para o investidor que buscava uma rentabilidade adicional sem sair da renda fixa, os fundos que investem em debêntures e outros títulos de dívida emitidos por empresas enfrentam uma onda de resgates desde o início de outubro após a queda abrupta no retorno.

O principal risco de quem investe em títulos de dívida, diretamente ou via fundos, é o de calote da empresa que emitiu os papéis. Mas a piora recente no retorno dos fundos que investem em debêntures foi provocado por um ajuste nos preços dos títulos no mercado. Ou seja, não há problema com as companhias.

“A qualidade de crédito das empresas brasileiras nunca foi tão boa”, me disse o sócio da Sparta, durante uma entrevista no escritório da gestora.

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Para ele, o ajuste no mercado de debêntures ainda está em curso, mas já dá sinais de que está perto do fim. Os títulos privados de melhor qualidade, aqueles com classificação "AAA", já refletem as novas condições de mercado. Ele citou como exemplo as debêntures da Enel (ex-Eletropaulo).

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Em setembro, os papéis da Enel negociavam a uma taxa de 108,9% do CDI, mas no auge da piora do mercado chegaram a atingir 128% do CDI (lembrando que quanto maior a taxa, menor o preço). Na semana passada, as taxas já estavam em 120,5% do CDI.

Apesar dos sinais de melhora, Nehmi não arrisca um prazo para o fim da turbulência no mercado de crédito privado.

“Ainda pode haver algum ajuste nas debêntures com ratings [classificação] mais baixos, mas parece que a fase mais aguda já passou”, afirma.

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O que aconteceu, afinal?

O problema com os fundos de crédito tem origem na forma errada como eles foram oferecidos nas plataformas de investimento. Ao lado de produtos com carência de 30 dias para o resgate, surgiram vários outros com liquidez diária, retorno acima do CDI e baixo risco. Um verdadeiro canto da sereia em tempos de queda da taxa básica de juros (Selic).

Com muito mais demanda do que oferta de papéis na época em que esses fundos cresceram, as taxas das debêntures despencaram. Bom para as empresas que se aproveitaram da situação para captar dinheiro mais barato, mas péssimo para o investidor.

E o que era ruim ficou pior a partir de outubro, quando a relação entre oferta e demanda no mercado de debêntures se inverteu. Ou seja, havia mais gente querendo vender papéis do que comprar.

O movimento derrubou o retorno das debêntures e, por consequência, dos fundos que tinham esses títulos na carteira. Como um bom termômetro desse fenômeno, o Idex, índice de debêntures calculado pela gestora JGP, registrou queda nos meses de outubro e novembro.

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A rentabilidade negativa ou muito abaixo do CDI assustou os investidores que achavam que tinham na carteira um produto conservador. Isso estimulou uma nova onda de saques, em um efeito parecido com uma bola de neve.

Taxa mais gorda

Com o ajuste no mercado de crédito privado, a taxa das debêntures que os fundos carregam hoje na carteira saiu de CDI mais 0,70% em junho para CDI mais 1,26% em novembro, de acordo com o índice da JGP.

Isso significa que quem sacou recursos dos fundos entre outubro e novembro provavelmente perdeu dinheiro. Mas o investidor que entrar agora ou aquele que se segurou nos fundos pode se aproveitar da taxa mais gorda, segundo Nehmi. O risco é o de que o mercado piore ainda mais em relação aos níveis atuais.

A Sparta não trabalha com os fundos que possuem liquidez diária, os que mais sofreram com os resgates recentes. “Investir em fundos de crédito com um prazo de resgate de pelo menos 30 dias é a proteção mais barata que o investidor pode ter”, defende.

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A gestora não escapou ilesa da crise no mercado. O Sparta Top Renda Fixa, principal fundo da casa, rendeu apenas 0,10% (27% do CDI) em novembro. Com o resultado, no acumulado dos últimos 12 meses a rentabilidade caiu para 95% do CDI. Mas desde o início o produto ainda rende 112% do principal indicador de referência da renda fixa.

Adivinha quem está comprando?

Quem também comentou recente sobre a crise do mercado de debêntures foi a XP Investimentos. Em relatório, os analistas da corretora projetam que o mercado de crédito deve voltar de vez ao funcionamento normal a partir de março do ano que vem.

Enquanto os investidores pedem resgates dos fundos, sabe quem apareceu na ponta compradora dos papéis que foram desovados no mercado? As tesourarias e gestoras ligadas aos cinco maiores bancos do país, segundo a XP.

"Qual a melhor hora de entrar na bolsa de valores? Quando ela cai e vai mal. Da mesmíssima forma, podemos analisar assim esses fundos: seus retornos foram muito fracos nos últimos meses, especialmente em novembro, fazendo com que o momento atual virasse uma oportunidade de entrar e não sair desse mercado. Os grandes bancos estão fazendo isso – aproveite você também!", recomendaram os analistas.

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Eu acrescentaria apenas que você deve encarar os fundos de crédito privado como uma estratégia de diversificação dentro da parcela da sua carteira dedicada à renda fixa. Por isso, busque produtos de gestores com experiência comprovada na área.

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