Depois de muita dificuldade e especulação, o governo definiu nesta quinta-feira, 28, o relator da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Marcelo Freitas (PSL/MG) será o responsável pela avaliação da proposta no colegiado.
O anúncio foi feito pelo presidente da comissão, Felipe Francischini (PSL-PR). "Houve um grande entendimento com (presidente da Câmara, Rodrigo) Maia sobre a prioridade em relação à Previdência. Nossa decisão foi o delegado Marcelo Freitas, O delegado tem um currículo invejável. Será um relatório técnico", afirmou.
Assim que foi definido o nome de Freitas para a relatoria, o presidente da CCJ reafirmou a ida do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao colegiado na próxima quarta-feira, 3. Guedes havia desistido da audiência após receber críticas internas do PSL e havia anunciado que só iria à comissão depois da escolha do relator. "Vamos manter o calendário e votar no dia 17 (de abril) o relatório", afirmou o presidente da CCJ.
"É muito importante a fase que vamos enfrentar na CCJ. Na próxima quarta-feira, estaremos todos aqui", afirmou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. "O dia que for aprovada aqui na CCJ, a bolsa sobe, o País se alegra", completou.
Além de Francischini e Onyx, participaram da reunião que definiu o nome do relator o delegado Waldir (GO), líder do PSL na Câmara, a deputada Bia Kicis (PSL-DF), vice-presidente da CCJ; o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho.
A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), disse que o nome foi um consenso e que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi consultado.
"Havia vários nomes preparados para isso", disse ela, acrescentando, no entanto, que o currículo de Freitas era excepcional. Ela disse ainda que havia opções em outros partidos, mas que a decisão se guiou por critérios técnicos.
Freitas: estou preparado
Logo após ser escolhido relator, Freitas disse não ter dúvida de que está preparado para enfrentar o desafio que ele tem pela frente. "Temos a tranquilidade necessária para conduzir com responsabilidade essa relatoria", disse o deputado.
Em seu primeiro mandato na Câmara, o deputado foi eleito com 58,1 mil votos, é delegado da Polícia Federal e tem pós-graduação em direito processual, de acordo com sua biografia no site da Câmara dos Deputados.
Questionado sobre pontos da reforma, Freitas não quis responder. Ele disse que não vai antecipar nenhuma posição. "A fim de evitar arguição de parcialidade ou suspeição, como se viu outrora", disse.
*Com Estadão Conteúdo.