O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que tem visto um extraordinário sentido de cooperação em torno da reforma da Previdência. “Estou muito convencido que vamos fazer o que temos de fazer”, disse durante a transmissão de cargo de presidente do Banco Central (BC), para Roberto Campos Neto.
A cooperação com relação à reforma, segundo Guedes, vem do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e do Supremo Tribunal Federal (STF), via ministro Dias Toffoli.
Guedes também disse que seu time sabe que entrou para fazer um trabalho que será feito e que o time não vai recuar. “Quem decide é o Congresso e o presidente, mas vamos fazer a nossa parte”, disse.
Segundo o ministro, a necessidade de R$ 1 trilhão em economia com a reforma decorre do plano de lançar o regime de capitalização para as gerações futuras. “Vai ser fácil lançar a capitalização se tiver potencial fiscal, por isso precisamos de um trilhão”, disse.
O ministro disse que em conversa com quem se diz contrário à reforma, diz que “você não derrota a equipe econômica, vocês derrotam seus filhos e netos”, e foi aplaudido.
Segundo Guedes, a atual geração tem de ter coragem de pagar o custo de trilhão para não abandonar as gerações futuras.
O ministro também reafirmou o plano de zerar o déficit primário neste ano. Segundo ele, se conseguir entregar um déficit na metade do projetado já está bom, mas sua equipe vai tentar.
Sobre a venda de estatais, Guedes disse que as últimas contas mostram valor de R$ 1,250 trilhão. E com a venda desses ativos a equipe vai tentar reduzir a dívida interna.
Guedes arrancou risos da plateia ao falar que abrir a economia com juro alto e 50 impostos diferentes “é condenar o brasileiro a virar churrasquinho de chinês”, por isso a abertura gradual.
“Pode demorar, doer um pouco, mas vamos fazer a coisa certa, que é relativamente simples. O Brasil todo não está doente é o setor público que está doente por excesso de gastos”, disse.
Guedes também defender a descentralização de recursos e disse que foi a classe política que empurrou a PEC do Pacto Federativo, pois todos estão quebrados e já passou da hora de descentralizar as receitas.