Presidente da Petrobras admite 1º trimestre fraco, nega desmonte na empresa e promete notícias boas
Roberto Castello Branco também pontuou que, para ele, o lucro não é o fator mais importante no balanço da companhia

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou nesta quarta-feira, 8, em teleconferência com analistas que o resultado financeiro da empresa no primeiro trimestre não foi brilhante, mas "as notícias são boas em abril e no futuro". O lucro no período foi de R$ 4 bilhões.
Em sua fala de abertura da apresentação do balanço, o executivo destacou que a empresa reduziu o endividamento.
"Estamos alongando dívida e otimizando caixa para melhorar alocação de capital. Desde janeiro, começamos a implantar pilares estratégicos. Primeiros meses do ano foram ricos em desinvestimento", afirmou.
Castello Branco informou ainda que vai tentar melhorar o relacionamento com a comunidade financeira global, com a introdução de informações no balanço.
Disse também que "o grosso da redução de custo" virá da transformação digital e de processos. E que a empresa iniciou neste mês a implementação de EVA, que vai mensurar a performance de unidades operacionais e funcionários, para priorizar a meritocracia.
Lucro não importa
O presidente da estatal também pontuou que, para ele, o lucro não é o fator mais importante no balanço da Petrobras. O mais relevante, em sua opinião, é a geração de caixa.
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"Lucro é variável contábil, não é relevante. O relevante é a geração de caixa, o mercado de capitais gostou do balanço", afirmou o executivo, acrescentando, em seguida, que "contabilidade é importante, mas não para decisões econômicas".
Durante a coletiva, Castello Branco ainda destacou que, em sua posse, antecipou que, em sua gestão, a empresa abandonaria monopólios do refino e do gás natural. "Avançaremos nessa posição de abandonar monopólio", disse.
Ele ainda informou que a empresa vai passar a divulgar os dados de produção a cada três meses, em linha com o modelo do mercado internacional.
Desmonte? Que nada!
Castello Branco chamou de "chavão" as afirmações de que sua administração estaria fazendo algum tipo de desmonte na Petrobras.
"Nós queremos que a Petrobras seja mais forte e saudável. Tem pessoas que dizem que estamos fazendo desmonte da Petrobras. É chavão. Companhia vai se tornar maior em bases mais fortes e saudáveis", disse.
O executivo voltou a defender o processo de desinvestimento e negou que empresas como a BR Distribuidora sejam uma joia para a Petrobras - cujo foco seria a exploração em águas profundas.
"A Petrobras não é a empresa que pode tirar o melhor proveito da BR. Explorar e produzir petróleo é diferente de vender combustível", afirmou, destacando que para vencer no segmento de distribuição é preciso ter uma série de habilidades no varejo que a petroleira não tem. Segundo Castello Branco, o retorno da BR à Petrobras é baixo.
Política de preço
Confrontado por jornalistas após a polêmica suspensão de um ajuste no diesel da estatal por causa de um pedido do presidente Jair Bolsonaro, Castello Branco voltou a defender que a companhia mantém a sua política de preços independente.
"A política de preços está clara. Subsidiar combustíveis já se revelou extremamente danoso, para Petrobras e Brasil", disse.
Ele defendeu também que uma mudança na política seria danosa ao setor, que está passando por um momento de forte atração de investimentos.
"Existe apetite das companhias do Brasil em disputar leilões". Defendeu também o preço do diesel, que estaria em patamares baixos mesmo com diversos "penduricalhos", como impostos elevados.
Ainda sobre o diesel, o executivo retomou às críticas ao que apontou ser responsável pelo confronto com os caminhoneiros: os incentivos elevados para a compra de caminhões.
"Problemas do Brasil com caminhoneiros foi expansão de crédito para frota, que se expandiu a taxas muito mais elevadas do que o crescimento do PIB. O tabelamento dos fretes acabou estimulando a integração, verticalização, do agro e isso piorou a situação. Muitas empresas criaram suas frotas de caminhões", disse.
Capex
Castello Branco voltou a falar sobre as dificuldades da empresa em formular um capex (investimento) que seja mais consistente.
"Existe de fato uma história de anunciar um dado valor e entregar menos. Olhei os números (do capex do início do ano) e fiquei surpreso. É previsto um investimento de US$ 16 bi e entregamos US$ 2 bi", disse. Ele argumentou, entretanto, que as projeções da empresa não são feitas por meio de "achismo".
Alavancagem
A diretora Executiva de Finanças e Relacionamento com Investidores da Petrobras, Andrea Almeida, destacou que a meta de alavancagem, de alcançar dívida líquida sobre Ebitda de 1,5 vez, não muda diante das mudanças contábeis do IFRS 16, que entraram em vigor neste ano.
"O ponto mais relevante é que nossa meta de alavancagem não muda. Estamos comprometidos em alcançar o indicador de 1,5x", disse, durante a conferência com analistas para comentar os números do primeiro trimestre de 2019. Essa é a primeira participação da executiva desde que assumiu o posto.
O novo padrão tem efeito positivo sobre o Ebitda da empresa e afeta, basicamente, a forma como a companhia contabiliza arrendamentos, entre outros pontos. A executiva destacou ainda que tal mudança metodológica não vai afetar o fluxo de caixa.
O indicador de endividamento da Petrobras medido pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado atingiu 3,19 vezes em março de 2019, ante 2,34 vezes em dezembro e 3,52 vezes em março de 2018. Os dados consideram o novo padrão contábil IFRS16. Sem contar o novo padrão contábil, o indicador estaria em 2,37 vezes no fim de março.
Extração
A diretora Financeira da Petrobras destacou que o custo de extração de petróleo da empresa deve cair nos próximos meses, com a entrada em operação de novas plataformas. Ela informou que, de janeiro a março, o custo de extração ficou em US$ 10,4 por barril.
No trimestre anterior, o custo foi de US$ 10,2 por barril. Mas, na comparação anual, houve uma melhora. De janeiro a março de 2018, o custo foi de US$ 11,5 por barril.
E o pré-sal?
O diretor executivo de Exploração e Produção da Petrobras, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, reforçou o foco estratégico da companhia na produção de petróleo no pré-sal e afirmou que a empresa conseguiu atingir uma produção recorde diário de 2,07 mi de BOE em abril apenas no segmento.
Ele destacou que o objetivo da empresa é atingir produção total de 2,8 mi de BOE, nível que já foi alcançado nas medições mais recentes, apesar da dificuldade esboçada na produção nos números no primeiro trimestre.
O pré-sal deve responder por 60% da produção total da Petrobras até o fim do ano, segundo disse o diretor. No primeiro trimestre do ano, essa participação chegou a 49%.
Com o crescimento da participação do pré-sal nos negócios totais, a perspectiva é de redução do custo de extração do petróleo e, portanto, de ganhos de margem.
Meta de produção
Apesar de uma produção da Petrobras considerada ruim até pelos executivos no primeiro trimestre deste ano, o diretor executivo de Exploração e Produção da empresa, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, deu sinalizações favoráveis para a produção neste ano.
A meta da empresa, segundo ele, é fechar 2019 com produção de 2,8 mi de barril de petróleo equivalente por dia, patamar que no início de maio já foi alcançado.
"Mantemos nossa estimativa de produção de 2,8 milhões de barris de óleo equivalente em 2019. No primeiro trimestre, tivemos algo próximo de 2,5 milhões. Já em abril, vimos o crescimento dessa produção para 2,6 milhões, mesmo patamar do quarto trimestre. Nos últimos 10 dias, ficamos em 2,7 milhões de barris de óleo equivalente. No mês de maio, estamos acima dos 2,8 milhões de barris. Esse é um número importante para nós", afirmou ele, durante conferência com analistas para comentar os números do primeiro trimestre.
Ao comentar os números, o executivo afirmou ainda que há uma importante perspectiva em nova província em Sergipe, "que tem óleo de qualidade".
A Petrobras produziu total de 2,460 milhões de barris por dia de petróleo e LGN no Brasil no primeiro trimestre deste ano, o que representa recuo de cerca de 5% em relação a igual intervalo do ano anterior. Na comparação aos três meses imediatamente anteriores, esse volume teve queda de 4%.
Apesar da diminuição da produção global, o volume extraído exclusivamente no pré-sal subiu 7% na comparação anual, para 1,036 milhão de barris por dia nessa área de produção. O volume mostrou ligeira redução de 1% na comparação com o fim de 2018.
Mercado de diesel
Anelise Lara destacou a perda de participação de mercado da empresa no comércio de diesel, que passou de 85% para 84%, na comparação de 2018 com o primeiro trimestre deste ano. Segundo a diretora, o aumento da concorrência demonstra que a Petrobras está praticando preços de mercado.
Já no segmento de gasolina, o market share caiu de 84% para 81% desde o ano passado. A executiva informou ainda, em teleconferência com analistas de mercado, que o nível de utilização da capacidade das refinarias fechou o primeiro trimestre em 75%, menor do que em 2018 (76%).
De olho nos chineses
Castello Branco aproveitou a teleconferência para dizer que espera concluir em agosto os estudos que vão dar respaldo à formação de uma possível parceria com a chinesa CNPC. Vale lembrar que as duas empresas analisam uma sociedade no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e no campo de Marlim.
O executivo informou ainda que geólogos da empresa pesquisam províncias de petróleo e gás não convencionais, como em Israel, onde o presidente da República, Jair Bolsonaro, esteve neste ano.
"Amigos, amigos. Negócios à parte", disse Castello Branco, ao tratar de uma possível aproximação de Israel com o Brasil, por interesse do presidente Bolsonaro.
*Com Estadão Conteúdo.
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