Na manhã desta sexta-feira, falei que todo mundo é liberal até o dólar bater os R$ 4, e que já se ouvia pelas mesas perguntas sobre eventual atuação do Banco Central (BC) no câmbio. O pregão fechou e o BC apareceu. Na semana que vem, fará a rolagem de US$ 3,75 bilhões em operações de linha com compromisso de recompra que venceriam em 4 de junho.
Por se tratar de rolagem, não temos “dinheiro novo” entrando no mercado. Mas como estamos no meio do mês, podemos ver o anúncio como uma antecipação (geralmente as rolagens são feitas no fim do mês) ou mesmo um teste de demanda. O dólar fechou o dia a R$ 4,10, alta de 1,60%, depois de bater R$ 4,11 na máxima.
Nesse tipo de atuação o BC “empresta” os dólares das reservas internacionais que terão de ser devolvidos posteriormente. Quando opta pela rolagem, o BC se mantém neutro no mercado, que vai avaliar se devolve os dólares para o BC ou se alonga a operação.
As rolagens começarão na segunda-feira, com até US$ 1,25 bilhão para vencimento em abril ou janeiro de 2020. O mesmo modelo, de dois leilões por dia, com até US$ 1,25 bilhão, será feito na terça e quarta-feira.
As linhas que estão sendo roladas foram aquelas ofertadas no fim de março, quando uma piora no mercado externo e ruídos no lado político também demandaram atuação no BC.
Segundo o próprio BC, o estoque de linhas é de US$ 8,925 bilhões, sendo US$ 3,65 bilhões vincendos em 4 de junho, US$ 3,375 bilhões em 2 de julho e US$ 1,9 bilhão em 2 de agosto de 2019.
Nada impede que o BC faça novas ofertas, tanto no mercado à vista, quanto no mercado futuro, se entender que o mercado está operando fora da normalidade.