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Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

Seu dinheiro no domingo

Não adianta culpar o Bolsonaro. É o mundo que está atrasando a recuperação brasileira

Incerteza sobre futuro da economia americana e dólar forte são vetores mais relevantes que caneladas de Bolsonaro. Lentidão das reformas também atrapalha

Eduardo Campos
Eduardo Campos
8 de setembro de 2019
5:30 - atualizado às 8:06
, Jair Bolsonaro
Imagem: Marcos Corrêa/Presidência da República

Declarações e posturas do presidente Jair Bolsonaro são colocadas entre os vetores para uma lenta recuperação da economia e falta de fluxo de investimentos domésticos e externos. Pode até ser. Mas achar que um presidente brasileiro é mais importante que a conjuntura mundial é um pouco demais.

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Estamos em um fim de ciclo de crescimento global, que se mostra mais aparente na Europa e China, em meio a uma guerra comercial que é muito maior que tarifas e câmbio. Num momento em que todos se perguntam o que será da economia dos Estados Unidos, que está melhor em comparações com os demais pares globais, só não se sabe até quando. E essa resposta é a chave para sabermos quando o dólar pode perder força, abrindo espaço para uma retomada no preço das commodities e das economias emergentes.

Para nos ajudar a entender qual seria o peso relativo de Bolsonaro e suas falas (que, muito entre nós, não deveriam surpreender a ninguém) dentro de um complexo cenário mundial, conversei com dois estrangeiros.

Um já conhecido nosso, de uma conversa sobre a imagem do país logo depois das eleições, quando Bolsonaro foi bombardeado como sendo uma ameaça à democracia pelos principais jornais do mundo. Jean Van de Walle é chefe de investimentos (CIO) da Sycamore Capital, já morou aqui no Brasil nos anos 1980 e tem mais de 30 anos acompanhando emergentes.

Também falei com o economista sênior para América Latina da Continuum Economics, Pedro Tuesta, que tem mais de 15 anos acompanhando a economia e a política brasileiras.

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Agendas distintas

Pergunto a Walle se Bolsonaro tem esse peso todo sobre a economia ou sobre a bolsa brasileira.

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“Eu duvido que Bolsonaro está tendo algum impacto na bolsa ou na economia. Ele está deixando a política econômica nas mãos do Paulo Guedes. Não vejo ele intervindo. Ele se ocupa da agenda de costumes. A médio e longo prazos pode até causar alguma incerteza, com assuntos como esse envolvendo Amazônia, mas creio que tem outros assuntos mais relevantes”, diz Walle.

A realidade, segundo Walle é que o mundo não está muito amigável para mercados emergentes. Temos um quadro de EUA relativamente forte em comparação com outras economias, o que leva a um fortalecimento do dólar e queda das commodities. A dúvida é como será essa desaceleração dos EUA. Se teremos uma recessão por lá ou não.

Ao mesmo tempo, como o mundo desacelera mais rápido que os EUA, há um movimento mais generalizado de aversão ao risco, o que também favorece o dólar e os ativos americanos.

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“Esse conjunto nunca é favorável para emergentes. E a situação agora é essa. É desfavorável”, resume Walle

O dinheiro não liga

Segundo Tuesta, a preocupação dos investidores é se as falas e ações de Bolsonaro são uma ameaça real às Instituições, como o Congresso e a Justiça. Não que os investidores estejam preocupados com as Instituições em si, mas se o cenário for esse, isso é péssimo para os negócios.

Com aquela objetividade típica do gringo, Tuesta diz o seguinte: “Os negócios não se preocupam com direita, esquerda, minorias, floresta até que isso seja um problema para os lucros. Ninguém se importa com guerra cultural desde que isso não atrapalhe a última linha do balanço.”

Até mesmo segmentos que se dizem mais preocupados com questões sociais e ambientais não deixam de fazer negócios com a China, que é uma ditadura, lembra Tuesta.

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“Esse não é o problema, por mais que você ache ou goste de pensar assim.”

Na correnteza do rio Amazonas

Do que ninguém escapa, diz Tuesta, é do quadro global que não está nada favorável. Para ilustrar seu ponto, ele chama atenção para o Chile, que tem feito reformas, estímulos fiscais e uso da política monetária (juro real está negativo por lá). Além de ter um presidente menos polêmico que Bolsonaro. Ainda assim, o país andino tem problemas econômicos.

Já no México, o presidente é visto como socialmente inclusivo e preocupado com pautas minoritárias. Mas sua postura com relação à economia é vista como possível ameaça à última linha do balanço. Resultado, menores investimentos e crescimento da economia.

Tuesta, que é natural do Peru, faz a seguinte analogia para falar da importância do quadro internacional: se imagine tentando ir contra a correnteza do rio Amazonas em um banco pequeno, com um remo pequeno. “Você não pode fazer nada, o rio te leva para onde ele quiser.”

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O grande problema do Brasil nessa correnteza, diz Tuesta, é que não temos um “remo” para ir contra a maré. Não temos instrumentos para resistir à correnteza. Os instrumentos seriam a política fiscal e a política monetária.

Lembra de 2008? Então, naquele momento tínhamos espaço fiscal para gastar (superávits primários eram de mais de 3% do PIB) e tinha como fazer política parafiscal e monetária. Além de contarmos com commodities em alta. “Agora, nada disso vai acontecer”, explica.

A ideia, segundo Tuesta, é tentar sobreviver à corrente, pois não será possível ir contra ela.

“Se o seu remo é pequeno, você tenta apenas não bater nas margens. Tenta sobreviver com o menor número possível de cicatrizes.”

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Manter a rota do barco, segundo Tuesta, é manter o foco nas reformas e demais ajustes econômicos e não tomar medidas contracíclicas exageradas. Esse foi o erro de Dilma Rousseff, com exageros fiscais e corte de juros na marra.

Segundo Tuesta, quando você olha os números e o desenho da política econômica, o Brasil está mantendo a rota, sobrevivendo. Mas ele reconhece que isso é algo bastante difícil politicamente, pois as pessoas estão pedindo grandes medidas. O que o governo não pode fazer é entrar em pânico.

O fantasma argentino

Walle diz que o que está acontecendo com a Argentina é o tipo de crise que não acontece em mercados globais favoráveis. “A Argentina é a última vítima global dessa tendência negativa”, explica.

Para Walle, o mercado global avalia que há algum um efeito contágio da Argentina para o Brasil. “Historicamente os países são parecidos, com os mesmos tipos de problemas”, avalia.

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O caso da Argentina, segundo Walle, é um exemplo para todo mundo olhar. Mauricio Macri não aproveitou a oportunidade, não que seja fácil fazer reformas. Mas o ponto é que se passar mais um ano e o Brasil continuar sem crescimento, o mercado pode chegar à mesma conclusão com relação a Bolsonaro.

“Se o Brasil tivesse feito reformas mais rápidas, a situação agora poderia ser diferente. Mas as coisas andam muito devagar e o tempo passa rápido. E você olha a Argentina e pensa que o Lula poderia voltar”, pondera.

O ponto destacado por Walle é que a crise está durando muito tempo no Brasil e os investidores começam a se desesperar e procurar outras opções. Ele se diz impressionado pelos investimentos e compras de imóveis feitas por brasileiros nos EUA. “O brasileiro está tirando dinheiro do Brasil e isso é preocupante”, diz.

Faço a mesma pergunta sobre a Argentina para Tuesta, que diz não acreditar em uma volta de Lula ou PT ao poder. O crescimento decepciona, mas consumidores e o mercado estão um pouco mais otimistas.

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“As memórias da recessão são muito novas. A esquerda colocou o país em uma crise tão grande que é difícil de esquecer, mesmo considerando que os eleitores têm memória curta”, avalia.

Há saída ou esperança?

Walle, que ajuda a alocar os cerca de US$ 15 bilhões da Sycamore, diz que está cautelo e com poucos investimentos em mercados emergentes.

“Temos que esperar o ciclo americano. A economia desaquecer por aqui. Ver se ele será bem gerenciado, se não vamos para uma recessão e uma crise. Esse é um assunto para o ano que vem, para 2020, e pode ser muito favorável para emergentes”, diz Walle.

Uma desaceleração sem recessão nos EUA levaria o dólar a perder força ante as demais moedas, favorecendo as commodities e outros investimentos.

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“Talvez vejamos, pela primeira vez em sete ou oito anos, o mundo crescendo mais rápido que os EUA e isso iniciaria um ciclo negativo para o dólar e positivo para emergentes. Estou esperando isso”, afirma.

A oportunidade, diz Walle, deve surgir dentro de nove a 18 meses. A questão é como será gerenciado esse ciclo de desaceleração nos EUA.

“Isso é fundamental para o Brasil, que nunca vai conseguir fazer reformas de maneira rápida. Melhora de ambiente global compraria tempo para o Brasil. Eu ficaria bem otimista com o dólar perdendo força.”

Sobra algo de bom?

Para fechar, Walle diz que gosta das empresas de proteína no Brasil, pois esse é um mercado que o país está bastante bem posicionado para tirar vantagem da gripe suína. “JBS e BRF podem andar bem.”

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Além disso, ele acredita que o Brasil pode se beneficiar muito da guerra-fria entre China e EUA. Se a China não compra dos EUA, compra do Brasil.

Pergunto se Bolsonaro não terá de escolher entre China e EUA em algum momento. Resposta: “O empresário vai explicar para o Bolsonaro que a China é mais importante. A China não concorre com o Brasil na agricultura. O país deve manter a posição tradicional de não se comprometer."

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