Onde os brasileiros investiram em 2018
Quem tem renda mais alta buscou um pouco mais de risco, mas varejão continuou com os pés fincados na poupança (sem necessidade)
Apesar dos juros baixos, os investidores brasileiros de varejo permaneceram com os pés fincados na caderneta de poupança em 2018. O volume depositado na mais popular das aplicações inclusive aumentou um pouquinho.
Felizmente, ao menos nos segmentos de renda mais elevada - varejo alta renda e private - os investidores deram continuidade ao movimento de diversificação e busca por aplicações de maior risco.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgou, nesta segunda-feira (11) os resultados dos investimentos das pessoas físicas em 2018.
Segundo a entidade, o volume investido pelos brasileiros cresceu 9,0% no ano passado, em relação ao período anterior, superando a Selic média de 6,4% no ano em 2,6 pontos percentuais (tanto captação quanto o rendimento das aplicações são levados em conta).
Em 2017, o crescimento no volume dos investimentos, de 11,4%, superou a Selic média, que foi de 9,9%, em 1,5 ponto percentual. O resultado foi diferente dos dois anos anteriores, quando o aumento no volume foi inferior à taxa básica de juros.
No varejo, investidores continuam na poupança
Apesar dos juros mais baixos da história e do bom desempenho das aplicações de risco nos últimos dois anos, o volume aplicado na caderneta de poupança pelos investidores de varejo cresceu 10,0% em 2018, mais do que os 8,8% de 2017.
Leia Também
Final da Libertadores 2025: Por que uma vitória do Palmeiras vai render mais dinheiro do que se o Flamengo levar a taça
A caderneta ainda representa 40% dos recursos investidos pelo varejo, principalmente entre as pessoas físicas de menor renda (varejo tradicional), onde chega a quase 65% do total dos investimentos.
No segmento de varejo alta renda, entretanto, os fundos de renda fixa detêm a maior participação, de quase 36% do volume de investimentos. Quando cobram baixas taxas de administração, esses fundos têm a capacidade de render mais que a poupança “nova”.
O destaque no varejo alta renda em 2018 foi o aumento da participação dos multimercados no volume total investido, de 7,8% para 9,6%. Poupança, ações e CDB também ganharam participação no segmento.
(Passe o mouse ou clique sobre as barras dos gráficos para ver os números)

É de se esperar que quem tem menos dinheiro para investir seja conservador, mas não há a menor necessidade de ficar na poupança.
Hoje em dia temos fundos ultraconservadores e baratíssimos em diversas corretoras, fora o Tesouro Direto, no qual já é possível investir sem taxa mesmo nos grandes bancos. Ambos podem render mais do que a poupança, podendo substituí-la tranquilamente.
A baixa rentabilidade da poupança foi, por sinal, um dos motivos para que o crescimento do volume investido pelo varejo tradicional tenha ficado abaixo da Selic em 2018.
Enquanto no varejo de alta renda e no private o crescimento foi de 12,1% e 10,7%, respectivamente, no varejo tradicional foi de apenas 4,7%.
Além disso, um aumento de consumo no primeiro semestre do ano passado contribuiu para que esses investidores de menor renda poupassem menos.
Em todo o varejo (tradicional + alta renda), os investimentos que viram maior crescimento no volume investido em 2018 foram os fundos de ações, os fundos cambiais, as ações e os multimercados, nesta ordem. Destes, apenas as ações e os fundos cambiais cresceram mais que em 2017.
Claro que, em se tratando de varejo, a base de comparação é pequena, pois há relativamente poucos recursos alocados nesses tipos de ativos.
Mas outros dois fatores podem explicar esse aumento no ano passado: a valorização dos ativos de risco, sobretudo a partir da campanha eleitoral, e a maior procura dos investidores por ativos mais arriscados, em função dos juros baixos.
Em todo o varejo, a indústria de fundos como um todo cresceu 10,8%, à frente do crescimento de 10,0% da poupança.
Onde investem os mais ricos
Já os recursos dos mais ricos, do segmento private, estão mais concentrados nos fundos multimercados. Estes e os fundos de ações, por sinal, foram os únicos cuja participação cresceu no segmento no ano passado.
Os maiores crescimentos em volume no ano passado se deram nos fundos cambiais, fundos de ações, debêntures e previdência aberta, nesta ordem.
Destes, apenas as debêntures cresceram mais que no ano anterior. Elas vêm se destacando cada vez mais entre os investidores mais abastados. Já a previdência aberta é muito usada para planejamento tributário e sucessório, e pode ganhar fôlego, segundo os representantes da Anbima, caso os fundos exclusivos passem realmente a ser tributados.
A Anbima considera, no segmento de private banking, os investidores que têm, no mínimo, R$ 3 milhões em ativos financeiros.
xxxOnde investem os ricos
Uma observação sobre as compromissadas, as LCI e LCA
Você deve ter percebido, pelos gráficos, que o crescimento nas operações compromissadas, LCI e LCA nos últimos dois anos em todos os segmentos foi de baixo a negativo.
No caso das compromissadas, isso se deu, segundo representantes da Anbima, porque desde 2017 os bancos pararam de distribuí-las, por questões normativas.
Já no caso das LCI, LCA e demais ativos com lastro nos mercados imobiliário e agrícola, o problema não foi a redução de demanda pelos investidores, mas sim de oferta pelos emissores.
Esses investimentos só são ofertados quando há operações de crédito nos mercados que eles financiam, pois estas operações lastreiam os títulos.
Caso a economia brasileira de fato passe por uma retomada em 2019, é bem possível que as emissões desses ativos voltem a crescer.
Tendências
Para Cláudio Sanches, vice-presidente do Comitê de Varejo da Anbima, a tendência no varejo é uma maior disseminação de fundos multimercados, que funcionam como porta de entrada da pessoa física nos investimentos com um pouco mais de risco.
Com a Selic baixa e as perspectivas de retomada no crescimento econômico, esses fundos devem se destacar sobretudo no segmento de alta renda, dando continuidade à tendência dos fundos de baixar suas aplicações mínimas iniciais.
Deve haver ainda uma tendência maior de migração para a renda variável e para as debêntures, que devem se popularizar cada vez mais.
Entre os investidores do varejo tradicional, o Tesouro Direto deve continuar ganhando espaço. Apesar do crescimento da poupança em 2018 e da sua enorme participação neste segmento, o volume aplicado em títulos públicos pelo programa do governo federal cresceu 17,2% no ano passado, percentual superior aos 14,5% de 2017.
Já para João Albino, presidente do Comitê de Private Banking da Anbima, no private as debêntures e a previdência privada devem continuar ganhando espaço.
“Muitas empresas médias e grandes estão financiando suas dívidas em prazos entre sete e 15 anos, sobretudo com debêntures incentivadas. E há um grande apetite do público private por esse produto”, disse, em teleconferência para jornalistas.
“Para previdência privada, a tendência é que esse produto chegue em 14% o 15% de participação no segmento, salvo se os fundos exclusivos passarem a ser tributados. Nesse caso, poderia crescer até mais”, completou.
O que diz o projeto do devedor contumaz de impostos que tramita no Congresso? Entenda ponto a ponto
O objetivo da Receita Federal é punir empresários que abrem empresas apenas com o intuito de não pagar impostos
Concurso SEFAZ SP 2025: edital para Auditor Fiscal é publicado — 200 vagas e salário inicial de R$ 21,1 mil
Concurso público Sefaz SP oferece 200 vagas para Auditor Fiscal, com salários iniciais de R$ 21,1 mil e provas marcadas para fevereiro e março de 2026
Quanto vale hoje a mansão abandonada de Silvio Santos? Mais do que você imagina
Antigo refúgio da família Abravanel em Mairiporã, imóvel com deck na Represa da Cantareira, piscina, spa e casa de hóspedes ressurge reformado após anos de abandono
Como funcionava o esquema do Grupo Refit, maior devedor de impostos do país, segundo a Receita Federal
Antiga Refinaria de Manguinhos foi alvo da Operação Poço de Lobato, acusada de um sofisticado esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis
Essa cidade brasileira é a terceira maior do mundo, supera Portugal e Israel e tem mais cabeças de gado do que gente
Maior município do Brasil, Altamira supera o território de mais de 100 países e enfrenta desafios sociais, baixa densidade populacional e alta violência
Grupo Refit é alvo de megaoperação, com mandados contra 190 suspeitos; prejuízo é de R$ 26 bilhões aos cofres públicos
Os alvos da operação são suspeitos de integrarem uma organização criminosa e de praticarem crimes contra a ordem econômica e tributária e lavagem de dinheiro
Até tu, Lotofácil? Loterias da Caixa acumulam no atacado e atenções se voltam para prêmio de R$ 53 milhões na Timemania
É raro, mas até a Lotofácil encalhou na noite de quarta-feira (26); Quina, +Milionária, Lotomania, Dupla Sena e Super Sete também acumularam
Gás do Povo entra em operação: veja onde o botijão gratuito já está sendo liberado
Primeiras recargas do Gás do Povo começaram nesta semana em dez capitais; programa deve alcançar 50 milhões de brasileiros até 2026
É dia de pagamento: Caixa libera Bolsa Família de novembro para NIS final 9
O pagamento do benefício ocorre entre os dias 14 e 28 deste mês e segue ordem definida pelo último número do NIS
Como é o foguete que o Brasil vai lançar em dezembro (se não atrasar de novo)
Primeira operação comercial no país vai levar ao espaço satélites brasileiros e tecnologias inéditas desenvolvidas por universidades e startups
Liquidação do Banco Master não traz risco sistêmico, avalia Comitê de Estabilidade Financeira do BC
A instituição do banqueiro Daniel Vorcaro cresceu emitindo certificados com remunerações muito acima da média do mercado e vinha enfrentando dificuldades nos últimos meses
Imposto de Renda: o que muda a partir de 2026 para quem ganha até R$ 5 mil e para a alta renda, a partir de R$ 50 mil por mês
Além da isenção para as faixas mais baixas, há uma taxa de até 10% para quem recebe acima de R$ 50 mil por mês
A cidade brasileira que é a capital nacional do arroz, tem a maior figueira do mundo — e é o lar do mais novo milionário da Mega-Sena
Cidade gaúcha une tradição agrícola, patrimônio histórico e curiosidades únicas — e agora entra no mapa das grandes premiações da Mega-Sena
Defesa de Vorcaro diz que venda do Banco Master e viagem a Dubai foram comunicadas ao BC
O banqueiro foi preso na semana anterior devido à Operação Compliance Zero da Polícia Federal, que investiga um esquema de emissão de títulos de crédito falsos
A proposta do FGC para impedir um novo caso ‘Banco Master’ sem precisar aumentar o colchão do fundo
Com maior resgate da história do FGC, o caso Banco Master acelera discussões sobre mudanças nas regras do fundo e transparência na venda de CDBs
Pagamentos do Bolsa Família e Gás do Povo chegam a beneficiários com NIS final 8 nesta quarta (26)
O pagamento do benefício ocorre entre os dias 14 e 28 deste mês e segue ordem definida pelo último número do NIS
Quanto vai ser o salário mínimo de 2026 e o que ainda falta para ele entrar em vigor
O novo piso salarial nacional para 2026 já foi proposto, mas ainda aguarda aprovação; saiba o que ainda falta
Mega-Sena paga prêmio de quase R$ 15 milhões na ‘capital nacional do arroz’; bola dividida deixa Lotofácil em segundo plano
Enquanto a Mega-Sena saiu para uma aposta simples, a Lotofácil premiou um total de 11 apostadores; as demais loterias da Caixa acumularam ontem (25).
2026 sem alívio: projeções do Itaú indicam juros altos, inflação resistente e dólar quase parado
Cenário deve repetir 2025, apesar de R$ 200 bilhões em impulsos fiscais que turbinam o PIB, mas mantêm pressão nos preços
Um problema para o sistema elétrico? Por que a Aneel quer cortar o excedente de energia renovável
Agência aprova plano emergencial para evitar instabilidade elétrica em a excesso de energia solar e eólica
