Bolsas americanas caem forte, mas Ibovespa resiste e recua “apenas” 0,65%
Os mercados globais tiveram um dia de estresse intenso. As tensões comerciais entre EUA e China impactaram fortemente as bolsas americanas, embora o Ibovespa tenha conseguido reduzir as perdas durante a tarde

A guerra comercial segue mexendo com os nervos dos mercados globais. E, desta vez, as bolsas americanas foram as mais afetadas pela escalada na tensão entre os Estados Unidos e a China — o Ibovespa também foi pressionado, mas conseguiu reduzir as perdas ao longo da tarde.
Lá fora, os mercados acionários de Nova York chegaram a cair mais de 2% no meio da tarde. Ao fim do dia, recuperaram parte das perdas, mas ainda encerraram a sessão em queda firme: o Dow Jones teve baixa de 1,79%, o S&P 500 recuou 1,65% e o Nasdaq fechou com perda de 1,96%.
Nesse contexto, o Ibovespa até conseguiu se segurar bem, terminando o dia com queda de 0,65%, aos 94.388,73 pontos — na mínima, chegou a cair 2,38%, aos 92.749,70 pontos. O dólar à vista teve alta de 0,29%, a R$ 3,9694, após tocar exatamente R$ 4,00 na máxima intradiária (+1,06%).
É preciso fazer uma rápida retrospectiva para entender o comportamento das bolsas americanas nesta terça-feira. No fim de semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou via Twitter que aumentaria a taxação sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses, de 10% para 25%, até a sexta-feira (10).
A declaração de Trump, poucos dias antes da visita de uma delegação chinesa a Washington para dar continuidade às negociações comerciais entre os dois países, trouxe incômodo aos mercados, mas essa preocupação foi gradualmente absorvida. A percepção era a de que tratava-se de uma bravata do presidente americano, tentando ganhar vantagem num possível acordo comercial.
Tanto é que as bolsas americanas tiveram perdas relativamente limitadas na segunda-feira, fechando com baixas inferiores a 0,5% — o Ibovespa, por outro lado, caiu 1,04% na última sessão.
Leia Também
O problema é que, após o fechamento dos mercados, o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, confirmou a elevação nas tarifas aos produtos chineses, citando uma "erosão nos compromissos" já firmados pelo país asiático. E a oficialização dessa postura pelo governo americano pegou o mercado de surpresa.
"Com a queda toda lá de fora, até que aqui dentro foi tranquilo", disse um operador, destacando a tensão comercial envolvendo americanos e chineses. "Aqui dentro tem notícias ruins, mas o que mais fez preço foi o exterior".
Nem mesmo a confirmação de que a delegação chinesa ainda irá a Washington na quinta-fera (9) para dar continuidade às negociações entre as partes serviu para diminuir a cautela global. Para Victor Cândido, economista-chefe da Guide Investimentos, essa notícia até trouxe algum alívio às negociações, mas não colocou "panos quentes" em definitivo.
Afinal, mesmo num cenário em que os governos americano e chinês cheguem a algum tipo de acordo comercial, o mercado já mostra dúvidas quanto à amplitude desse acerto — adicionando mais uma camada de incerteza ao já frac crescimento da economia global.
Política em foco
Mas os mercados brasileiros também tiveram outros fatores de influência ao longo do dia, com destaque para o noticiário político. Após o recesso da semana passada, Brasília voltou a atrair olhares nesta terça-feira, com o início das atividades da comissão especial da Câmara que irá analisar a reforma da Previdência.
No entanto, Cândido, da Guide, ressalta que o mercado está apreensivo em relação a colegiado, uma vez que essa é a etapa em que o texto da reforma poderá sofrer as alterações mais profundas. E o noticiário político dá combustível para essa preocupação.
Nesta manhã o presidente do colegiado, Marcelo Ramos (PR-AM) voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro. No Twitter, Ramos disse que um presidente precisa ter "noção de prioridade" — o deputado ainda criticou os esforços empreendidos por Bolsonaro para defender Olavo de Carvalho, que segue atacando o núcleo militar do governo.
Dólar perde força
O dólar à vista chegou a encostar no nível de R$ 4,00, mas perdeu força durante a tarde, encerrando na faixa de R$ 3,97. E essa perda de força ocorreu em linha com o movimento visto no exterior, conforme destaca Cleber Alessie, da H. Commcor.
Lá fora, a moeda americana abriu o dia ganhando terreno ante quase todas as divisas emergentes, como o peso mexicano, o peso colombiano e o peso chileno. Mas esse movimento perdeu intensidade ao longo da tarde — e o real foi na esteira dos pares globais.
Já as curvas de juros seguiram relativamente comportadas, sem mostrar grande conexão com o desempenho o dólar — o Copom inicia hoje a reunião para definir a taxa Selic, e não há perspectiva de elevações nos juros nos próximos meses.
Na ponta curta, os DIs para janeiro de 2020 ficaram estáveis em 6,44%, assim como os DIs para janeiro de 2021, em 7,04%. Na ponta longa, as curvas com vencimento em janeiro de 2023 avançaram de 8,15% para 8,18%, e os DIs para janeiro de 2025 subiram de 8,68% para 8,70%.
"Não existe expectativa de aumento nos juros pelo Copom", diz Alessie, lembrando dos dados fracos de atividade econômica e dos sucessivos cortes nas projeções de crescimento do PIB no boletim Focus. "Em termos de Selic, o mercado está baixista ou aposta em manutenção".
Balanço forte
Num dia negativo para o Ibovespa, as ações ON da BR Distribuidora (BRDT3) avançaram 3,5% e tiveram o terceiro melhor desempenho do índice, com o mercado recebendo bem os resultados trimestrais da companhia.
A empresa encerrou o primeiro trimestre de 2019 com lucro líquido de R$ 477 milhões, uma alta de 93,1% em comparação com o mesmo período do ano passado, ajudada pelo reconhecimento de dívidas de distribuidoras e ex-distribuidoras de energia da Eletrobras.
Ambev vai mal
Na ponta oposta do índice, chamou a atenção o mau desempenho dos papéis ON da Ambev (ABEV3) (-2,27%). Nesta manhã, a fabricante de bebidas reportou alta de 6,2% em seu lucro líquido na mesma base de comparação, para R$ 2,749 bilhões.
Em relatório, o BTG Pactual destacou o crescimento "sólido" no volume de vendas consolidadas da Ambev, de 6,1% na base anual, mas ressalta que o tradeoff entre o volume e os preços no segmento de cerveja no Brasil é "enigmático".
Magalu em queda
O Magazine Luiza registrou lucro líquido de R$ 132,1 milhões no primeiro trimestre deste ano, resultado 10% menor que o mesmo período de 2018 — os números ficaram em linha com a média das expectativas de analistas consultados pela Bloomberg.
No entanto, as ações ON da empresa (MGLU3) caíram 4,03%. Para o Bradesco BBI, os resultados da empresa no trimestre foram sólidos e superaram as expectativas. "Apesar da queda na margem Ebitda, o fato de a contração ter sido menor que a esperada suaviza as potenciais preocupações quanto à rentabilidade no curto prazo, uma vez que os custos permanecem firmemente sob controle".
E a BB Seguridade?
A holding que concentra os negócios de seguros do Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,01 bilhão entre janeiro e março deste ano, um crescimento de 11,7% em um ano. As ações ON da empresa (BBSE3), contudo, tiveram queda de 3,3%.
Em relatório, o Itaú BBA destaca que o lucro líquido ficou acima do esperado, mas ressalta que diversos "eventos atípicos" afetaram os resultados — excluindo tais efeitos, o lucro da BB Seguridade teria avançado apenas 3% na base anual.
Pressão no petróleo
A tensão global em relação às negociações EUA-China também afetam o mercado de commodities, com o petróleo Brent (-1,9%) e WTI (-1,36%) fechando em queda. E, como resultado, as ações da Petrobras acabam sendo impactadas: os papéis ON da estatal (PETR3) caíram 1,08%, enquanto os PN (PETR4) recuaram 1,57%.
Hapvida chega ao Sudeste
Fora do Ibovespa, destaque para as ações ON da Hapvida (HAPV3), que fecharam em alta de 7,06% após a empresa confirmar a compra do Grupo São Francisco, por R$ 5 bilhões.
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Mais um banco se rende à Cielo (CIEL3) e passa a recomendar a compra da ação, mesmo após alta de quase 200% neste ano
Com potencial de alta de quase 30% estimado para os papéis, os analistas do Credit Suisse acreditam que você deveria incluir as ações da empresa de maquininhas no seu portfólio
IRB lança oferta primária restrita, mas limita operação a R$ 1,2 bilhão e antecipa possibilidade de um descontão; IRBR3 é a maior alta do Ibovespa hoje
Resseguradora busca reenquadramento da cobertura de provisões técnicas e de liquidez regulatória para continuar operando
Dividendos: Porto Seguro (PSSA3) anuncia quase R$ 400 milhões em JCP; Kepler Weber (KEPL3) também distribuirá proventos
Data de corte é a mesma em ambos os casos; veja quem tem direito a receber os proventos das empresas
Oi (OIBR3) confirma venda de operação fixa para subsidiária da Highline; transação pode alcançar R$ 1,7 bilhão
Proposta da NK 108, afiliada da Highline, foi a única válida no leilão realizado ontem; negócio envolve cerca de 8 mil torres da Oi
Depois de bons resultados nos setores de gás e energia, gigante de infraestrutura está conquistando espaço, também, na mineração – e promete assustar a Vale (VALE3)
Um crescimento mínimo de 50%: é isso que time de analistas espera para uma ação que custa, hoje, 20% a menos do que sua média histórica; saiba como aproveitar
Ibovespa interrompe sequência de 4 semanas em alta; veja as ações que mais caíram – e um setor que subiu em bloco
Ibovespa foi prejudicado por agenda fraca na semana, mas houve um setor que subiu em bloco; confira as maiores altas e baixas do período
Dá pra personalizar mais? Americanas (AMER3) fecha parceria com o Google em busca de mais eficiência e melhor experiência para clientes
Acordo entre a Americanas e o Google prevê hiperpersonalização da experiência do cliente e otimização de custos operacionais
Bed Bath & Beyond desaba mais de 40% em Wall Street — e o ‘culpado’ é um dos bilionários da GameStop; entenda
Ryan Cohen, presidente do conselho da GameStop, vendeu todas as suas ações na varejista de itens domésticos e embolsou US$ 60 milhões com o negócio
Unindo os jalecos: acionistas do Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) aprovam a fusão entre as companhias
Os acionistas de Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) deram aval para a junção dos negócios das companhias; veja os detalhes
JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?
Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa
Irani anuncia recompra de até 9,8 milhões de ações na B3; o que isso significa para o acionista de RANI3?
A empresa disse que quer maximizar a geração de valor para os seus investidores por meio da melhor administração da estrutura de capital
Vale (VALE3) perdeu o encanto? Itaú BBA corta recomendação de compra para neutro e reduz preço-alvo do papel
Queridinha dos analistas, Vale deve ser impactada por menor demanda da China, e retorno aos acionistas deve ficar mais limitado, acredita o banco
Soberania da (VALE3) ‘ameaçada’? Melhor ação de infraestrutura da Bolsa pode subir 50%, está entrando na mineração e sai ganhando com o fim do monopólio da Petrobras (PETR4) no setor de gás; entenda
Líder na América Latina, papel está barato, está com fortes investimentos na mineração e é um dos principais nomes do mercado de gás e do agronegócio no Brasil
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Briga do varejo: Qual é a melhor ação de atacadista para ter na carteira? A XP escolheu a dedo os papéis; confira
O forte resultado do Grupo Mateus (GMAT3) no 2T22 garantiu ao atacadista um convite para juntar-se ao Assaí (ASAI3) na lista de varejistas de alimentos favoritas dos analistas