Apenas 4 em cada 10 fundos de ações renderam acima do Ibovespa em 2018
Entre os fundos que se propõem a replicar índices (indexados), apenas 35,9% conseguiram bater o Ibovespa; entre os índices ativos, 58,9% tiveram obtiveram sucesso

A Bolsa subiu 15% em 2018, mas essa trajetória ficou bem longe de ser uma linha reta. Greve dos caminhoneiros, cenário externo e sobretudo as eleições transformaram o mercado acionário numa verdadeira montanha-russa. Tamanha volatilidade deixou o trabalho dos gestores mais difícil: no ano passado, apenas 43% dos fundos de ações renderam acima do Ibovespa - principal índice de ações do mercado brasileiro.
Levantamento feito pelo Estado com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) analisou o desempenho de 1,5 mil fundos de ações em 2018. A pesquisa excluiu fundos fechados, que investem no exterior, mútuos de privatização ou especializados em investir em uma só empresa.
Entre os fundos que se propõem a replicar índices (indexados), apenas 35,9% conseguiram bater o Ibovespa. Já entre os que pretendem superar o índice (ativos), 58,9% obtiveram sucesso. Entre os que selecionam ações que pagam mais dividendos, metade (50,9%) teve valorização acima da referência.
“Foi um ano de muita volatilidade. Por isso, alguns gestores preferiram um caminho mais conservador e não fizeram grandes apostas - esperaram o desfecho das eleições para balancear as carteiras”, afirma Sandra Blanco, consultora de investimentos da Órama.
Especialistas ponderam que é comum que fundos que se balizam por uma referência rendam menos que o índice em si, por causa dos custos para montar a carteira e da taxa de administração - que, no levantamento, variou de zero a 6% ao ano. Além disso, os gestores utilizam diferentes estratégias, uma vez que o mercado de ações mira o longo prazo - o que permite que haja percalços no curto prazo.
“Tiveram bom desempenho ano passado os fundos fortemente posicionados em estatais, que registraram alta valorização com o cenário eleitoral, e em papéis ligados ao consumo interno, que subiram depois do resultado, que agradou o mercado”, observa Erick Scott Hood, analista de fundos da Guide Investimentos, que está otimista com a Bolsa, mirando os 120 mil pontos ao fim de 2019.
Analistas indicam o fundo como uma opção para quem deseja investir em empresas, mas não tem experiência ou disponibilidade para estudar o mercado. Além disso, o custo é mais barato do que montar uma carteira diversificada. “Fazer uma alocação em fundos mais especializados faz mais sentido do que comprar papéis à revelia”, diz Ronaldo Guimarães, sócio-diretor do banco digital Modal.
Na avaliação de Guimarães, é mais vantajoso optar por fundos ativos. “É muito importante, porém, pesquisar sobre o gestor e olhar o histórico de retorno do fundo, além da taxa de administração”, recomenda.
Informações como a taxa de administração e a estratégia do fundo podem ser encontradas na “lâmina” do fundo - documento disponível no ambiente de negociação das corretoras e também no site da CVM. Além dos ativos e indexados (passivos), há também outras alternativas, como fundos que investem em small caps (empresas de menor porte), em companhias que pagam bons dividendos ou naquelas que têm boas práticas de sustentabilidade e governança (veja desempenho acima).
ETFs
Uma outra opção para acompanhar o comportamento de um índice são os ETFs (Exchange Traded Funds). Com um custo médio de 0,5% sobre o valor aplicado, eles são fundos com cotas negociadas em Bolsa cuja carteira tem o número de empresas equivalente ao peso de cada papel no índice. O Bova11, por exemplo, tem as mesmas ações que compõem o Ibovespa. A cota custa menos de R$ 100.
“Entre um fundo passivo e um ETF, o ETF é mais vantajoso, porque tem um custo mais baixo do que a taxa de administração dos fundos”, diz Myrian Lund, pesquisadora do Ibre/FGV. “Além disso, o ETF tem mais liquidez - você pode comprar e vender a qualquer momento. Já os fundos normalmente são D+4 (o resgate leva quatro dias).”
A hora e a vez dos fundos imobiliários de tijolo — Santander recomenda os FIIs com maior potencial de valorização
Um dos grupos que mais sofreu desde o início da pandemia e, em seguida, com aumento da taxa de juro, os FIIs que compram, vendem e gerenciam ativos reais voltam a brilhar
Gauss vê preferência do mercado por Bolsonaro contra Lula e aposta em dólar forte — menos contra o real
Fabio Okumura, sócio-fundador da Gauss e responsável pela gestão de R$ 2,5 bilhões, tem visão favorável para o país, mas diz que não tomaria posição de longo prazo com base no resultado das eleições
Squadra acerta com aposta na queda de Nubank e IRB, mas tem perda com ações da XP
A aposta na queda das ações do Nubank rendeu a maior contribuição dentro do portfólio short (vendido) da Squadra no primeiro semestre
TC — antigo Traders Club — compra gestora Pandhora Investimentos por R$ 15 milhões
Desde o IPO feito em julho de 2021, TC (TRAD3) vem aproveitando o dinheiro para fazer uma série de aquisições no mercado
Dupla de FIIs de logística domina lista dos fundos imobiliários mais recomendados para agosto; confira os favoritos de 10 corretoras
Os analistas buscaram as oportunidades escondidas em todos os segmentos de FIIs e encontraram na logística os candidatos ideais para quem quer um show de desempenho
Investidor de Nubank e Inter, Softbank tem maior prejuízo trimestral da história
Com o naufrágio das empresas de tecnologia na bolsa, o grupo japonês registrou prejuízo trimestral equivalente a R$ 122 bilhões
Gestor de um dos fundos mais voláteis — e rentáveis — do mercado teme “terceiro turno” na disputa entre Lula e Bolsonaro
Gestor-trader Cláudio Coppola calcula probabilidade de 20% de Bolsonaro pedir recontagem após segundo turno acirrado contra Lula
Melhor momento para investir em renda fixa ainda está por vir – mas convém evitar emissores desses setores
Ulisses Nehmi, da Sparta, e Marcelo Urbano, da Augme, gestoras especializadas em crédito privado, falam das perspectivas para a renda fixa e os setores mais promissores ou arriscados
Populares, mas pouco transparentes? Anbima vai criar novas regras para fundos que investem em criptomoedas
O patrimônio de fundos que investem em ativos digitais disparou 680% de dezembro de 2020 a abril de 2022, para os atuais R$ 4,7 bilhões
Vinci Partners quer levantar US$ 1,4 bilhão para novos fundos de private equity e de energias renováveis
O fundo atual da Vinci, gestora formada por ex-sócios do atual BTG Pactual, possui na carteira empresas como rede de pizzarias Domino’s e o banco digital Agi
Leia Também
-
Ações da BRF (BRFS3) lideram altas do Ibovespa, enquanto Casas Bahia (BHIA3) e varejo despencam. Confira os destaques da bolsa na semana
-
Por que as ações do Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) amargam mais um dia de forte queda na B3
-
Bolsa hoje: Com NY, Ibovespa sustenta os 116 mil pontos hoje, mas acumula queda de 2% na semana; dólar avança 1%