Meu ETF de Ibovespa favorito
Mercado que andava adormecido, de um mês para cá virou um agito só. Para que você não se perca em meio à concorrência, fizemos uma varredura da oferta
Se uma única estátua fosse erguida para homenagear o americano que mais fez pelos investidores, de quem ela deveria ser? Você respondeu Warren Buffett? Pois o megainvestidor mesmo disse que ela deveria representar outra pessoa: Jack Bogle.
Bogle, falecido em janeiro deste ano, deixou de legado os estudos que fundamentaram os fundos passivos, produtos baratos que reproduzem os índices de mercado. E viveu para vê-los acumular cerca de 7 trilhões de dólares em ativos no mundo todo.
Se você acompanha esta newsletter há tempos, sabe que eu ainda prefiro, pelo menos para a Bolsa brasileira, a gestão ativa à passiva. Ou seja, prefiro delegar a um gestor disciplinado e dedicado a seleção de 10 a 20 ações para investir a comprar a cesta inteira do Ibovespa.
E já mostrei aqui mais de uma vez que, historicamente, os gestores brasileiros ativos superam o Ibovespa na média, mesmo se considerado o viés de sobrevivência. Pode ser porque o índice era pior no passado, pode ser por um motivo que não estou vendo, mas os dados ainda me mostram a vantagem da gestão ativa.
Difícil pra mim preferir um ETF, fundo indexado listado em Bolsa, quando vejo uma gestora como a Brasil Capital entregar mais de 1.000 por cento de retorno na última década, enquanto o Ibovespa mostrava apenas 147 por cento (apenas para citar um fundo que segue aberto).
Dito isso, não tenho como fechar os olhos para autoridades como Buffett e Bogle. Para um investidor que não tem qualquer acesso à informação de qualidade para selecionar fundos, concordo que a melhor ferramenta para acessar a Bolsa é o ETF.
Leia Também
Pois bem, você deve ter visto que esse mercado, que andava adormecido, de um mês para cá virou um agito só. Para que você não se perca em meio à concorrência dos gigantes, fizemos uma varredura da oferta.
O mais importante, para começar, é você saber que não basta observar a taxa de administração. Sim, os mais baratos saem na vantagem: como o objetivo desses fundos é replicar o Ibovespa, não faz sentido cobrarem caro.
Olhar para a taxa, entretanto, não basta – e aí é que está o segredo da avaliação de um ETF.
Um fundo passivo pode ser mais barato do que os demais e render menos. Como é, por definição, um investidor de longo prazo em muitos papéis, o ETF pode auferir uma boa receita alugando uma parte deles a investidores que desejam montar posições vendidas.
Então, você deveria esperar que o ETF rendesse menos do que o índice, já que ele compra todas as ações e desconta a taxa, certo? É o aluguel que permite ao BOVV11, o ETF de Ibovespa do Itaú, entregar 14,89 por cento neste ano, um pouco acima dos 14,88 por cento do Ibovespa, mesmo depois de descontada a taxa de administração de 0,3 por cento ao ano.
Até aqui, o BOVV11 é o melhor instrumento para ficar indexado ao principal índice da Bolsa brasileira. Você pode conferir com seus próprios olhos: o BOVA11, ETF da BlackRock, com 0,54 por cento de taxa, rende 14,70 por cento no ano. E o da Caixa, com seu 0,5 por cento de custo, ganha 14,57 por cento.
A disputa estava óbvia até poucos dias atrás, quando a BlackRock empatou sua taxa com a do Itaú, em 0,3 por cento ao ano. E o Bradesco lançou o BOVB11, com seus 0,2 por cento ao ano, mais barato do que os dois já existentes. Somente o produto da Caixa ficou para trás, comendo poeira.
E agora? Com taxas tão próximas, o jeito é observar a capacidade de geração de receita com aluguel. Os gestores definem o máximo do patrimônio do fundo que podem dispor dessa forma no regulamento do fundo e esse já é um bom parâmetro. O mais importante, entretanto, é ver o quanto eles alugam na prática.
Itaú e Bradesco podem alugar até 70 por cento do patrimônio. Mas, na prática, no BOVV11, o Itaú doa historicamente cerca de 25 por cento da carteira. O produto do Bradesco é jovem demais para que saibamos qual será a prática. A BlackRock aumentou, na semana passada, o quanto pode doar de 30 para 40 por cento, mas historicamente fica entre 10 e 15 por cento.
Então, mais importante do que saber os limites permitidos é acompanhar o quanto os gestores têm de receita com aluguel na prática.
Para completar a brincadeira, o BTG lançou em março um fundo indexado ao Ibovespa com taxa 0,15 por cento ao ano – e, portanto, mais barato do que os ETFs, até mesmo o do Bradesco – e possibilidade de doar até 100 por cento da carteira.
O retorno, até aqui, do produto do BTG, seja por custos fixos, seja por aluguel na prática, tem ficado um pouco aquém do BOVV11. Mas a gestora baixou nesta semana a taxa a 0,14 por cento ao ano e já anunciou que pretende fazer novos cortes à medida que o patrimônio do fundo aumentar (nos moldes do que fez com o Tesouro Selic Simples).
Por enquanto, fico com o que meus olhos podem ver: o meu indexado ao Ibovespa favorito segue o BOVV11, até que me provem o contrário.
Mas estou preparada para mudar de opinião a qualquer momento. Nos próximos meses, vamos acompanhar de perto como os gestores se diferenciam em termos de capacidade de aluguel de ações. Surpreendam-nos!
Cota cheia
Um brinde ao aquecimento do mercado de ETFs! Os maiores beneficiados com a disputa por preço somos nós, investidores.
Se você conhece o mercado global, talvez siga insatisfeito com o patamar de taxas cobradas por esses produtos no Brasil, entre 0,15 e 0,3 por cento. Nos EUA, a disputa já corre na segunda casa decimal. BlackRock, Fidelity, Schwab e Vanguard oferecem fundos indexados com taxa zero ou perto disso.
Bom dizer, entretanto, que não estamos tão atrasados quanto parece. Isso porque, no mercado americano, os gestores de ETFs podem se apropriar de parte da receita do aluguel. E, segundo um levantamento da Morningstar, a receita retida chega a 30 por cento em alguns produtos.
Ou seja, um ETF de taxa zero lá fora não implica que a gestora esteja fazendo caridade. Ela, na verdade, pode ser remunerada com uma parte da receita obtida com a doação de ações – o que é até interessante, porque o gestor precisa trabalhar para ser remunerado.
Aqui no Brasil, porém, como se apropriar de uma parte da receita com aluguel é proibido (pelo menos até o momento), tudo precisa ser repassado ao cotista. Apesar de ser mais visível, pagar taxa de administração pode até sair mais barato do que rachar a receita com aluguel.
Cota murcha
Enquanto a disputa nos ETFs acontece em torno do 0,15 a 0,3 por cento ao ano, os bancos ainda têm fundos indexados absurdamente caros.
Dentre os classificados como indexados na Anbima, o campeão às avessas é o Caixa Ibovespa, com taxa de 4 por cento ao ano! Ele vem acompanhado do Bradesco Indexado, com 3,5 por cento, e do Santander Índice Bovespa, com 3 por cento. Só para falar dos piores.
Se você é cotista de um deles, passou da hora de trocar. Vá de BOVV11, BOVA11, BOVB11, BTG Indexado, do que quiser... De todo jeito, você estará muito melhor do que nesse fundo caro aí, fazendo exatamente a mesma coisa: perseguindo o Ibovespa.
Ursos de 2025: Banco Master, Bolsonaro, Oi (OIBR3) e dólar… veja quem esteve em baixa neste ano na visão do Seu Dinheiro
Retrospectiva especial do podcast Touros e Ursos revela quem terminou 2025 em baixa no mercado, na política e nos investimentos; confira
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores