Petrobras anuncia PDV e diz que fará demissões
Plano faz parte de uma proposta para adequar a companhia à nova visão do governo de manter apenas o quadro essencial na estatal
A Petrobras anunciou nesta semana que vai lançar entre abril e maio um novo Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV). A ideia do plano é adequar a companhia à nova visão do governo de manter apenas o quadro essencial na estatal.
Em reunião realizada na última segunda-feira, 25, para explicar como seria feita a desocupação da sede da estatal em São Paulo, onde trabalham cercam de 700 pessoas, o recém chegado gerente-executivo de Recursos Humanos da empresa, Claudio Costa, chegou a comparar a Petrobras à montadora Ford, que anunciou o fechamento de uma fábrica em São Bernardo (SP) e deve deixar 2,8 mil desempregados.
"A gente tem que tomar decisões que, infelizmente, são para o fortalecimento da organização no futuro, nos próximos 10, 20, 30 anos, para a Petrobras poder fazer 120, 130, 150 anos. Se a gente não fizer isso hoje (reduzir quadro), daqui a duas décadas essa empresa não existirá mais. Em 2015, a empresa estava literalmente falida", traz um áudio gravado durante uma reunião do gerente-executivo com funcionários do Edisp, prédio que a estatal mantém na Avenida Paulista, no centro empresarial da capital paulista.
Sindicalistas que foram chamados ao Rio de Janeiro para uma reunião com Costa no mesmo horário da reunião de São Paulo se mobilizaram nesta terça-feira no prédio da sede da Petrobras, no centro do Rio, na tentativa de serem recebidos pelo gerente admitido pela estatal há menos de um mês. Eles querem uma explicação para as declarações de Costa em São Paulo, que deixaram o quadro de empregados paulistas da Petrobras em pânico, de acordo com Adaelson Costa, secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e coordenador geral do Sindipetro do Litoral Paulista.
"Viemos (cerca de 15 pessoas, nesta terça-feira) para uma reunião da comissão do ACT (acordo coletivo), mas só vamos sair depois de conversar com o gerente Claudio Costa para ele explicar o que houve em São Paulo. No nosso acordo coletivo de trabalho tem previsão de demissão desde que haja negociação", disse Adaelson Costa, secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e coordenador geral do Sindipetro do Litoral Paulista. Segundoo sindicalista, a reunião será realizada na quarta-feira, no Rio.
Ele informou que no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da Petrobras existe a previsão de demissão, desde que haja negociação. Ele observou a falta de sensibilidade de Costa e avaliou que o executivo não "está preparado para lidar com uma empresa do porte da Petrobras."
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O áudio com as declarações de Costa percorreu as redes sociais durante todo o dia, no qual o executivo afirma durante reunião com empregados que a estatal "daqui a duas décadas não existirá mais" se não demitir funcionários. Nas gravações, Costa diz que em São Paulo ficará apenas o quadro essencial e ativos da empresa que não interessarem o mercado será "simplesmente fechado".
O objetivo do encontro realizado no fim da tarde da última segunda-feira era detalhar o fechamento do prédio, já anunciado pela direção em teleconferência com empregados na semana passada. Lá, trabalham cerca de 700 empregados, a maior parte concursados que dão suporte às unidades operacionais da empresa nas regiões Sul e Sudeste, principalmente refinarias e terminais. Como parte dessas unidades será vendida, alguns funcionários deverão ser remanejados para outros Estados, poucos permanecerão em São Paulo, em um prédio do tipo 'coworking' que a empresa pretende alugar, e o restante será demitido.
"Algumas pessoas não ficarão na companhia. Dá para absorver todo mundo que aqui está? Não. Algumas pessoas não ficarão. Algumas vão poder decidir por escolha própria não permanecer na companhia. Os programas (de demissão voluntária) virão para ajudá-los nesse processo decisório", disse o executivo, complementando que um Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV) deve ser lançado "entre abril e maio". A Petrobras possui 62,7 mil funcionários próprios, um número reduzido frente aos 78,5 mil de 2015, após sucessivos programas de demissão voluntária.
Durante o encontro com os funcionários do Edisp, Costa acabou avançando um pouco mais na divulgação de privatizações e demissões planejadas pela nova gestão da petroleira. "Algumas áreas serão fortalecidas: o desenvolvimento de produção do pré-sal será muito fortalecido. Algumas outras áreas serão desinvestidas e, sim, privatizadas. Algumas nem privatizadas serão. Algumas serão fechadas, porque não têm nem interesse do mercado em fazer aquisição daquele ativo. Então, quando não tiver interesse de mercado, simplesmente é fechado", disse o gerente, segundo relato de funcionários.
Ex-diretor da TAM e da EcoRodovias, Costa foi convidado pela nova direção da Petrobras para o cargo no início do ano. Ele substituiu o funcionário de carreira José Luiz Marcusso. Como consultor, trabalhou na Supergasbras com Lauro Cotta, que chegou a ser indicado para assumir uma diretoria na estatal, mas desistiu. Até agosto do ano passado, Costa esteve na prefeitura de São Paulo e, nos últimos meses, atuou como conselheiro do Banco Pine.
De acordo com o diretor do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo (Sindicato Unificado - SP), Alexandre Castilho, até então, a discussão com a empresa era sobre a transferência dos empregados. Mas, depois da fala de Costa, as negociações tomaram outra proporção. "Estamos convocando para amanhã uma assembleia com os funcionários para debater essa questão", disse ele, acrescentando que o gerente anunciou, entre outros pontos, a venda de ativos "com os empregados dentro".
Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a Petrobras não se posicionou até o fechamento desta reportagem.
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