Com dificuldades em rede, Advent pode acabar com marca Walmart no Brasil
Dono da empresa, Casino tem até novembro para para apresentar proposta de reestruturação de suas dívidas aos credores e evitar a venda de ativos como o GPA
Um ano após adquirir a operação de 400 lojas e faturamento de R$ 28 bilhões, o fundo americano Advent enfrenta uma corrida ladeira acima para colocar nos eixos a complicada operação do Walmart Brasil.
Para facilitar o trabalho, o Advent chegou a tentar a comprar o Grupo Pão de Açúcar no País, mas o negócio não foi adiante, segundo apurou o jornal Estadão. Agora, o fundo se debruça na redução do complexo portfólio de marcas. A tendência, nesse processo, é que o nome Walmart perca força e possa até ser descartado.
Em distante terceiro lugar em relação a Carrefour e GPA no varejo de alimentos, o grupo tem sete marcas: Big, Bompreço, Mercadorama, Sam’s Club, Maxxi e Todo Dia, além do próprio Walmart.
Segundo fontes, do enxugamento devem surgir quatro carros-chefe: Maxxi (atacarejo), Sam’s Club (clube de compras), Bom Preço (no Nordeste) e Big (no Sul).
O Walmart, concentrado em hipermercados, deve naturalmente perder espaço. Parte das lojas já estão sendo convertidas em Maxxi ou Sam’s Club. Entre elas, o Walmart em frente ao Ceagesp, na Vila Leopoldina.
A possibilidade reflete a série de erros que o Walmart cometeu desde o início de suas operações por aqui, em 1995, diz Alexandre van Beeck, sócio-diretor da GS&Consult. O lema “preço baixo todo dia” nunca foi entendido pelo consumidor brasileiro.
Leia Também
“A estratégia promocional é incentivo para o consumidor ir à loja. Sem ela, a frequência fica comprometida”, diz. “Além disso, o cliente não achava que, na soma do carrinho, o Walmart era mais barato que as outras.”
O Advent não comprou o Walmart no escuro. Ao se comprometer a investir cerca de R$ 2 bilhões na varejista nos próximos anos, o fundo sabia dos gargalos. Antes de fechar o negócio com o fundo no ano passado, a matriz americana vinha tentando se desfazer das operações do Brasil havia dois anos. O negócio chegou a ser oferecido ao Pão de Açúcar e ao Carrefour.
Conversões
Sob o comando de Luiz Fazzio - que teve passagens por GPA, Carrefour e C&A e é sócio minoritário do Walmart Brasil -, a varejista está seguindo a estratégia das líderes do setor no que se refere à reorganização de lojas.
Uma das táticas é a conversão de hipermercados - segmento de baixo retorno - em atacarejos. Até agora, a empresa anunciou 20 conversões, além de reformas nas 45 lojas existentes. A marca Maxxi deve ancorar esse processo, ao lado do Sam’s Club, clube de compras de estrutura semelhante.
Entre as 400 lojas do Walmart, mais de 100 unidades são no formato de hipermercados. Fontes do setor duvidam que a estratégia de priorizar o atacarejo possa resolver os problemas do grupo até porque Assaí e Atacadão - do GPA e do Carrefour, respectivamente - são marcas maduras e que continuam a se expandir. “A concorrência percebeu a rejeição ao hipermercado antes e está mais adiantada no processo de reformatação de lojas”, diz Beeck.
Em março, o Walmart também fechou a operação na internet - hoje, o site se resume a uma lista das lojas físicas. Segundo apurou o Estado, a ideia é retomar a venda online, com a entrega de alimentos. Em 2017, ainda sob a gestão anterior, a rede fechou seu site próprio de venda de eletrodomésticos, enquanto o Advent encerrou o marketplace em março.
Abertura de capital
Para o Advent, a “virada” do Walmart do Brasil deverá ser um trabalho de longo prazo, até porque o desempenho do setor como um todo não tem sido positivo. A abertura de capital do grupo na Bolsa depois do processo de reorganização está no radar do Advent, segundo fontes.
Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a receita do setor teve alta de apenas 0,7% em 2018. Segundo apurou o Estado, porém, a “porta de saída” vislumbrada pelo fundo também emula as rivais GPA e Carrefour: a ideia é abrir o capital da operação quando a casa estiver arrumada.
Fundo fez oferta pelo Pão de Açúcar
As negociações entre o Advent, um fundo de private equity, para a aquisição do Grupo Pão de Açúcar no Brasil esbarraram na complexa estrutura acionária do dono do GPA, o grupo francês Casino, segundo apurou o Estado.
Isso apesar de, segundo fonte próxima às conversas, o Advent ter ofertado um prêmio de 20% em relação ao preço atual das ações do GPA na Bolsa.
Controlada pelo Casino, a rede Pão de Açúcar tem a colombiana Éxito, que também pertence ao grupo francês, entre suas acionistas. Esse sistema de participação cruzada - que pesou para o negócio com o Advent não ir adiante - está sendo revista pelo Casino.
Os franceses, porém, teriam interesse em unir em um “pacote” os ativos na América do Sul, e não de vender o Brasil separadamente.
Endividado, o Casino entrou com pedido de proteção na Justiça na França, em maio. O grupo tem até novembro do ano que vem para apresentar proposta de reestruturação de suas dívidas aos credores e para evitar a venda de ativos considerados como “joia da coroa”, como o GPA no Brasil.
Uma fusão entre GPA e Carrefour, discutida desde 2012, também estaria fora de questão, por riscos concorrenciais. No início de 2018, emissários do Casino e do Carrefour voltaram a conversar sobre uma possível fusão de seus negócios na França - ideia que não avançou. Procurados, Advent e Casino não comentaram.
Procurados, Advent, Walmart e GPA não comentaram.
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo
Bilionária brasileira que fez fortuna sem ser herdeira quer trazer empresa polêmica para o Brasil
Semanas após levantar US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos, a fundadora da Kalshi revelou planos para desembarcar no Brasil
Raízen (RAIZ4) precisa de quase uma “Cosan” para voltar a um nível de endividamento “aceitável”, dizem analistas
JP Morgan rebaixou a recomendação das ações de Raízen e manteve a Cosan em Neutra, enquanto aguarda próximos passos das empresas
Direito ao voto: Copel (CPLE3) migra para Novo Mercado da B3 e passa a ter apenas ações ordinárias
De acordo com a companhia, a reestruturação resulta em uma base societária mais simples, transparente e alinhada às melhores práticas do mercado
Então é Natal? Reveja comerciais natalinos que marcaram época na televisão brasileira
Publicidades natalinas se tornaram quase obrigatórias na cultura televisiva brasileira durante décadas, e permanecem na memória de muitos; relembre (ou conheça) algumas das mais marcantes
Com duas renúncias e pressão do BNDESPar, Tupy (TUPY3) pode eleger um novo conselho do zero; entenda
A saída de integrantes de conselhos da Tupy levou o BNDESPar a pedir a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária para indicar novos nomes. Como o atual conselho foi eleito por voto múltiplo, a eventual AGE pode resultar na eleição de todo o colegiado
Natal combina com chocolate? Veja quanto custa ter uma franquia da incensada Cacau Show e o que é preciso para ser um franqueado
A tradicional rede de lojas de chocolates opera atualmente com quatro modelos principais de franquia
Energisa (ENGI3) avança em reorganização societária com incorporações e aumento de capital na Rede Energia
A Energisa anunciou a aprovação de etapas adicionais da reorganização societária do grupo, com foco na simplificação da estrutura e no aumento da eficiência operacional
Sinal verde no conselho: Ambipar (AMBP3) aprova plano de recuperação judicial
Conselho de administração aprovou os termos do plano de recuperação do Grupo Ambipar, que já foi protocolado na Justiça, mas ainda pode sofrer ajustes antes da assembleia de credores
AZUL4 com os dias contados: Azul convoca assembleias para extinguir essas ações; entenda
Medida integra o plano de recuperação judicial nos EUA, prevê a conversão de ações preferenciais em ordinárias e não garante direito de retirada
Totvs (TOTS3) acerta aquisição da empresa de software TBDC, em estratégia para fortalecer presença no agro
Negócio de R$ 80 milhões fortalece atuação da companhia no agronegócio e amplia oferta de soluções especializadas para o setor
Entre dividendos e JCP: Suzano (SUZB3), Isa (ISAE4), Porto Seguro (PSSA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam pacote bilionário aos acionistas
Dividendos, JCP e bonificações movimentam quase R$ 4 bilhões em operações aprovadas na última sexta-feira antes do Natal
‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência
Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores
WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos
Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes
Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%
Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural
Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos
O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo