Bolsonaro admite interferência na política de preços da Petrobras
Sinais de interferência na política de preços da estatal jogou para baixo as ações da empresa no pré-mercado de Nova York e na B3, a Bolsa de São Paulo
O presidente da República, Jair Bolsonaro, admitiu nesta sexta-feira, 12, que determinou a suspensão do reajuste de 5,7% no preço do diesel (o litro passaria de R$ 2,1432 para R$ 2,2662), anunciado ontem pela Petrobras.
O novo valor começaria a ser cobrado nesta sexta-feira, 12, mas vai ficar suspenso até que os técnicos da estatal justifiquem ao presidente a necessidade do aumento.
"Eu liguei para o presidente (da Petrobras) sim. Me surpreendi com o reajuste de 5,7%. Não vou ser intervencionista. Não vou praticar a política que fizeram no passado, mas quero os números da Petrobras", afirmou Bolsonaro.
Se fosse efetuada, a alta divulgada na quinta-feira seria a maior desde que os presidentes da República e o da petroleira, Roberto Castello Branco, assumiram os cargos.
Até então, a maior alta tinha sido de 3,5%, registrada no dia 23 de fevereiro. Com exceção desses dois casos, os preços variaram em intervalos de 1% a 2,5%. Para Bolsonaro, o valor não corresponde com a inflação projetada para o período.
"Convoquei para terça-feira todos da Petrobras para me esclarecer o porquê dos 5,7 quando a inflação projetada para este ano está abaixo de 5%. Só isso e mais nada. Se me convencerem, tudo bem. Se não me convencerem, vamos dar a resposta adequada a vocês", afirmou Bolsonaro.
Leia Também
No período da manhã, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que a decisão de suspender o reajuste partiu do presidente.
Pegou (muito) mal
A decisão do governo sobre a Petrobras jogou para baixo as ações da estatal na B3 nesta sexta-feira, 12, e pegou muito mal entre os operadores do mercado financeiro. As ações da Petrobras abriram em queda de mais de 5%.
Dentro da petroleira, o conselho de administração também fez cara feia para a notícia de que a empresa voltou atrás na decisão de reajustar o preço do diesel.
Aos conselheiros, Castello Branco tentou passar mensagem de segurança, de que não está fugindo à linha de gestão que prometeu adotar - de independência e prioridade ao retorno dos investimentos.
Em resposta aos questionamentos de membros do colegiado, disse que se explicará pessoalmente na próxima reunião do conselho, marcada para o dia 24 deste mês.
Esta é a segunda vez em poucos dias que membros do colegiado demonstram insatisfação com decisões tomadas pela diretoria.
A primeira foi com o tamanho do crédito acertado com a União pela cessão onerosa. O valor de cerca de US$ 9 bilhões foi considerado baixo por alguns deles.
Deja vù?
Falando em decisões, em março a Petrobras se comprometeu a congelar o preço do óleo diesel nas refinarias por pelo menos 15 dias.
Vale lembrar que, por causa da política de preços dos combustíveis da estatal, os caminhoneiros pararam o País, em maio do ano passado. Neste início de ano, com o petróleo em alta, o diesel voltou a ser uma ameaça e mais uma vez a classe avalia cruzar os braços.
A mudança na política de preço dos combustíveis foi adotada na gestão do ex-presidente da companhia Pedro Parente, que determinou a revisão diária da tabela nas refinarias, em linha com o mercado internacional. Sem saber o preço que pagaria pelo combustível no fim de uma viagem, os caminhoneiros entraram em greve. Além disso, para encerrar os protestos, o governo ainda subsidiou por um semestre.
Apenas em 2019, o diesel voltou a ser reajustado periodicamente, semanalmente. Nesta terça, sob ameaça de nova greve, a Petrobras anunciou que vai manter os preços inalterados por, pelo menos, mais uma semana.
Um sombra sobre o governo
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência monitora atentamente as movimentações de caminhoneiros em direção a uma nova greve desde o mês passado.
O governo quer evitar o início de uma greve com receio de que tome as mesmas proporções da que ocorreu no ano passado.
A avaliação de um integrante do governo é de que os caminhoneiros "conheceram a sua força" na última greve e que agora possuem maior poder de negociação.
Na manhã desta sexta, um dos principais líderes dos caminhoneiros, Wallace Landim, o Chorão, creditou ao presidente Bolsonaro e a ministros palacianos o recuo da Petrobras sobre o aumento do diesel, na noite da quinta-feira. "Isso prova que mais uma vez o presidente está do nosso lado, ao lado da categoria. É um comprometimento que ele teve com a categoria e que a gente teve apoiando a sua candidatura."
Ele afirmou que os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Secretaria-Geral, Floriano Peixoto, foram os responsáveis por levar o "problema" do aumento de preços para Bolsonaro na quinta.
"Eu preciso agradecer num primeiro momento o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e o ministro Floriano Peixoto (Secretaria-Geral), que levaram o problema (do aumento de preços) para o nosso presidente", contou ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
"A gente fica muito feliz, porque vê que ele (Bolsonaro) está olhando por nós. Só que a gente também sabe que não é uma situação muito fácil, vem chumbo grosso por aí, pode ter certeza, porque querendo ou não interfere na política de preços (da Petrobras)", declarou.
*Com Estadão Conteúdo.
MBRF e os sauditas: um negócio promissor e uma ação que dispara 20% — o que fazer com MBRF3 agora?
Pelo segundo dia seguido, as ações da MBRF subiram forte na bolsa na esteira do anúncio da joint venture com a HPDC, subsidiária integral do fundo soberano da Arábia Saudita
Amazon quer cortar 14 mil cargos na área corporativa — e as demissões podem estar só começando na big tech
Com a inteligência artificial e robôs ganhando espaço, a Amazon inicia um plano de reestruturação que pode transformar a forma como a empresa opera — e afeta milhares de empregos.
Por que o mercado já não espera muito do balanço do Santander Brasil (SANB11) no 3T25? Veja as apostas dos analistas
Primeiro grande banco a abrir os números do 3T25, o Santander deve mostrar melhora gradual — mas com riscos persistentes. Veja as apostas do mercado
Se tudo der certo para a Petrobras (PETR4), Margem Equatorial pode acrescentar quase R$ 420 bilhões ao PIB do Brasil, diz gerente da estatal
Após anos de disputa por licença ambiental, estatal aposta no potencial da região para impulsionar o desenvolvimento e garantir autossuficiência energética
Brasil depende demais do agro, diz CEO da JBS (JBSS32) — que alerta para os riscos implícitos
O CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, defendeu a diversificação da economia brasileira e alertou para um cenário global cada vez mais fragmentado
Em meio a possível venda à J&F, Eletronuclear vê risco de ‘colapso financeiro’ e pede ajuda de R$ 1,4 bilhão ao governo Lula, diz jornal
O alerta da estatal é o mais recente de uma série de pedidos de socorro feitos ao longo dos últimos meses
Dividendos gordos? Petrobras (PETR4) pode pagar nova bolada aos acionistas — e bancos já calculam quanto vem por aí
Com avanço na produção do terceiro trimestre, mercado reacende apostas em dividendos fartos na petroleira. Veja as projeções
Com vitória da Ambipar (AMBP3) na Justiça, ações disparam; como fica o investidor?
O investidor pessoa física pode ser tanto detentor de ações da companhia na bolsa quanto de debêntures da empresa. Veja quando e se ele pode recuperar o dinheiro investido
B3 (B3SA3) recebe mais um auto de infração da Receita Federal referente a amortização de ágio na incorporação da Bovespa Holding
Dona da bolsa já obteve decisões favoráveis do CARF cancelando autos de infração anteriores que questionavam a amortização do ágio em outros anos
BTG Pactual lança o BTG Pay e abre lista de espera para maquininha própria, marcando estreia no segmento de adquirência
De olho nos clientes pessoa jurídica, BTG lança maquininha de cartão e solução de pagamentos integradas ao app BTG Empresas
MBRF (MBRF3) lança Sadia Halal, maior empresa de frango halal do mundo, e mira IPO em 2027; ações disparam
A dona da Sadia e Perdigão e a subsidiária do fundo soberano da Arábia Saudita, anunciam a expansão de sua joint venture para conquistar mercado de alimentação voltada para muçulmanos
Banco do Brasil (BBAS3) no fundo do poço e Bradesco (BBDC4) no passo a passo da recuperação: o que esperar dos balanços dos bancos no 3T25
O Santander será o primeiro dos grandes bancos a divulgar o balanço, seguido pelo Bradesco e outros gigantes do setor financeiro brasileiro; veja as previsões do mercado
ANP libera funcionamento de refinaria alvo da Operação Carbono Oculto; ICL manifesta preocupação com o setor
Segundo as investigações, o núcleo principal das atividades criminosas teria se associado ao Grupo Refit
‘COP paralela’ pode ser o reforço que a COP30 precisa para aquecer o debate entre empresas que não vão à Belém
Altos custos, falta de estrutura e desistências não apagam o potencial da conferência para redefinir o papel do país no financiamento climático e na transição ecológica
Ultrapar (UGPA3) abocanha 37,5% de participação na VirtuGNL por R$ 102,5 milhões; entenda o que está em jogo com a aquisição
A VirtuGNL vem se consolidando como referência de soluções de baixo carbono no setor de transporte rodoviário, com foco na substituição do diesel, segundo a Ultrapar
Em recuperação judicial, Americanas (AMER3) busca rotas para o crescimento e lança programa de pontos
O programa “Cliente A” será lançado em três fases e contará com sistema de pontos integrado ao cartão de crédito da marca
Mais uma vitória para a Ambipar (AMBP3): Justiça do Rio de Janeiro prorroga blindagem contra credores
A prorrogação da medida cautelar suspende pagamentos da companhia até que haja uma decisão sobre o pedido de recuperação judicial da Ambipar
Raízen (RAIZ4) amarga downgrade: Fitch corta nota de crédito, e Safra reduz preço-alvo pela metade
A Fitch pretende revisar os ratings da companhia em até seis meses. Já o Safra ainda recomenda a compra das ações
Produção de petróleo da Petrobras (PETR4) sobe 18,4% no 3T25 e China é o destino de mais da metade das exportações
Considerando só o petróleo, a produção média da estatal avançou 18,4% na comparação ano a ano, para 2,520 milhões de barris por dia (bpd)
Crédito de R$ 1,2 bilhão e até carro de som nas ruas: a estratégia da Casas Bahia (BHIA3) para a Black Friday
Com central de dados operando 24 horas e R$ 1,2 bilhão em crédito liberado, Casas Bahia aposta em tecnologia para turbinar vendas na maior Black Friday de sua história