Dólar dispara a R$ 4,08 com fracasso do leilão do pré-sal em atrair estrangeiros
O mercado apostava na entrada de capital estrangeiro no país a partir do leilão do pré-sal. Mas, com os gringos mostrando baixo interesse nos ativos, o dólar disparou e fechou em alta de mais de 2%
Esta quarta-feira, 6 de novembro de 2019, era uma data amplamente aguardada pelos mercados brasileiros. Depois de muitas idas e vindas, finalmente aconteceu o leilão do excedente do petróleo da cessão onerosa do pré-sal. A expectativa era elevada, o que se refletia especialmente no comportamento recente do dólar à vista.
A moeda americana, que em outubro estava perto de R$ 4,15, passou por uma forte onda de alívio e voltou a ficar abaixo dos R$ 4,00 neste mês — e um dos fatores por trás dessa calmaria era o leilão. Afinal, os agentes financeiros apostavam que empresas internacionais seriam atraídas pelos ativos, trazendo recursos estrangeiros para cá.
Só que, conforme o certame foi se desenrolando nesta manhã, essa leitura otimista do mercado quanto ao interesse externo foi desmoronando. Das quatro áreas leiloadas, duas não receberam lances; a terceira foi arrematada pela Petrobras e a quarta por um consórcio multinacional, mas com 90% de participação da petrolífera brasileira.
Ou seja, o resultado do leilão trouxe uma frustração dupla ao mercado: foram arrecadados apenas R$ 69,9 bilhões dos R$ 106,6 bilhões almejados pelo governo — somente 65,5% do total. E, além disso, a Petrobras será responsável por arcar com quase a totalidade dessa cifra, sem que os tão desejados recursos externos entrem no país.
Assim, o dólar à vista, que até iniciou o dia em baixa — na mínima, foi aos R$ 3,9766 (-0,43%) — passou a ganhar força conforme o leilão foi se desenrolando. E, ao fim da sessão, a moeda americana já estava em outro patamar: a divisa terminou o dia em forte alta de 2,22%, a R$ 4,0826, sendo que, na máxima, tocou R$ 4,0882 (+2,36%).
Em termos percentuais, esse foi o maior salto diário do dólar à vista desde 27 de março, quando a moeda fechou em alta de 2,24%, a R$ 3,9543 — na ocasião, uma escalada nos atritos entre governo e Congresso fazia o mercado temer pelo futuro da tramitação da reforma da Previdência na Câmara.
Leia Também
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
"Frustrou toda a historinha do fluxo", diz Victor Cândido, economista-chefe da Journey Capital. Um operador que prefere não ser identificado adotou linha semelhante ao falar do desfecho do leilão e do comportamento do dólar: "o entendimento é o de que não vai entrar dinheiro, ele já está aqui".
No mercado de ações, um certo pânico também tomou conta dos ativos no decorrer do leilão. As ações da Petrobras chegaram a cair mais de 5%, com a percepção de que a estatal poderia arrematar todos os ativos em disputa e, com isso, comprometer seu planejamento financeiro.
Mas, passado esse momento, o mercado ponderou os prós e contras da aquisição dos campos de Búzios e Itapu pela Petrobras. Apesar de as duas novas áreas pressionarem as metas de desalavancagem da estatal, a percepção de que o endividamento líquido não deverá ser afetado, somado aos potenciais ganhos operacionais para a empresa no longo prazo, fizeram os investidores adotarem uma postura neutra.
Tanto é que, ao fim do pregão, os papéis PN da companhia (PETR4) registravam leve alta de 0,20%, enquanto os ONs (PETR3) tiveram baixa de 0,43%.
Fenômeno semelhante foi visto no Ibovespa: no instante de maior apreensão, o índice chegou a cair 1,17%, aos 107.445,54 pontos. Mas, uma vez concluído o certame — e sem a leitura de que a Petrobras foi além de sua capacidade para não deixar o leilão naufragar —, a bolsa conseguiu se afastar das mínimas.
No encerramento, o Ibovespa teve queda de 0,34%, aos 108.352,68 pontos — lá fora, o Dow Jones (estável), o S&P 500 (+0,06%) e o Nasdaq (-0,29%) passaram o dia perto do zero a zero.
O certame do pré-sal foi importante porque irá abastecer os cofres da União, dos estados e dos municípios — assim, a frustração com a baixa participação dos players externos e com a arrecadação mais fraca trazem alguma preocupação aos mercados.
Essa frustração também foi sentida no mercado de juros, com os DIs encerrando em ligeira alta. As curvas para janeiro de 2021, por exemplo, subiram de 4,48% para 4,49%; na ponta longa, os DIs com vencimento em janeiro de 2023 avançaram de 5,47% para 5,57%, e os para janeiro de 2025 foram de 6,02% para 6,14%.
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
