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As apostas do Copom: Lance do Itaú é de corte de 0,5 ponto nesta quarta

Mario Mesquita, ex-BC e economista-chefe do Itaú, vê condições para corte da Selic em 1,50 ponto antes de dezembro

29 de julho de 2019
11:03
Copom
Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC) - Imagem: Raphael Ribeiro/ BCB

Pela primeira vez em quase 20 anos de vigência do regime de metas para a inflação no Brasil, um governo poderá cumprir objetivos cadentes em 0,25 ponto percentual ao ano estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), indica a Pesquisa Focus publicada pelo Banco Central (BC). As metas definidas para 2019, 2020, 2021 e 2022 são de, respectivamente, 4,25%, 4,0%, 3,75% e 3,50%. E as projeções medianas de mais de 100 contribuidores da Focus para o IPCA nesses períodos são de 3,80%, 3,90%, 3,75% e 3,50%, confirma a sondagem divulgada nesta segunda-feira. Metas centrais tão ambiciosas – inferior a 4,0% -- foram observadas em 2002, 2003 e 2004, no primeiro mandato do ex-presidente Lula, mas a realidade dos preços não permitiu que o BC fosse bem-sucedido na condução do seu único mandato que é manter a inflação sob controle.

Depois de tantos anos e crises, o BC de Roberto Campos Neto poderá alcançar as metas de inflação que o CMN considera adequadas e que reforçam os argumentos de quem espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) seja mais agressivo no próximo ciclo de corte da taxa Selic que deve começar com a decisão a ser anunciada no início da noite da quarta-feira.

De olho no comportamento benigno da inflação, Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú prevê corte de 0,50 ponto na Selic nesta semana. Confirmada a projeção do ex-diretor de Política Econômica do BC, a taxa cai a 6,0% e deve encerrar 2019 a 5%. O Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú vê mais dois cortes idênticos à frente: 0,50 ponto na reunião do colegiado em setembro e mais 0,50 ponto em outubro.

“Acreditamos que a evolução do cenário passou a ser consistente com um início de ciclo mais intenso, com corte de 0,50 ponto na quarta-feira. Além da aprovação da reforma da Previdência com ampla margem de votos e impacto fiscal maior que o esperado, nas últimas semanas se consolidou a perspectiva de que o banco central americano deve fazer um corte de 0,25 ponto na sua taxa de juro poucas horas antes da decisão do Copom ser anunciada”, afirma Mesquita no relatório Cockpit do Copom distribuído aos clientes.

Copômetro

De 11 indicadores econômicos – com resultados ante consenso de mercado monitorados pelo Itaú a cada reunião do comitê – quatro sugerem resultados mais restritivos para a política monetária e sete têm resultados expansionistas.

Os indicadores que sugerem restrição são os seguintes: produção industrial de maio, IPCA de junho, volume real do setor de serviços e criação de empregos formais. Os indicadores expansionistas são: IPCA-15 de junho, criação de empregos formais em maio, resultado primário em maio, vendas no varejo restrito e IPCA de julho. A taxa de desemprego em maio e o IBC-Br, também de maio, são neutros para a execução da política monetária.

Paralelamente às indicações sugeridas por estimativas declinantes para inflação e taxa de câmbio – sobretudo a partir da publicação do Relatório Trimestral de Inflação de junho –, o Itaú considera em suas análises o Copômetro, um índice que mede o grau de restrição ou expansão implícita na comunicação do Banco Central do Brasil. E, aplicando a metodologia, a instituição entende que o tom adotado pela autoridade monetária desde sua última reunião, em maio, vem indicando uma comunicação implícita na direção mais expansionista, consistente com queda de 0,50 ponto percentual da taxa Selic, na próxima quarta-feira.

“Essa avaliação é corroborada pela evolução da comunicação sob as óticas do setor externo, capacidade ociosa da economia, e reformas fiscais. Particularmente sobre política fiscal, o comitê apresentou sinalização clara de que a flexibilização monetária seria retomada em breve caso houvesse avanço concreto na agenda de reformas.”

Sem parcimônia

O economista Mario Mesquita lembra que há o argumento de que um movimento mais parcimonioso do Copom, de apenas 0,25 ponto percentual, na reunião deste mês, seria mais consistente com a comunicação das autoridades, em especial no que se refere à menção, em documentos oficiais, da importância de se observar a evolução da economia ao longo do tempo, “com redução do grau de incerteza a que continua exposta”.

Ele avalia, porém, que um movimento de 0,50 ponto, que está longe de exaurir o orçamento de cortes estimado (dado pela diferença esperada entre a projeção e as metas no horizonte relevante), também é consistente com tal objetivo, e estaria mais alinhado ao comportamento do balanço de riscos observado desde a última reunião do comitê. Este comportamento, ressalta Mesquita, ficou evidenciado, entre outros desenvolvimentos, pela trajetória do prêmio de risco (CDS) e da taxa de câmbio, bem como das inflações implícitas mais longas.

O Cockpit do Copom sintetiza: o comunicado e a ata do Copom de maio descreveram nova piora na tendência de recuperação da atividade econômica, reconhecendo que esse processo sofreu interrupção. O cenário externo foi apontado como adverso, em decorrência de mudanças nas perspectivas para a política monetária das principais economias do mundo. Como resultado, a evolução do balanço de riscos para a inflação foi considerada favorável. No entanto, o Copom afirmou que o fator preponderante em sua avaliação era, naquele momento, o risco de uma eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira.

O comitê sinalizou, ao mesmo tempo, que a flexibilização monetária seria retomada em breve em caso de avanço concreto na agenda de reformas, lembra Mario Mesquita, para quem esse “avanço concreto” ocorreu com a aprovação da reforma das aposentadorias, por maioria expressiva, em primeiro turno, pela Câmara dos Deputados.

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