Os Estados Unidos, que vivem uma tensão comercial com, além da China, agora com o México, recebeu recados dos dois países nesta terça-feira, 4.
O país chinês disse acreditar no diálogo, já o vizinho nas Américas disse que há chance de 80% de entendimento com os EUA.
O Ministério do Comércio da China (MofCom, na sigla em inglês) afirmou, no entanto, que as consultas precisam ser baseadas em princípios e respeito mútuo.
"Se uma parte não respeitar a soberania e os interesses essenciais da outra parte e quiser forçar a outra parte a fazer concessões ao exercer pressão para atingir resultados que são benéficos apenas para ela, tais negociações não serão bem-sucedidas", afirmou o porta-voz.
A manifestação do MofCom é, basicamente, uma tréplica, pois reage ao comunicado divulgado ontem pelo representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer — que foi feito em resposta ao Livro Branco chinês, que veio a público no último domingo cupar Washington pela falha nas negociações comerciais.
"Os EUA estão decepcionados com o fato de os chineses terem escolhido, no 'Livro Branco' e em declarações públicas recentes, perseguir um jogo de culpas que deturpa a natureza e a história das negociações comerciais entre os dois países", diz o texto de Lighthizer.
Já o MofCom afirma hoje esperar que os EUA "abandonem suas práticas erradas".
México, de Whashington
De Washington, o ministro de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, afirmou que um entendimento com os Estados Unidos para evitar a entrada em vigor de tarifas de 5% é "factível e desejável" e atribuiu chances de "80 a 20", ou seja, 80% a favor de que ele seja alcançado.
"Informo a vocês que avançamos em reuniões com membros do gabinete (do governo americano), think tanks, setor privado, especialistas. Nos esforçaremos para encontrar um entendimento", escreveu o chanceler em sua conta no Twitter.
Na última sexta-feira, o presidente americano, Donald Trump, anunciou que imporia tarifas de 5% a partir de 10 de junho a todos os bens importados do México enquanto o país vizinho não resolvesse a "crise de imigração ilegal" de cidadãos da América Central, principalmente de Guatemala e Honduras, rumando para os EUA.
Ele acrescentou ainda que a alíquota das tarifas subiria cinco pontos porcentuais a cada mês em que Washington não desse a situação por resolvida, podendo chegar a 25% em 1º de outubro.
*Com Estadão Conteúdo