Mercado vira o trimestre repleto de dúvidas
China divulga bons dados de atividade antes de sair de cena por uma semana, enquanto mercado financeiro segue cheio de dúvidas na virada do trimestre
Dados bons de atividade na China fecham o mês de setembro, que vai chegando ao fim com o mercado financeiro cheio de dúvidas sobre o que esperar para o último trimestre do ano. As incertezas em torno da guerra comercial e do processo de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevam a cautela nos negócios. Enquanto isso, no Brasil, os investidores esperam um avanço da reforma da Previdência no Senado.
Para saber mais sobre o que esperar para os próximos dias, leia em A Bula da Semana.
Nesta segunda-feira, os investidores reagem ao noticiário do fim de semana, que teve como destaque no exterior a investigação formal contra Trump, iniciada pelos democratas da Câmara. O tema dominou os programas de TV no domingo, à medida que pesquisas com eleitores mostram aumento do apoio da população norte-americana ao impeachment.
Enquanto o presidente nega as acusações de que teria pedido à Ucrânia para fornecer informações em relação ao ex-vice-presidente Joe Biden, os parlamentares dos EUA se preparam para voltar do recesso em 15 de outubro dando velocidade ao processo que pode retirar Trump do cargo. É necessário maioria simples na Câmara para abrir o inquérito.
Contudo, o caso pode ser descartado rapidamente pelo Senado, controlado pelos republicanos. De qualquer forma, o tema é mais um fator de incerteza e a gerar volatilidade nos mercados, antecipando ainda o debate eleitoral nos EUA. E, talvez, Biden já não seja o candidato mais provável do partido rival a vencer Trump nas eleições de 2020.
Wall Street acompanha todo esse drama do impeachment. Ainda assim, os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em alta hoje, após encerrar a semana passada no vermelho, com os investidores atentos também ao noticiário sobre EUA e China, após o governo Trump negar planos de restringir investimentos do país em empresas chinesas.
Leia Também
Gigante adormecido
A China monitora atentamente o debate em torno do impeachment de Trump, que pode afetar as relações comerciais dos EUA. Afinal, o presidente chinês, Xi Jinping, tende a ver menos motivos para assinar um acordo com Washington, alimentando esperança de um novo presidente na Casa Branca em 2021.
Mesmo assim, o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, viaja para os EUA no início de outubro, para a décima terceira rodada de negociações comerciais. Uma data exata não foi anunciada, já que esta semana o gigante emergente faz uma longa pausa, em comemoração aos 70 anos da Revolução Comunista, durante a chamada Golden Week.
Antes de sair de cena, porém, a China anunciou que a produção industrial se recuperou em setembro, apesar de seguir em território que indica contração da atividade pelo quinto mês seguido. O índice oficial dos gerentes de compras (PMI) subiu a 49,8 neste mês, de 49,5 em agosto, ficando acima da previsão de alta a 49,6. Já o índice calculado pelo Caixin mostrou expansão da atividade pelo segundo mês, indo a 51,4, de 50,4, no mesmo período.
No setor de serviços, o índice PMI oficial oscilou em baixa, passando de 53,8 para 53,7, entre agosto e setembro. Porém, as principais bolsas asiáticas fecharam em queda, afetadas pelas perdas em Nova York na última sexta-feira. A exceção ficou com Hong Kong (+0,5%), em meio à relatos de estabilidade do sistema financeiro, apesar dos protestos.
Mas o feriado na China a partir de amanhã já esvaziou a sessão na Ásia hoje, reduzindo o volume financeiro. Tóquio caiu 0,6% e Xangai recuou 0,9%, enquanto Shenzhen teve perdas de 1%. Nas demais praças da região, Seul subiu, mas as bolsas em Cingapura e na Indonésia cederam. Na Oceania, a Bolsa de Sydney ficou de lado.
Na Europa, as principais bolsas exibem uma falta de direção definida, divididas entre o sinal positivo vindo de Nova York e as perdas registradas na Ásia. Nos demais mercados, o ouro e o petróleo recuam, ao passo que o dólar e os bônus norte-americanos oscilam perto da estabilidade, em meio a preocupações com o fluxo de investimentos entre EUA e China.
Reforma sai ou não sai?
Esse comportamento misto no exterior pode ditar o rumo dos mercados domésticos, que aguardam ansiosamente pelo andamento da proposta de novas regras para aposentadoria no Senado. O adiamento da votação em comissão (CCJ) na semana passada preocupou os investidores, deixando a sensação de desentendimento entre os poderes.
Mas a expectativa é de que o calendário de votação seja mantido, com a reforma da Previdência sendo aprovada pelos senadores, em dois turnos, até o próximo dia 10 (quinta-feira da semana que vem). Para tanto, o governo pode ser pressionado a liberar mais recursos de emendas parlamentares.
Enquanto isso, os ativos locais tentam manter o otimismo com a percepção do ciclo de queda da taxa básica de juros para novos pisos históricos ainda neste ano. A previsão é de que a Selic caia abaixo de 5% em breve, podendo permanecer em um nível baixo por um período prolongado.
Essa aposta favorece o cenário para a renda variável, podendo içar o Ibovespa para novos topos inéditos, em meio à retirada de prêmios da curva de juros futuros. O dólar, por sua vez, segue sendo uma incógnita, após cravar mais de 30 pregões consecutivos acima da faixa de R$ 4,00, mostrando o nível como um “novo normal” para a taxa de câmbio.
Hoje, a disputa entre comprados e vendidos em torno da formação da taxa Ptax de fim de mês deve elevar o vaivém nos negócios com dólar. Já a agenda econômica do dia está mais fraca, trazendo como destaque apenas o relatório de mercado Focus (8h25), que pode trazer previsões atualizadas para as principais variáveis macroeconômicas do país.
Ursos de 2025: Banco Master, Bolsonaro, Oi (OIBR3) e dólar… veja quem esteve em baixa neste ano na visão do Seu Dinheiro
Retrospectiva especial do podcast Touros e Ursos revela quem terminou 2025 em baixa no mercado, na política e nos investimentos; confira
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
