Mercados em compasso de espera
Expectativa por eventos envolvendo bancos centrais no Brasil e no exterior tende a redobrar postura defensiva dos investidores

A terça-feira está esvaziada em termos de divulgações e eventos econômicos relevantes, o que tende a deixar o mercado financeiro em compasso de espera pelo que reserva a agenda a partir de amanhã. Com isso, os investidores tendem a redobrar a postura defensiva, alternando momentos de cautela e volatilidade nos negócios.
Afinal, é grande a ansiedade pelos eventos envolvendo os bancos centrais nos próximos dias (veja mais abaixo). Enquanto aguarda, o mercado vive momentos de tensão, com os sinais de desaceleração da economia global e o temor de recessão afetando, principalmente, os países emergentes, em meio à saída de recursos estrangeiros dos ativos mais arriscados.
A crise na Argentina tende a agravar esse movimento na região, com o Brasil sofrendo os efeitos de contágio técnico e de fluxo. Alguns grandes fundos com exposição relevante no país vizinho sofreram fortes perdas e resgataram recursos, o que levou gestores a fazer caixa e reduzirem posição também em ativos mais líquidos, como é o caso de Brasil.
Ontem foi feriado na Argentina, o que adiou para hoje a reação dos ativos do país à troca de comando na Fazenda. O novo ministro argentino, Hernán Lacunza, toma posse hoje, no lugar de Nicolás Dujóvne, que renunciou no sábado, em meio à crise econômica e à instabilidade política, desde a derrota expressiva de Mauricio Macri na prévia das eleições.
Pressão aliviada
Hoje, portanto, os ativos emergentes podem sofrer renovada pressão, com o contágio externo penalizando novamente os negócios locais. Mas o sinal positivo vindo das bolsas lá fora pode aliviar essa carga. Os índices futuros das bolsas de Nova York apontam para uma sessão de ganhos, abrindo espaço para um terceiro pregão de alta na Europa.
Relatos de estímulo fiscais pairam no ar, com a Casa Branca começando a falar em um corte temporário na folha de pagamentos, enquanto a Alemanha e a Itália planejam um “choque” de bilhões de euros. Já na Ásia, as principais bolsas encerraram de forma mista, com Xangai e Hong Kong registrando leves perdas, enquanto Tóquio subiu.
Leia Também
As praças chinesas reagiram à decisão do Banco Central chinês de fixar a nova taxa de empréstimos de um ano em 4,25%., de 4,31% um dia antes. No sábado, o PBoC anunciou a criação dessa taxa, de modo a reduzir custos de financiamento para empresas, alterando âncoras cambial e monetária para reduzir os impactos da guerra comercial na atividade.
Nos demais mercados, o petróleo ensaia alta, enquanto o dólar ganha terreno das moedas rivais. Destaque, porém, para o xará australiano, após a ata da última reunião do BC do país (RBA) revelar que a autoridade monetária considera estímulos adicionais, se necessário.
BCs no radar
O Federal Reserve publica na quarta-feira a ata da reunião de julho, quando a taxa de juros norte-americana sofreu um “ajuste de meio de ciclo” e caiu 0,25 ponto. Os investidores devem buscar no documento os motivos que levaram ao “corte preventivo”, bem como pistas sobre o que poderia justificar quedas adicionais - quiçá em setembro. Porém, ontem, declarações de membro do Fed indicam que talvez não seja necessário mais estímulo.
No mesmo dia, tem início os leilões de swaps cambiais e de dólares à vista ofertados pelo BC brasileiro. A atuação da autoridade monetária visa, em última análise, injetar liquidez no mercado, diante dos sinais de maior demanda por dinheiro em espécie. Ontem, a moeda norte-americana encerrou cotada acima de R$ 4,00 pelo segundo dia seguido, sendo que o real foi a moeda emergente a perder mais valor.
O comportamento do dólar começa a levantar dúvidas sobre o espaço para cortes adicionais na Selic, que pode chegar a 5% até dezembro deste ano. O problema é que esse nível de taxa reduz a atratividade no diferencial de juros pago no Brasil em relação a outros países e isso provoca uma disfuncionalidade no mercado de câmbio, impactando na formação de preço da moeda estrangeira.
Já na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) também publica a ata do encontro do mês passado, quando frustrou as expectativas por novos estímulos na zona do euro e manteve a política monetária estável. No mesmo dia, tem início o simpósio anual que reúne banqueiros centrais em Jackson Hole (Wyoming, EUA).
Mas o grande destaque fica com o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira. Os investidores querem sentir a disposição dos BCs, em especial do Fed, em atuar de modo mais ativo para dirimir os riscos de uma recessão global. Para tanto, querem indicações mais precisas sobre o rumo dos juros norte-americanos no mês que vem.
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice
Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14
O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20
A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23
Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa
Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda
O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião
Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro
Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15
Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities
Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos
O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro
Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher
Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje