A Bula da Semana: Mercado passa a bola para os BCs
Decisão do BCE é o destaque da semana, que antecede reuniões do Fed e do Copom neste mês
Após os renovados sinais de fraqueza da atividade econômica pelo mundo, com a recessão batendo à porta dos Estados Unidos, o mercado financeiro passou a bola para os bancos centrais com o claro recado de que espera por estímulos monetários adicionais neste mês. E a nova rodada pode ter início nesta semana, com o BC da zona do euro.
A reunião de política monetária do BCE, na quinta-feira, é o grande destaque da semana, que antecede os encontros do Federal Reserve e do Banco Central brasileiro (Copom), nos dias 17 e 18 de setembro. Para o BCE, há a expectativa de um corte de 0,10 ponto na taxa de depósito, atualmente em -0,50%. Mas o foco estará na entrevista coletiva do presidente, Mario Draghi, quando deve anunciar a ampliação do programa de afrouxamento monetário.
A previsão é de que o chamado “QE” (na sigla em inglês) seja maior que o esperado, uma vez que o BCE deve revisar para baixo a estimativa de crescimento econômico na zona do euro. Um programa de recompra de bônus entre 30 ou 40 bilhões de euro por mês, durante até dois anos, pode ajudar a estabilizar o rendimento (yield) dos títulos europeus de longo prazo e também as expectativas de inflação.
Mas não se pode descartar uma surpresa desagradável, tal qual ocorreu em julho, quando o BCE frustrou as expectativas por mais estímulos. Afinal, os instrumentos da autoridade monetária europeia para fazer frente à desaceleração econômica na região da moeda única parecem limitados. Assim, qualquer novidade pode ser adiada para outubro.
Fed e Copom vêm depois
E o mesmo se pode dizer em relação ao Fed. Na última declaração antes de entrar em período de silêncio, o presidente do BC dos Estados Unidos, Jerome Powell, manteve o tom neutro e não trouxe nenhuma novidade em relação ao passo a ser dado na reunião deste mês, na semana que vem.
Com o mercado de trabalho norte-americano ainda sólido, sem sinais claros de pressão inflacionária, o risco é o Fed também ficar sem opção para agir quando for, de fato, necessário. Mas os investidores continuam acreditando em mais um “corte preventivo”, de 0,25 ponto, na taxa de juros neste mês, cabendo ainda um seguro adicional, no próximo mês.
Leia Também
Os dados de inflação ao produtor (PPI) e ao consumidor (CPI) nos EUA, que saem na quarta e na quinta-feira, tendem a calibrar essas apostas. Além disso, o noticiário em torno da guerra comercial também será monitorado, uma vez que Powell salientou que o Fed continuará agindo “conforme apropriado” para sustentar a expansão norte-americana.
Afinal, enquanto Powell tenta ignorar as críticas do presidente Donald Trump, o Fed segue atento aos impactos da política comercial da Casa Branca, que vem restringindo os investimentos das empresas norte-americanas e provocando uma desaceleração do crescimento global. Mas ao admitir isso, Trump pode ampliar a tensão com a China.
Já no Brasil, não há dúvidas de que a Selic irá renovar o piso histórico na semana que vem, indo a 5,50%. Aliás, novos cortes na taxa básica de juros devem ocorrer até o fim do ano, sendo que o processo de reversão do ciclo pode ser adiado para 2021. Tudo isso apesar de o dólar encerrar a sexta-feira passada acima de R$ 4,00 pela terceira semana seguida.
Com a inflação oficial em nível confortável e a economia doméstica ainda fraca, o mercado financeiro não vê alternativa ao Copom. Ainda mais com a reforma da Previdência caminhando no Senado, sendo que a primeira votação do projeto principal e da proposta paralela pode ser concluída, em conjunto, nesta semana.
Entre os indicadores econômicos domésticos, após o IPCA fraco, na semana passada, dados sobre o varejo e os serviços, também previstos para quarta e quinta-feira, tendem a lançar luz sobre o ritmo da atividade na virada para o segundo semestre, quando deve ter perdido tração.
Confira a seguir os principais destaques desta semana, dia a dia:
Segunda-feira: A semana começa com as tradicionais publicações domésticas do dia, a saber, o relatório de mercado Focus (8h30) e os dados semanais da balança comercial (15h). No exterior, destaque para os índices de preços ao produtor (PPI) e ao consumidor (CPI) chinês em agosto, à noite.
Terça-feira: O calendário econômico doméstico segue como destaque, trazendo a primeira prévia de setembro do IGP-M, além de uma nova estimativa para a safra agrícola neste ano. Já a agenda norte-americana traz o relatório Jolts sobre o número de vagas disponíveis nos EUA em julho.
Quarta-feira: O dia é de divulgação das vendas no varejo brasileiro (PMC) em julho e da inflação ao produtor norte-americano (PPI) em agosto, além dos estoques no atacado dos EUA em julho.
Quinta-feira: A agenda no exterior, enfim, ganha força e traz como destaque a decisão de juros do BCE, seguida de entrevista do presidente da autoridade monetária, Mario Draghi. Também merece atenção o desempenho da indústria na zona do euro em julho. Já nos EUA, sai a inflação ao consumidor (CPI) em agosto. No Brasil, será conhecido o resultado do setor de serviços (PMS) em julho.
Sexta-feira: A semana chega ao fim com um feriado na China. Por aqui, o destaque pode ficar com o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) em julho, enquanto lá fora, nos EUA, serão conhecidas as vendas do comércio varejista em agosto e a versão preliminar da confiança do consumidor neste mês.
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
