🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

História contada

Eu pensei que o Brasil ia quebrar primeiro!

Evento com ex-presidentes do Banco Central rende bons relatos sobre a história econômica do país

Eduardo Campos
Eduardo Campos
12 de janeiro de 2019
5:17 - atualizado às 20:10
Imagem: Eduardo Campos/Seu Dinheiro

O Banco Central (BC) lançou uma coleção de sua “história contada” pelos ex-presidentes da instituição. Em evento no Rio de Janeiro, na sexta-feira, 13 deles estiveram presentes e participaram de painéis de debate que renderam boas histórias sobre a economia brasileira, algumas risadas e uma triste constatação. Desde meados dos anos 1960 estamos "tentando" resolver a questão fiscal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O ex-presidente Carlos Langoni (1980 a 1983) lembrou de uma viagem ao exterior quando encontrou com o ministro da Fazenda do México Jesús Herzog, que passou por ele e disse: “Ei, Lagoni, eu pensei que o Brasil ia quebra primeiro”.

México, Brasil e o “terceiro mundo”, por assim dizer, quebraram em decorrência dos choques do petróleo e da resposta do Federal Reserve (Fed), banco central americano, comandando por Paul Volcker, à inflação que beirou os 15%. O juro dos EUA foi a inimagináveis 22% em 1981.

O México foi o primeiro da fila, algo que chamou a atenção de Langoni, pois o país era grande produtor de petróleo. O alerta ou "piada" de Herzog colocou o Brasil na mira dos demais credores internacionais e pouco depois foi a vez da crise abraçar o Brasil.

Langoni também lembrou das posteriores negociações do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e contou histórias de penúria em função da falta de reservas internacionais e de crédito externo no período. As cartas de crédito do Banco do Brasil não eram mais aceitas e o país corria o risco de ficar sem petróleo. Aliás, disse Langoni, o único pedido do general João Figueiredo em uma das poucas conversas que tiveram foi que não faltasse petróleo no país. Todos ajustes, choques e programas poderiam ser feitos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Depois dessa lembrança da crise, Langoni fez uma brincadeira com Henrique Meirelles (2003 a 2010) e com o atual presidente Ilan Goldfajn, dizendo que enfrentar crises com US$ 400 bilhões em reservas “é um privilégio”.

Leia Também

Langoni também ressaltou a importância da autonomia formal do BC e da “reconstrução fiscal”, pois só isso permite que o atual momento de juros e inflação baixos seja permanente.

Plenária do CMN

Os ex-presidente Wadico Bucchi (1989 a 1990) falou um pouco do Conselho Monetário Nacional (CMN) de então, com 26 membros, reunindo governo, empresários e trabalhadores e da evidente dificuldade de se chegar a consensos em um momento em que todos queriam mais moeda para lidar com os efeitos da inflação. Hoje, o CMN tem três membros, BC, ministro da Economia e secretário especial de Fazenda.

Bucchi também falou das reservas internacionais, que eram muito pequenas na época, chamando também de “privilégio” das gestões atuais o elevado volume de dólares à disposição. Também estavam em pauta em 1989, vejam só, a necessidade do ajuste fiscal e a independência formal do BC.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Renegociando dívidas e olhando para frente

Pedro Malan (1993 a 1994) contou a história da renegociação da dívida externa que tinha sofrido calote nos anos 1980, algo que ficou conhecido como Plano Brady.

Com a negociação, ele notou que o clima estava positivo para o Brasil em 1993 e falou do Programa de Ação Imediata, que destacava a necessidade de acabar com a superinflação, que só seria debelada com o ajuste das contas públicas e que esse ajuste só seria acertado com ajuda das forças políticas.

Fazendo um paralelo com o momento atual, Malan falou que é preciso "convicção" sobre a importância das reformas, principalmente do chefe do Executivo. Depois de 25 anos do Plano de Ação, Malan falou que o problema fundamental continua no lado fiscal.

Juro de longo prazo

Pérsio Arida (1995) disse que releu seu discurso e sabatina no Senado antes de ir ao evento e que encontrou alguns pontos que ainda estão na mesa, como a questão fiscal, independência do BC e abertura do setor financeiro a maior competição.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sobre a história da Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP), criada na sua época, Arida lembrou que o BNDES era o único banco com funding de longo prazo e ele pensava em como fazer o banco dar crédito sem causar distorções na economia. A ideia foi olhar para os títulos externos brasileiros, que davam uma ideia do custo do dinheiro no longo prazo.

Mas, segundo Arida, o conceito original se perdeu ao longo do tempo. Os empréstimos a TJLP distorceram todo o mercado de crédito nos últimos anos. A taxa mudou, no ano passado, para TLP, que agora segue o parâmetro de custo de títulos do Tesouro. Arida elogiou a mudança e defendeu que a fórmula da TLP deveria ser utilizada para todos os créditos de longo prazo, incluindo o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Revolver na mesa

O ex-presidente Gustavo Loyola (1992 a 1993) contou uma história, após perguntado pela mediação do evento, de que um governador de Estado chegou no BC, colocou um revólver sobre a mesa, e disse que ali estava a “garantia” do seu banco estadual. O episódio, segundo ele, não aconteceu na sua gestão, mas ele também não disse no mandato de quem teria ocorrido. Foi no período de Loyola que o BC fez diversas liquidações e vendas de bancos estaduais, o Programa de Saneamento dos Bancos Estaduais (Proes).

Como falar com a imprensa

Gustavo Franco (1997 a 1999) contou que tinha uma estratégia para se falar com a imprensa na época de transição do Plano Real. A regra era não falar sobre previsões ou metas, pois se você acertar, não é mais do que o seu trabalho. Se errar, você é um incompetente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ele foi perguntado sobre a âncora cambial que sustentou o início do Plano Real e depois foi substituída pelo regime de metas. Franco tentou explicar que não tinha como se adotar um regime de metas logo de cara, em função da memória inflacionária do país e da grande incerteza com o impacto do plano em outras áreas da economia. A ideia de fixar o câmbio era tentar coordenar a estabilização do restante dos preços da economia.

Copom e um emprego a Paulo Guedes

Francisco Lopes (1999) foi perguntado sobre a criação do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorreu em 1996, quando ele era diretor do BC.

Segundo Lopes, o Copom deu a independência formal ao BC, criando um órgão independente de considerações políticas, mesmo como o mercado, por vezes, não acreditando. “É muito difícil influir todos os membros do Copom a fazer o que você quer”, disse. A inspiração para o Copom, segundo Lopes, veio do banco central alemão.

Lopes se disse muito otimista com o Brasil e com o novo governo da liberal democracia de seu "amigo” Paulo Guedes. Lopes lembrou que foi ele que ofereceu a Guedes sua primeira oferta de emprego quanto ele voltou ao Brasil Ph.D por Chicago. Mas que o agora ministro recusou por achar "o salário pouco".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Lopes ponderou, no entanto, que Guedes comete uma "enorme injustiça" ao criticar os 30 anos de social democracia, e dizer que os economistas desse período não teriam entendido nada.

Lopes lembrou que os três blocos de estabilização da social democracia, são o Plano Real, o Copom com a política de metas de inflação e independência prática do BC, e o teto de gastos, feito por Meirelles. “A social democracia colocou a bola na marca do pênalti para a liberar democracia chutar”, disse, complementando que “só não faz gol se errar a bola”.

Evaporação e água fria

Armínio Fraga (1999 a 2003) lembrou que tudo que conquistamos evaporou nos anos de Dilma Rousseff e Guido Mantega. Mesmo com Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e outros dispositivos legais e constitucionais “como foi possível um colapso fiscal dessa magnitude?” Fraga disse que "devemos" fazes estudos para entender esse fenômeno.

Antes de desejar sorte ao presidente indicado do BC, Roberto Campos Neto, Fraga disse que “não há BC que resista a situação fiscal como a nossa. A situação é totalmente urgente. O governo federal está bem mal das pernas e Estados estão quebrados”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ainda de acordo com Fraga, uma reforma da Previdência “mais ou menos será uma ducha de água fria. Nossa situação é de alto risco”. No entanto, ele disse acreditar que a equipe atual vai fazer os ajustes necessários.

Chama um banqueiro, companheiro!

Henrique Meirelles (2003 a 2010) contou que foi chamado por Lula, pois a avaliação do problema (alta de juro e disparada do dólar) era a relação do Brasil com os bancos internacionais. Então, nada melhor que chamar um ex-presidente de banco internacional para resolver o problema. A condição dada por Meirelles era a independência do BC.

Meirelles contou que um projeto foi elaborado e enviado ao Congresso, mas havia resistência da esquerda e da classe empresarial. “A resistência era absoluta”, disse.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Assim, Meirelles contou que manteve o “acordo” com Lula e que o BC teve independência de atuação e nomeação de diretores.

Ainda segundo Meirelles, o maior desafio foi fazer a sociedade entender a importância de inflação controlada, câmbio flutuante e de se manter reservas internacionais.

Você pode ler, ver e ouvir os depoimentos dos ex-presidentes do BC aqui.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MÁQUINA DE MILIONÁRIOS

Loterias turbinadas: Bolas divididas na Lotofácil e na Lotomania acabam em 10 novos milionários

18 de novembro de 2025 - 7:04

Prêmio principal da Lotofácil será dividido entre 14 apostadores, mas só 7 ficaram milionários; Lotomania teve 3 ganhadores, que ainda se deram ao luxo de deixar dinheiro na mesa

SEGUNDA CHANCE

Banco Master recebe nova proposta de compra, desta vez de consórcio integrado por investidores dos Emirados Árabes Unidos

17 de novembro de 2025 - 19:04

Transação está sujeita à aprovação do Banco Central e do Cade e envolveria a compra da totalidade das ações do fundador do Master, Daniel Vorcaro

ONDA DE ESTRANGEIROS

Disparada do Ibovespa não é mérito do Brasil, mas tropeção dos EUA, diz Mansueto Almeida, do BTG

17 de novembro de 2025 - 17:45

Economista-chefe do BTG acredita que o Brasil continua empacado com os mesmos problemas e potencial verdadeiro do Ibovespa só será destravado após melhora fiscal

FOGUETE NA PISTA

Ibovespa sem freio: Morgan Stanley projeta índice aos 200 mil pontos no fim de 2026, mas há riscos no radar

17 de novembro de 2025 - 16:17

Apesar da avaliação positiva, o Morgan Stanley vê o aumento das preocupações com o cenário fiscal no país como maior risco para o desempenho do Ibovespa

MUITO ALÉM DE SMARTPHONES

Black Friday da Samsung: celulares, TVs e eletrodomésticos com até 55% de desconto; veja os destaques

17 de novembro de 2025 - 13:51

Ar-condicionado, TV, robô aspirador e celulares Galaxy entram na Black Friday da Samsung com descontos e condições especiais de pagamento

PELÉ ETERNO

Quanto Pelé valeria hoje? A projeção do ChatGPT que supera Mbappé, Haaland e Neymar no mercado global

17 de novembro de 2025 - 12:32

Simulação mostra o óbvio: o Rei do Futebol teria o maior valor de mercado da história — e poderia quebrar todos os tetos de transferência do futebol moderno.

PARA QUEM QUISER TENTAR A SORTE

Lotofácil ‘final zero’ promete R$ 12 milhões em premiações hoje

17 de novembro de 2025 - 8:12

Além do concurso com ‘final zero’, a Lotofácil acumulou na última rodada. Enquanto isso, de todos as loterias com sorteios programados para a noite de hoje (17), somente uma promete prêmio inferior a R$ 1 milhão.

ANOTE NO CALENDÁRIO

Feriado no Brasil, mas sem descanso para o mercado: Payroll, ata do Fomc, IBC-Br e balanço da Nvidia estão na agenda econômica

17 de novembro de 2025 - 7:03

O calendário dos próximos dias ainda conta com discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), do Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco Central Europeu (BCE)

QUERIDINHO DO BRASIL

Com Pix, empresas e consumidores brasileiros economizaram R$ 117 bilhões em cinco anos

16 de novembro de 2025 - 14:41

Levantamento elaborado pelo Movimento Brasil Competitivo mostrou que somente entre janeiro e setembro de 2025, foram R$ 38,3 bilhões economizados

HORA DA DIPLOMACIA

Isenção de 10% para café e carne é um alívio, mas sobretaxa de 40% continua a ser entrave com EUA

16 de novembro de 2025 - 12:32

A medida beneficia diretamente 80 itens que o Brasil vende aos EUA, mas a sobretaxa continua a afetar a maior parte dos produtos brasileiros

AS MAIS LIDAS DA SEMANA

Banco do Brasil (BBAS3) e mais um balanço ‘para se esquecer’, dificuldades da Cosan (CSAN3) e histórias da Praia do Cassino

16 de novembro de 2025 - 11:15

Investidores estiveram atentos aos números do Banco do Brasil e também acompanharam a situação da Cosan nas mais lidas da última semana

SUSTENTABILIDADE

COP30: Marcha Mundial pelo Clima reúne 70 mil pessoas nas ruas de Belém

16 de novembro de 2025 - 10:30

Ativistas reivindicam acordos e soluções efetivas de governos na COP30

‘ISSO É TÃO BLACK MIRROR’

‘Pet 2.0’: clonagem animal vira serviço de R$ 263 mil; ricos e famosos já duplicam seus pets

16 de novembro de 2025 - 9:01

Clonagem de animais começou nos anos 1990 com a ovelha Dolly e agora é usada para reproduzir pets falecidos, preservação de espécies e melhoramento de rebanho

MEIO AMBIENTE

Negociações na COP30 entre avanços e impasses: um balanço da cúpula do clima até agora

15 de novembro de 2025 - 14:40

Em Belém, negociadores tentam conciliar a exigência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com o impasse no financiamento climático e o risco de adiar as metas de adaptação para 2027

AMISTOSO

Brasil x Senegal: veja onde assistir ao amistoso e saiba o horário da partida

15 de novembro de 2025 - 11:32

Confira onde e quando assistir ao amistoso entre Brasil x Senegal, que faz parte da preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026

TENDÊNCIA PARA 2026

Essa praia brasileira vai ser uma das mais visitadas do país em 2026

15 de novembro de 2025 - 10:32

Juquehy se destaca como um destino turístico em ascensão, combinando mar calmo, ondas para surfistas e uma infraestrutura em constante crescimento, atraindo turistas para 2026

VIVER DE RENDA

Mega-Sena 2940 faz um multimilionário em Porto Alegre – quanto rende o prêmio de R$ 99 milhões na renda fixa?

15 de novembro de 2025 - 9:58

Vencedor de Porto Alegre embolsou R$ 99 milhões e agora pode viver de renda

QUEM PAGA A CONTA?

Explosão de fogos no Tatuapé: quem paga a conta? Entenda a responsabilidade de locatário, proprietário e vizinhos

14 de novembro de 2025 - 17:02

Com danos a casas, comércios e patrimônio público, advogados apontam quem responde civilmente pela explosão no bairro da zona leste

FIM DE UMA ERA

RIP, penny: Por que Donald Trump acabou com a moeda de um centavo de dólar nos EUA?

14 de novembro de 2025 - 9:39

Mais de 250 bilhões de moedas de um centavo continuam em circulação, mas governo decidiu extinguir a fabricação do penny

MÁQUINA DE MILIONÁRIOS

Lotofácil 3538 tem 8 ganhadores, mas apenas 2 ficam milionários; Mega-Sena adiada corre hoje valendo R$ 100 milhões

14 de novembro de 2025 - 6:47

Basta acumular por um sorteio para que a Lotofácil se transforme em uma “máquina de milionários”; Mega-Sena promete o maior prêmio da noite

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar