Saudi Aramco: como o príncipe-herdeiro da Arábia Saudita vendeu por trilhões a petroleira que seu avô comprou por uma ninharia
Anteontem, quinta-feira, dia 12, exatamente às 14:50, o José Castro (Zezinho), um dos especialistas em ações da Inversa, postou o seguinte comentário no WhatsApp:
+ + Valor de mercado da Saudi Aramco supera US$ 2 trilhões no segundo dia de negociação da ação após IPO.
+ + Na Bolsa de Riad, papel subiu hoje (12.12.2019) 4,5% a 38,60 riais.
Há mais de dois anos, venho observando com lupa o planejamento e a evolução desse lançamento saudita. Não é por menos. Leio sobre a Aramco desde que comecei a trabalhar no mercado financeiro no final dos anos 1950.
Naquela época, a empresa pertencia a um grupo de companhias estrangeiras conhecidas informalmente no mundo do petróleo como Sete Irmãs:Anglo-Persian Oil Company, Gulf Oil, Royal Dutch Shell, Standard Oil Company of California (SoCal), Standard Oil Company of New Jersey, Standard Oil Company of New York e Texaco.
Fundada em 1933, durante anos a Aramco era espoliada por essas Sete Irmãs.
Leia Também
“ Mas como?”, pode estar indagando o leitor, “ Por que e através de que meios uma empresa seria prejudicada por seus próprios acionistas?”
Na página 163 da edição da Inversa de meu livro Os mercadores da noite, dou a resposta:
“ A primeira concessão para exploração de petróleo na península Arábica fora assinada, em 1933, entre o rei Ibn Saud e a Standard Oil da Califórnia. Mais tarde, essa concessão fora cedida à Aramco. Depois da Segunda Guerra, o engenheiro Jean Paul Getty, proprietário da Aminoil, conseguiu outra concessão e encontrou as maiores reservas petrolíferas da Terra, também na Arábia.
Desde 1950, os lucros vinham sendo divididos, meio a meio, entre o reino e as concessionárias. Poderia ser um bom negócio para os árabes, mas não era. Na apuração das despesas de exploração, as empresas prejudicavam os sauditas (o grifo não consta do original).”
O livro O Petróleo – Uma História de Ganância, Dinheiro e Poder, de Daniel Yergin (Editora Página Aberta, 1993), tradução de The Prize – The Epic Quest for Oil, Money and Power (Simon & Schuster, New York), narra com riqueza de detalhes a história da Aramco.
A mamata das irmãs chegou ao fim nos anos 1970, quando, após a Guerra do Yom Kippur (outubro de 1973) e o Primeiro Choque do Petróleo, a Arábia Saudita, governada pelo rei Faisal Abdulaziz Al Saud, nacionalizou, em três etapas, a Aramco.
Agora o príncipe herdeiro do Reino, Mohammad bin Salman, que é quem detém o poder na Península, decidiu vender, por trilhões, aquilo que seu avô, Faisal, comprou por ninharia, usando o embargo de petróleo ao Ocidente como arma.
Desde que esta IPO começou a ser cogitada, acompanho sua evolução. Aqui mesmo na Inversa, numa crônica publicada em dezembro de 2017, portanto há exatamente dois anos, com o título de “A maior IPO da história”, escrevi:
“… a Arábia Saudita irá promover a maior IPO da história. Trata-se da venda ao público de cinco por cento da ARAMCO, a estatal de petróleo do reino, empresa cujo valor de mercado é estimado em dois trilhões de dólares.”
Pena que, apesar das reformas liberalizantes que o Executivo e o Congresso brasileiros estão promovendo, ainda é muito complicado para um investidor brasileiro comprar ativos no exterior.
Isso impediu que nós pudéssemos participar desse negócio promissor no Oriente Médio.
Nem mesmo da IPO de uma badaladíssima corretora de valores nacional, lançada na Nasdaq, em Nova York, foi possível tirar uma lasquinha.
Às vezes, recomendo a compra de açúcar, café, cacau, puts da Boeing e outros produtos. Mas fico desanimado quando recebo uma enxurrada de e-mails de leitores perguntando como fazer a operação.
Fico imaginando como seria bom se você, caro amigo leitor ou leitora, pudesse dar ordens para sua brokerage house, fosse ela brasileira, americana, saudita ou japonesa, e dar ordens do tipo:
Comprar 50 contratos de Açúcar Março a 1350 (US$ 0,1350), com stop a 1289 (US$ 0,1289).
Comprar 25 puts da Boeing Company, strike US$ 327,50, a US$ 15,85.
Comprar 500 ações da Aramco na Bolsa de Riad a 37 rials.
Eu fiz esse tipo de trade durante muitos anos. Só que minhas contas eram no exterior (no paraíso fiscal de British Virgin Island); meu salário e minhas comissões, pagos em Nova York.
Sei como é viver e trabalhar em condições de facilidade. Adquirir um produto precificado em iene e pagá-lo em dólar. Comprar obrigações austríacas de 100 anos e lançá-las, com o valor em euros, na Relação de Bens da declaração anual de ajuste do Imposto de Renda. Que o programa de computador da Receita Federal faça a conversão cambial devida.
Restam muitas etapas para que o mercado brasileiro de capitais possa ser internacionalizado. O bom da história é que o ministro Paulo Guedes sabe disso e, aos poucos, está tentando simplificar as coisas.
Falta, todavia, maior liberdade regulatória, mais boa vontade da Receita. Num cenário perfeito, um prejuízo num trade de milho futuro em Chicago poderia ser deduzido de um lucro com Magazine Luiza na B3.
Em vários países do mundo, isso é uma situação comum. Infelizmente, apesar das melhoras de 2019, ainda somos uma economia fechada. Vá lá, entreaberta.
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros