🔴 [EVENTO GRATUITO] COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE AQUI

Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Crescimento

Economista da equipe de Bolsonaro projeta crescimento de até 5% do PIB

Carlos Alexandre da Costa acredita em alta de 3,5% do PIB em 2019 e patamares ainda maiores com resolução da questão fiscal e ganhos de produtividade

Eduardo Campos
Eduardo Campos
22 de novembro de 2018
16:37 - atualizado às 13:55
Marcos Mendes, Beny Parnes e Carlos Alexandre da Costa - evento BTG Pactual
Marcos Mendes, Beny Parnes e Carlos Alexandre da Costa - evento BTG Pactual - Imagem: Raul Junior

O economista Carlos Alexandre da Costa, ex-diretor do BNDES e membro da equipe de transição do governo Jair Bolsonaro, avalia que a agenda fiscal e de aumento da produtividade vai gerar forte crescimento da economia.

“Teremos um país que vai poder crescer 5% ao ano, segundo cálculos preliminares”, disse Costa, em evento promovido pelo BTG Pactual.

Costa está trabalhando nas áreas de produtividade e competitividade dentro da equipe de transição e começou sua palestra comemorando o recente aumento da confiança do empresariado.

Ele ponderou, no entanto, que essa confiança também pesa sobre a equipe do novo governo.

"As expectativas são muito positivas o que coloca uma responsabilidade enorme sobre nossos ombros”, disse Costa.

Na sequência, disse estar confiante que “chegaremos a 3,5% no ano que vem” e que as estimativas atuais, de crescimento de cerca de 3% da economia, podem ser elevadas se considerarem esse aumento de confiança dos agentes econômicos.

Além do vetor confiança, o hiato do produto está muito alto e há muito investimento represado que está começando a ser destravado “por indicações que temos recebido”.

O longo prazo

Olhando para o longo prazo, Costa afirma que o endereçamento das questões fiscais é o que importa, e com estabilidade das variáveis fiscais é possível crescer 5% ao ano “por alguns anos”.

Segundo Costa, 5% parece muita coisa para um país que esteja próximo de sua fronteira de produção, mas não é muito quando se leva em conta a baixa produtividade da economia brasileira.

Na área da produtividade, Costa disse que o foco está em “destruir o velho”, ou seja, acabar com tudo o que foi criado nos últimos anos que atrapalha os funcionamentos de todos os mercados, de capitais, de crédito, de trabalho, de produtos. É o que o economista chama de “lado Shiva”, em referência ao deus da destruição dos hindus.

“É uma agenda ampla de redução do monstro que se transformou nosso Estado em várias dimensões. Se melhorar o que atrapalha o empresário, temos de crescer muito, pois somos muito bom”, disse Costa.

Do lado da criação, disse Costa, é focar no quem tem impacto desproporcional, como capital humano e inovações que funcionem.

Crescimento na veia

Também presente no painel, o chefe da assessoria especial do Ministério da Fazenda, Marcos Mendes, fez coro ao dizer que produtividade é "crescimento econômico na veia". Ele também destacou a importância do ajuste fiscal sobre as expectativas, algo que acaba antecipando a agenda de investimentos.

Mendes disse que se o novo governo não quiser apresentar nenhuma nova proposta, a equipe atual está deixando uma “lista enorme” de coisas já realizadas e a realizar, como regulamentação da Letra Imobiliária Garantia (LIG), a Taxa de Juro de Longo Prazo, a nova política de crédito do BNDES, a revisão da relação BC e Tesouro, cadastro positivo entre outras.

O assessor do ministério, no entanto, chamou atenção para as dificuldades do processo decisório no Brasil, lembrando que o Congresso e mesmo o Judiciário têm um poder grande de interveniência.

“Então, tem que ter muito foco. Escolher o que votar, foi esse trabalho de escolha que fizemos na Fazenda e no Banco Central”, disse.

Para Mendes, o governo Bolsonaro dará uma grande contribuição se conseguir cumprir o teto de gastos. Ele listou algumas medidas que podem ajudar o próximo governo: revisão regra do salário mínimo, rever o abono salarial, reforma da Previdência “no formato que está na Câmara”, e uma política realista de reajustes e contratações no setor público.

As reformas fiscais e tributárias

Último a falar, o economista-chefe da SPX Capital, Beny Parnes, concordou com tudo o que foi dito e disse que são necessários dois fatores para se atingir o crescimento sustentável, mote do painel de discussão.

O primeiro é um regime fiscal sustentável e, segundo, uma reforma para simplificar o regime tributário.

Segundo Parnes, com uma reforma da Previdência, o juro real neutro da economia cai para cerca de 3% (taxa que permite máximo crescimento com inflação na meta), percentual considerado razoável.

Se isso for aliado a um aumento no investimento dos atuais 16% do PIB para cerca de 18% a 20%, o crescimento da economia deve ficar na casa dos 3,5%.

Em uma breve provocação a Costa, Parnes disse não conseguir chegar aos 5% de crescimento, falado pelo economista, “mas se deus quiser vou conseguir enxergar”. No entanto, ele ponderou, posteriormente, que o ciclo de crescimento pode se acelerar muito e que se mundo não desandar, teremos um fluxo enorme de investimento externo.

“Basta ser macaco de imitação, não precisa fazer nada. Atrai o capital externo que vem junto técnicas novas de produção”, disse.

Sobre o mercado de crédito, Parnes disse que é importante que se aumente a taxa de recuperação de calotes, que é de apenas 15% no Brasil, menor do mundo segundo dados do Banco Mundial.

Na sessão de perguntas, Parnes disse não enxergar uma eventual piora externa com tanta preocupação. O país não depende de capitais voláteis e não se enxerga fuga de recursos.

“Saída de capitais haveria se tivesse eleição do PT. No entanto, podemos enfrentar o problema oposto, de firme entrada de capitais”, disse Parnes.

O que é problema, segundo o economista, é a China, pois somos grandes exportadores. Problemas por lá certamente serão problemas por aqui. “Vamos ficar mais pobres, o crescimento vai ser menor, mas vida vai seguir”, disse Parnes, lembrando que o foco é resolver o fiscal, para afastar qual dúvida com relação à solvência do país.

Governo liberal e democrata

No fim do painel, Costa defendeu o governo eleito das acusações de que Bolsonaro seria uma ameaça à democracia. O economista lembrou que os deputados passaram os últimos 20 anos sem votar de acordo com programas, mas sim em busca de verbas e cargos, e que isso tem de acabar.

Para ele é preciso resgatar a confiança no mecanismo democrático, tendo deputados que votem em medidas por acreditarem que estão fazendo a coisa certa.

“Um Brasil novo, liberal e democrático depende de democracia regenerada, fazer coligação e não cooptação. Acreditamos na reconstrução de uma agenda liberal e democrática”, disse Costa.

Privatizações

Costa também foi perguntado sobre o programa de privatizações. Ele não deu detalhes, pois há outra equipe tratando do tema, mas disse que objetivo é reduzir o tamanho da dívida bruta e trazer mais eficiência para a economia. Ainda sobre o tema, ele defendeu que "tem muitas estatais que não têm valor e têm de fechar".

Compartilhe

ELEIÇÕES E PIB

Bolsonaro deve reforçar vitrine da economia após o PIB, mas Lula tem dois trunfos na manga

1 de setembro de 2022 - 11:53

Bolsonaro ganha uma carta importante na disputa pela reeleição com PIB acima do esperado no segundo trimestre, mas Lula também tem o que mostrar na economia

EXPECTATIVAS MELHORAM

Economia vai crescer? Itaú melhora projeções para PIB e inflação no Brasil em 2022; confira

10 de julho de 2022 - 15:32

Para o banco, elevou o crescimento de PIB de 1,6% para 2,0%, além de uma leve queda da inflação; o dólar deve fechar o ano cotado a R$ 5,20

Desaceleração da indústria

Made in China? Indústria brasileira perde fôlego e participação no PIB; saiba quais os setores que mais caíram

21 de junho de 2022 - 15:18

Por problemas estruturais, doze dos quatorze segmentos analisados reduziram gradualmente a participação do setor industrial no PIB nos últimos 30 anos

EXPECTATIVAS LADEIRA ABAIXO

Na “Copa do PIB” de 2022, Brasil deve ficar atrás de Colômbia, Argentina e México em crescimento

8 de junho de 2022 - 16:32

OCDE baixou a projeção de crescimento do PIB brasileiro de 1,4% para 0,6%, abaixo da média mundial, conforme relatório publicado nesta quarta-feira (08)

recessão improvável

SPX diz que PIB teria de cair 4% para que inflação fique no centro da meta em 2023

8 de junho de 2022 - 15:45

Para a SPX, se inflação cair para qualquer valor dentro da banda de tolerância em 2023 seria ‘uma grande vitória’

O QUE VEM POR AÍ

Inflação no Brasil e nos EUA, atividade e juros na Europa; confira a agenda completa de indicadores econômicos da semana que vem

3 de junho de 2022 - 19:06

Nesta semana, o grande destaque no Brasil fica por conta do IPCA, o índice de inflação que serve de referência para a política monetária do BC

AQUÉM DA EXPECTATIVA

Os 5 números do PIB do 1T22 que você precisa saber – e aqueles que você não vai conhecer tão cedo

2 de junho de 2022 - 11:15

Números do PIB brasileiro no primeiro trimestre vieram abaixo das estimativas; o setor de serviços salvou a lavoura, literalmente

O QUE VEM POR AÍ

PIB do 1º tri e inflação na Zona do Euro: confira a agenda dos indicadores da semana aqui e no exterior

29 de maio de 2022 - 14:00

Nesta semana, o destaque entre os indicadores é o PIB brasileiro no primeiro trimestre. Lá fora, inflação e atividade também estão no centro

O QUE VEM POR AÍ

É semana de PIB! Saiba o que esperar da atividade no Brasil e confira o calendário completo de indicadores da semana

27 de maio de 2022 - 18:34

Teremos a oportunidade de entender melhor como a economia brasileira tem se comportado em um cenário de juros em alta e inflação crescente pelo mundo

É MIRAGEM?

Ibovespa em 130 mil pontos? Goldman Sachs conta o que pode impedir o índice de chegar lá — e qual o cenário mais provável

6 de abril de 2022 - 13:58

Taxas de crescimento aceleradas, juros em queda e mercados globais favoráveis são caminhos que levam ao bull market, ou mercado de alta; saiba se esse é o caso da bolsa brasileira no longo prazo

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar