Todo esse ruído em torno na permanência ou não de Ilan Goldfajn na presidência do Banco Central (BC) decorre de um erro básico da equipe do novo governo, notadamente do futuro ministro Paulo Guedes.
Faz parte da etiqueta diplomática não falar aos quatro cantos que está se convidando alguém para um cargo de tamanha relevância ANTES de saber a resposta dessa pessoa.
Sabendo do “sim” ou do “não”, fica mais fácil trabalhar a eventual transição e, principalmente, comunicar isso de forma menos traumática. De fato, os ruídos sobre a permanência de Ilan começaram antes mesmo de qualquer convite formal ou informal, sempre com reflexos no preço da bolsa, do câmbio e dos juros.
Agora, por qualquer motivo que seja, se Ilan disser que prefere sair, a versão que vai prevalecer é de que um profissional respeitado dentro e fora do mercado disse “não” ao novo governo.
Segundo a “Agência Estado”, a permanência de Ilan dependeria mais dele do que do time de Bolsonaro. Já o portal “G1”, que encontrou com Ilan no aeroporto de Brasília, nos diz que o presidente falou “tem que perguntar a eles”, quando questionado sobre o tema.
Já que houve falha na largada do processo seria de bom tom encerrar essa questão de uma vez e de forma coordenada. Que se anuncie a permanência ou substituição o quanto antes. O mercado, como sempre, "coloca no preço" a permanência ou o novo nome e segue o jogo.