🔴 META: ‘CAÇAR’ AS CRIPTOMOEDAS MAIS PROMISSORAS DO MERCADO DE FORMA AUTOMÁTICA – SAIBA COMO

Vinícius Pinheiro

Vinícius Pinheiro

Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances "O Roteirista", "Abandonado" e "Os Jogadores"

Ofertas de ações

Empresas voltam a se preparar para o “casamento” na bolsa

Para saber quais as chances de os anos dourados dos IPOs voltarem, conversei com alguns dos mais experientes executivos do mercado. Apesar da incerteza eleitoral, existem hoje até 30 empresas em condições de testar o interesse dos investidores

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
2 de outubro de 2018
6:01 - atualizado às 10:04
Ilustração relaciona IPO a casamento
A abertura de capital de uma empresa representa de certo modo um casamento com o mercado - Imagem: Pomb

Houve uma época em que era convidado com frequência para casamentos, quase todos de amigos na casa dos vinte ou trinta e poucos anos. Atrapalhado por natureza, era comum também chegar à igreja e me confundir com as várias cerimônias que aconteciam no mesmo dia, em horários seguidos. Em uma ocasião quase subi ao altar para ser padrinho dos noivos errados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nesse mesmo período eu trabalhava como repórter que cobria bolsa e ofertas de ações. Bons tempos! Os meus vinte e poucos anos coincidiram com a melhor fase do mercado de capitais brasileiro. Para se ter uma ideia, em 2007 o número de empresas que chegou à bolsa depois de captar recursos de investidores com uma oferta pública inicial de ações (mais conhecidas como IPO, na sigla em inglês) chegou a 64.

Ou seja, minha rotina se dividia entre as igrejas e a Bovespa (sim, Bovespa, antes da fusão com a BM&F e da mudança do nome para B3). Lá, eu acompanhava as cerimônias que marcam o início da negociação das ações - o famoso “toque da campainha”. Mas às vezes era difícil distinguir um lugar de outro.

A abertura de capital de uma empresa representa de certo modo um casamento com o mercado. E eram tantas as ofertas de ações naquele tempo que aconteceu de duas ou até três saírem no mesmo dia. O que obrigava os organizadores a expulsar delicadamente os convidados da cerimônia do primeiro IPO para dar espaço aos do segundo ou do terceiro. Mais ou menos como ocorre aos sábados nas igrejas mais concorridas.

Um ano em dez

Conforme o tempo passou, os convites para casamento ficaram mais raros, e alguns dos casais de quem fui padrinho se separaram. Coisas da vida, é claro. Mas os IPOs não tiveram melhor sorte. Depois da crise financeira de 2008, as ofertas de ações também minguaram.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nos últimos dez anos, 61 empresas realizaram ofertas de ações na bolsa brasileira, já contando as três deste ano - NotreDame Intermédica, Hapvida e Banco Inter. Isso mesmo, depois de uma década ainda não conseguimos chegar ao número de 2007.

Leia Também

 

Para saber mais sobre as perspectivas para as ofertas de ações e quais as chances de os anos dourados voltarem, conversei nas últimas semanas com alguns dos mais experientes executivos de bancos de investimento e escritórios de advocacia. São eles os responsáveis por preparar as empresas para o casamento com os investidores. Também fui atrás de gestores de fundos, que analisam e compram as ações, para saber se o investimento vale a pena e compensa o risco.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A boa notícia é que esse mercado não está parado, como se poderia imaginar em um período pré-eleitoral. Existem hoje de 20 a 30 candidatas em condições de ir à bolsa, em diferentes estágios de preparação. A má notícia é que o prognóstico depende, e muito, de fatores como o resultado das urnas e do cenário internacional.

Janela ou guilhotina

Passada a euforia na década passada, o mercado de IPOs no Brasil passou a viver de janelas de oportunidade que abrem e fecham rapidamente. Tão rápido que Fabio Nazari, sócio do BTG Pactual, diz que a comparação mais correta seria não com um janela, mas com uma guilhotina.

“Quem pretende abrir o capital no Brasil precisa estar sempre preparado para aproveitar as oportunidades e não estar com a cabeça para fora na hora da guilhotina”, diz Nazari.

A lâmina da guilhotina pode ficar mais ou menos afiada dependendo de quem vencer as eleições em outubro. Mas ninguém espera uma catástrofe caso o próximo presidente não seja o favorito da Faria Lima.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“O mercado se ajusta, mas pode precisar de algum tempo”, diz Nazari, com a bagagem de quem viveu os tempos de bonança, mas também o de vacas magras das aberturas de capital.

A tensão pré-eleitoral não inibiu as empresas de testarem a "guilhotina". É o caso da Arco Educação, que passou com louvor ao captar US$ 194,5 milhões (cerca de R$ 780 milhões) em sua abertura de capital, que aconteceu na semana passada. O palco do casamento, porém, não foi a B3, mas a bolsa americana Nasdaq.

Quem também se prepara para uma oferta em Nova York é a Stone, empresa de maquininhas de cartão. Os bancos Agibank e BMG e a empresa de serviços de tecnologia Tivit são outros nomes já conhecidos na fila de espera das ofertas.

Sem férias

A movimentação nesta época não é comum. Sócia do escritório Mattos Filho especializada em mercado de capitais, a advogada Vanessa Fiusa esperava que 2018 fosse um ano de seis meses. Ou seja, que trabalharia em dobro na primeira metade do ano para ter um respiro no período pré-eleitoral. Tanto que até programou férias para o mês de agosto. Mas para surpresa dela, o celular não parou de tocar nos dias que deveriam ser de descanso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Eram clientes e bancos se organizando para dar início ao processo de abertura de capital”, ela disse.

A expectativa da advogada é que uma nova janela se abra para as ofertas de ações no fim deste ano. Para esse cenário se concretizar, tão ou mais importante do que o cenário político local é o que vai acontecer no exterior. Afinal, é de fora que costuma vir a maior parte dos compradores de ações em IPOs. Na prática, isso significa que a trajetória das taxas de juros nos Estados Unidos e as disputas comerciais envolvendo o governo Trump também farão a guilhotina dos IPOs balançar.

As empresas “à prova de bala”, ou seja, que conseguiram resistir aos piores momentos da crise econômica dos últimos anos sem maiores abalos, são aquelas com melhores condições de reabrir o mercado. A avaliação é de Alessandro Zema, responsável pelo banco de investimentos do Morgan Stanley. O banco americano participou de dois dos três IPOs que aconteceram no mercado brasileiro neste ano, além da abertura de capital da PagSeguro e da Arco Educação, em Nova York.

Concorrência

Para as boas empresas, vender ações em uma oferta a investidores é apenas mais uma opção para captar recursos, como me lembrou o advogado Fernando Zorzo, sócio do Pinheiro Neto, em uma conversa na sede do escritório. Nos últimos anos, uma estratégia comum foi o chamado “dual track”, ou seja, caminhar com o processo de abertura de capital em paralelo com negociações de venda para um investidor estratégico.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O caso mais notório aconteceu no ano passado com a XP Investimentos, que estava pronta para abrir o capital quando recebeu a proposta de R$ 6,3 bilhões do Itaú Unibanco por uma participação na corretora.

Vale a pena?

No fim do dia, a dúvida que fica para qualquer investidor é se vale a pena investir em uma empresa novata da bolsa. Para um gestor de ações, que pediu para não ser identificado, na maioria dos casos é melhor esperar e comprar as ações mais para frente, quando já se conhece mais sobre a companhia e a gestão.

O maior risco de se investir em ações na abertura de capital deveria vir acompanhado de uma expectativa maior de retorno. Mas não é sempre que isso acontece nas ofertas que vem a mercado, segundo Fabio Motta, responsável pela área de renda variável da Western Asset, gestora que possui mais de R$ 40 bilhões no Brasil.

"Prefiro perder uma boa oportunidade do que entrar no hype", ele diz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A pessoa física surfou na onda dos IPOs da década passada principalmente com os “flippers”, como são chamados aqueles investidores que vendem as ações logo no primeiro dia de negociação, na expectativa de que cotações subam na estreia. Mas, no geral, quem decidiu investir em uma empresa estreante na bolsa com foco no longo prazo perdeu dinheiro. O que também ajuda a explicar a queda no número de ofertas de ações nos últimos anos.

O símbolo do exagero da época de bonança do mercado foi o empresário Eike Batista. Eu estava na bolsa em 2008 no dia da estreia da OGX, a empresa de petróleo criada pelo empresário, mas que ainda não havia sequer perfurado um poço de petróleo. Naquela manhã, Eike saiu pela porta da frente da sede da bolsa distribuindo autógrafos às pessoas na rua. Deu no que deu.

Nada garante que daqui pra frente vai ser diferente. Mas pelo menos quem investiu nas empresas que abriram capital neste ano não tem do que reclamar. A valorização das ações do Banco Inter, por exemplo, chega a 65% desde a estreia, em abril. A volta dos casamentos à bolsa brasileira sem dúvida depende de mais uniões felizes como essa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
VALE MAIS QUE DINHEIRO

Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso

29 de outubro de 2025 - 14:35

Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs

O RALI NÃO ACABOU

Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025

29 de outubro de 2025 - 13:32

De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%

REAÇÃO AO RESULTADO

Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?

29 de outubro de 2025 - 10:38

Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?

NA GANGORRA

Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir

29 de outubro de 2025 - 6:05

Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal

FECHAMENTO DOS MERCADOS

IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597

28 de outubro de 2025 - 17:25

Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.

GIGANTE LOGÍSTICO

‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo

28 de outubro de 2025 - 11:23

Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas

OS QUERIDINHOS DOS GRINGOS

Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’

27 de outubro de 2025 - 18:43

Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina

AINDA HÁ ESPAÇO NA FESTA?

Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”

27 de outubro de 2025 - 15:52

Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial

BALANÇO SEMANAL

Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana

25 de outubro de 2025 - 16:11

Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%

DE OLHO NO GRINGO

Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai

24 de outubro de 2025 - 19:15

Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM

DEMOGRAFIA VIRANDO DINHEIRO

Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa

24 de outubro de 2025 - 18:56

Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade

ESQUECERAM DE MIM?

Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde

24 de outubro de 2025 - 15:02

Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva

MERCADOS HOJE

Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?

24 de outubro de 2025 - 12:39

O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui

VEJA DETALHES

Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas

23 de outubro de 2025 - 13:40

O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio

FII EXPERIENCE 2025

Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta

23 de outubro de 2025 - 11:00

Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras

FII EXPERIENCE 2025

FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator

23 de outubro de 2025 - 7:02

Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado

HORA DE VENDER

JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa

22 de outubro de 2025 - 17:31

Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)

FII EXPERIENCE 2025

“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners

22 de outubro de 2025 - 16:55

Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam

CHEGOU AO TOPO?

Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso

21 de outubro de 2025 - 18:30

É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA

VAMOS...PULAR!

Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%

21 de outubro de 2025 - 15:04

Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar