Como evitar a ‘exportação de IPOs’? Presidente da B3 fala sobre mudanças regulatórias para segurar empresas na bolsa brasileira
Estrutura que permite diferentes classes de ações com direito a voto permitiria dupla listagem nos IPOs de empresas brasileiras, diz Gilson Finkelsztain

A adoção do chamado voto plural, estrutura que permite diferentes classes de ações com direito a voto em uma empresa, pode evitar a "exportação" do mercado de capitais brasileiro para o exterior. A avaliação é do presidente da B3, Gilson Finkelsztain.
Nos últimos anos, vários empresários brasileiros optaram por fazer ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) nas bolsas norte-americanas. Eles são atraídos, entre outros fatores, pela possibilidade de manter o controle das decisões das companhias mesmo sem ter a maioria das ações.
"A exportação do mercado preocupa muito", afirmou Finkelsztain aos jornalistas, depois de participar de um seminário promovido pela B3 sobre voto plural.
O evento aconteceu um dia depois do IPO da XP Investimentos na Nasdaq. A empresa adotou o modelo de duas classes de ações. Os papéis classe A, negociados na bolsa, dão direito a um voto cada, enquanto que os da classe B, de posse dos atuais controladores, garantem dez votos cada.
Mais cedo, o presidente da B3 disse que fica com um gosto amargo sempre que vê a abertura de capital de empresas brasileiras no exterior. Além da XP, as empresas de maquininhas de cartão e meios de pagamento PagSeguro e Stone, além dos grupos educacionais Arco e Afya lançaram suas ações nas bolsas de Nova York.
Além da estrutura acionária, as companhias são atraídas pela possibilidade de obter uma avaliação melhor para suas ações em Nova York do que na bolsa brasileira. Finkelsztain sabe que essa é uma realidade, mas disse que a adoção do voto plural permitiria às companhias fazer uma dupla listagem dos papéis – na bolsa americana e na brasileira.
Leia Também
"As empresas que são negociadas na B3 e outros mercados hoje são as mais líquidas do mercado", afirmou.
A possibilidade de as companhias terem diferentes ações com direito a voto na bolsa brasileira não depende nem da B3 nem da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas de uma mudança na Lei das S/A.
Existe um projeto de lei em tramitação no Congresso para a adoção do voto plural. Questionado sobre a expectativa de aprovação, Finkelsztain disse que gostaria de ter a questão endereçada já em 2020.
Avanço com BDR
Enquanto a lei não muda, a B3 teve uma boa notícia ontem com a proposta da CVM de flexibilizar as regras para a emissão de recibos de ações de empresas listadas em outras bolsas. Esses papéis são conhecidos pela sigla BDR (Brazilian Depositary Receipts, na sigla em inglês).
A proposta colocada em audiência pública elimina a restrição para a emissão de BDRs de empresas que tenham a maior parte dos ativos e receitas no Brasil. Se já estivesse em vigor, a regra permitiria a listagem de recibos de ações da XP na B3.
A listagem com BDRs, contudo, só pode acontecer depois da abertura de capital. "A proposta tira uma amarra, mas não resolve a questão para os IPOs", disse Finkelsztain.
Ele também elogiou a permissão para que qualquer investidor compre BDRs prevista no projeto. A negociação desses papéis hoje é restrita a investidores qualificados, que possuem pelo menos R$ 1 milhão para aplicar, ou via fundos de investimento.
"Hoje o investidor pode comprar bitcoin, em sites de aposta de futebol, mas precisa ser qualificado para investir em Microsoft, uma das maiores empresas do mundo."
O presidente da B3 fez uma única crítica à proposta da CVM: os prazos. "Gostaria que a audiência pública acabasse agora em dezembro, e não em fevereiro", afirmou, ao acrescentar que a flexibilização do investimento em BDRs já é um tema que foi bastante discutido pelo mercado.
De operário a milionário: Vencedor da Copa BTG Trader operava “virado”
Agora milionário, trader operava sem dormir, após chegar do turno da madrugada em seu trabalho em uma fábrica
Apesar de queda com alívio nas tensões entre EUA e China, ouro tem maior sequência de ganhos semanais desde 2008
O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, acumulou valorização de 5,32% na semana, com maior sequência de ganhos semanais desde setembro de 2008.
Roberto Sallouti, CEO do BTG, gosta do fundamento, mas não ignora análise técnica: “o mercado te deixa humilde”
No evento Copa BTG Trader, o CEO do BTG Pactual relembrou o início da carreira como operador, defendeu a combinação entre fundamentos e análise técnica e alertou para um período prolongado de volatilidade nos mercados
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA
O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje
B3 se prepara para entrada de pequenas e médias empresas na Bolsa em 2026 — via ações ou renda fixa
Regime Fácil prevê simplificação de processos e diminuição de custos para que companhias de menor porte abram capital e melhorem governança
Carteira ESG: BTG passa a recomendar Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3) por causa de alta no preço de energia; veja as outras escolhas do banco
Confira as dez escolhas do banco para outubro que atendem aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa
Bolsa em alta: oportunidade ou voo de galinha? O que você precisa saber sobre o Ibovespa e as ações brasileiras
André Lion, sócio e CIO da Ibiuna, fala sobre as perspectivas para a Bolsa, os riscos de 2026 e o impacto das eleições presidenciais no mercado
A estratégia deste novo fundo de previdência global é investir somente em ETFs — entenda como funciona o novo ativo da Investo
O produto combina gestão passiva, exposição internacional e benefícios tributários da previdência em uma carteira voltada para o longo prazo
De fundo imobiliário em crise a ‘Pacman dos FIIs’: CEO da Zagros revela estratégia do GGRC11 — e o que os investidores podem esperar daqui para frente
Prestes a se unir à lista de gigantes do mercado imobiliário, o GGRC11 aposta na compra de ativos com pagamento em cotas. Porém, o executivo alerta: a estratégia não é para qualquer um
Dólar fraco, ouro forte e bolsas em queda: combo China, EUA e Powell ditam o ritmo — Ibovespa cai junto com S&P 500 e Nasdaq
A expectativa por novos cortes de juros nos EUA e novos desdobramentos da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo mexeram com os negócios aqui e lá fora nesta terça-feira (14)
IPO reverso tem sido atalho das empresas para estrear na bolsa durante seca de IPOs; entenda do que se trata e quais os riscos para o investidor
Velocidade do processo é uma vantagem, mas o fato de a estreante não precisar passar pelo crivo da CVM levanta questões sobre a governança e a transparência de sua atuação
Ainda mais preciosos: ouro atinge novo recorde e prata dispara para máxima em décadas
Tensões fiscais e desconfiança em moedas fortes como o dólar levam investidores a buscar ouro e prata
Sparta mantém posição em debêntures da Braskem (BRKM5), mas fecha fundos isentos para não prejudicar retorno
Gestora de crédito privado encerra captação em fundos incentivados devido ao excesso de demanda
Bolsa ainda está barata, mas nem tanto — e gringos se animam sem pôr a ‘mão no fogo’: a visão dos gestores sobre o mercado brasileiro
Pesquisa da Empiricus mostra que o otimismo dos gestores com a bolsa brasileira segue firme, mas perdeu força — e o investidor estrangeiro ainda não vem em peso
Bitcoin (BTC) recupera os US$ 114 mil após ‘flash crash’ do mercado com Donald Trump. O que mexe com as criptomoedas hoje?
A maior criptomoeda do mundo voltou a subir nesta manhã, impulsionando a performance de outros ativos digitais; entenda a movimentação
Bolsa fecha terceira semana no vermelho, com perdas de 2,44%; veja os papéis que mais caíram e os que mais subiram
Para Bruna Sene, analista de renda variável na Rico, “a tão esperada correção do Ibovespa chegou” após uma sequência de recordes históricos
Dólar avança mais de 3% na semana e volta ao patamar de R$ 5,50, em meio a aversão ao risco
A preocupação com uma escalada populista do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o real apresentar de longe o pior desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities
Dólar destoa do movimento externo, sobe mais de 2% e fecha em R$ 5,50; entenda o que está por trás
Na máxima do dia, divisa chegou a encostar nos R$ 5,52, mas se desvalorizou ante outras moedas fortes