🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

Análise

Primeiro-ministro e rainha da Inglaterra: nova relação de Maia e Bolsonaro pode ser um avanço

Olhando com alguma boa vontade, episódio pode ser visto como aceno de fortalecimento institucional, mesmo com veto do presidente

Eduardo Campos
Eduardo Campos
25 de junho de 2019
5:12 - atualizado às 11:50
Presidente Jair Bolsonaro, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia no CCBB.
Presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia - Imagem: Antonio Cruz/ Agência Brasil

No fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro questionou se o Congresso queria deixá-lo como a rainha da Inglaterra ao criticar projeto que trata das agências reguladoras. Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, reforçou a postura de dar ao Congresso uma função relevante nas pautas de interesse nacional, mas sem suprimir o papel do presidente da República e suas prerrogativas.

Tentando olhar a questão de outro ângulo, o episódio parece mais um capítulo na construção da nova relação entre o Executivo e o Legislativo, inaugurada com a eleição de Bolsonaro, que encerrou com o que se conheceu como presidencialismo de coalizão, que no fim se mostrou mesmo um presidencialismo de cooptação via compra de apoio indireto e direto com cargos e dinheiro de empresas públicas e privadas.

Assistimos a diversos capítulos com tentativas de aproximação e troca de caneladas entre o Executivo e o Legislativo e agora parece que começa a ficar mais claro que não veremos a consolidação de uma base parlamentar a apoiar “cegamente” as determinações do Executivo.

O que se tem, por ora, é uma leve percepção de que o Congresso e suas lideranças e maiorias parecem tomar alguma consciência de sua importância como Instituição, propondo e tocando pautas que vão um pouco além de garantir votos para a próxima eleição.

A lógica da política é o poder e tudo se move em torno disso, mas parece que Maia e seu entorno entenderam que para manter a perspectiva de poder terão de fazer algum diálogo com os eleitores, que em sua maioria seguem decepcionados ou enraivecidos com os políticos que eles mesmos elegeram. Parece existir uma reaproximação da política com a população depois do total divórcio dos últimos anos.

Quando os presidentes da Câmara e Senado dizem que vão tocar a reforma da Previdência, apesar do Executivo, e que vão blindar a reforma da “usina de crises” que é o Palácio do Planalto, Maia e Alcolumbre parecem demostrar um pouco dessa maturidade institucional. Apesar de as críticas serem de que querem tirar “Poder” do presidente.

Leia Também

O processo é longo e estamos apenas no início, mas esse esboço que parece tomar forma aponta para algo essencial se quisermos uma nação mais próspera e justa.

Um Congresso ciente da necessidade de reformas que reduzam o tamanho do Estado e fortaleçam as demais Instituições da República é um avanço desejável.

Precisamos de Instituições fortes e não de homens ou mulheres fortes à direita ou à esquerda dizendo o que é melhor para você ou para mim.

A rainha da Inglaterra é um bom símbolo da importância histórica de ter Instituições fortes, que contenham o ímpeto absolutista que habita palácios e outras sedes de governo contaminando seus ocupantes.

O veto

A percepção persiste, mesmo com Bolsonaro anunciando o veto de um dos dispositivos da lei das agências. Ele já tinha demonstrado pouco entendimento do projeto (ou foi induzido a isso pelo seu entorno) quando achou que as indicações seriam feitas por políticos para políticos.

O desenho desejado pelo presidente é o exato oposto do recomendado. Ao avocar para si a responsabilidade exclusiva para indicações, Bolsonaro perpetua o modelo adotado pelos governos petistas na gestão das agências e criticado por ele mesmo.

Podemos fazer uma ginástica retórica como o assessor do presidente Filipe Martins fez nas redes. Mas o fato é que quão mais impessoais sejam os processos de escolha para essas agências que fazem a interface entre o interesse público difuso, a lógica do mercado de maximizar lucros e a lógica da política do poder, melhor para a população.

 

Na comunidade internacional há um interessante debate sobre até que ponto o governo e a política devem se afastar desse poder burocrático e não eleito, os “unelect powers”.

Mas aqui no Brasil, mal começamos a aperfeiçoar as regras de indicação para essas agências, que englobam não só as reguladoras de serviços como telecom e saúde, mas também o Banco Central (BC) e até mesmo o Supremo Tribunal Federal (STF) e seu papel de “guardião” da Constituição. Instituições e não pessoas ou governos são o que importam.

Para o leitor que quiser se aprofundar no tema, recomendo a leitura do livro “Unelected Power - The Quest for Legitimacy in Central Banking and the Regulatory State”, de Paul Tucker, que foi do Banco da Inglaterra e faz uma ampla discussão buscando mostrar que é possível encontrar um bom termo entre uma tecnocracia independente sem tirar a legitimidade democrática do voto.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell

4 de abril de 2025 - 8:16

Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem

DE OLHO NAS URNAS

Eleições 2026: Lula tem empate técnico com Bolsonaro e vence todos os demais no 2º turno, segundo pesquisa Genial/Quaest

3 de abril de 2025 - 12:02

Ainda segundo a pesquisa, 62% dos brasileiros acham que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria se candidatar à reeleição em 2026

DIA 73

A resposta de Lula às tarifas de Trump: Brasil pode pegar pesado e recorrer à OMC

2 de abril de 2025 - 20:54

O governo brasileiro estuda todas as opções para se defender das medidas do governo norte-americano e, embora prefira o diálogo, não descarta acionar os EUA na Organização Mundial do Comércio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa

2 de abril de 2025 - 8:13

Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA

DIA 72

Brasil não aguarda tarifas de Trump de braços cruzados: o último passo do Congresso antes do Dia da Libertação dos EUA

1 de abril de 2025 - 19:32

Enquanto o Ibovespa andou com as próprias pernas, o Congresso preparava um projeto de lei para se defender de tarifas recíprocas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo

27 de março de 2025 - 8:20

Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC

ENQUANTO ISSO NA SALA DE JUSTIÇA

STF torna Bolsonaro réu por tentativa de golpe; o que acontece agora

26 de março de 2025 - 14:10

Além de Bolsonaro, a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réus sete aliados do ex-presidente

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom

25 de março de 2025 - 8:13

Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros

COISAS BOAS E COISAS NOVAS

LCI, LCA, FIIs e incentivados continuam isentos; já dividendos, nem tanto. O que muda na tributação de investimentos com a reforma do IR

20 de março de 2025 - 17:15

Todos os rendimentos entram no cálculo para enquadrar o “super-rico”, mas títulos isentos saem da base de cobrança, enquanto dividendos ficam

LEÃO MUDOU A DIETA

Quem banca a isenção de imposto de renda até R$ 5 mil? Veja as mudanças propostas para quem ganha mais de R$ 50 mil (e que têm dividendos na mira)

20 de março de 2025 - 7:05

O cálculo da renda a ser considerada para cobrança do imposto deixou de fora os investimentos isentos, mas criou uma nova regra para os dividendos pagos por empresas. Entenda

O QUE SABEMOS ATÉ AGORA

Isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil: o que muda para cada faixa de renda se proposta de Lula for aprovada

18 de março de 2025 - 18:43

Além da isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, governo prevê redução de imposto para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil; já quem ganha acima de R$ 50 mil deve pagar mais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços

17 de março de 2025 - 7:59

Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China

ATO ESVAZIADO

Na presença de Tarcísio, Bolsonaro defende anistia e volta a questionar resultado das eleições e a atacar STF

16 de março de 2025 - 14:22

Bolsonaro diz que, “mesmo preso ou morto”, continuará sendo “um problema” para o Supremo Tribunal Federal (STF)

MENSAGEM DA DISCÓRDIA

Comissão confirma votação do Orçamento na próxima semana depois de suposto adiamento; entenda o que causou a confusão

15 de março de 2025 - 16:01

Congresso vem sendo criticado pela demora na votação; normalmente, o orçamento de um ano é votado até dezembro do ano anterior

BOMBOU NO SD

Mudança no imposto sobre herança, a derrocada da Petrobras (PETR4) e a Receita Federal de olho em você — confira o que foi notícia na semana do Carnaval

9 de março de 2025 - 10:43

Ainda que os brasileiros estivessem curtindo o feriado nos blocos ou nos desfiles das escolas de samba, muita notícia importante esteve entre as mais lidas do Seu Dinheiro

REFORMA TRIBUTÁRIA

As principais mudanças no ITCMD que podem deixar o imposto sobre heranças e doações mais caro a partir de 2026

5 de março de 2025 - 6:20

Segundo projeto de lei que regulamenta a reforma tributária será apreciado pelo Senado neste ano e versa, entre outros assuntos, sobre mudanças no ITCMD que podem pesar no bolso do contribuinte

TOUROS E URSOS #213

Popularidade de Lula em baixa e bolsa em alta: as eleições de 2026 já estão fazendo preço no mercado ou é apenas ruído?

26 de fevereiro de 2025 - 15:33

No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, o professor da FGV, Pierre Oberson, fala sobre o que os investidores podem esperar do xadrez eleitoral dos próximos dois anos

COM A PALAVRA, O MINISTRO

Haddad vê mercado muito mais tenso — “não só no Brasil” — e fala em “obsessão de Lula” por equilíbrio fiscal

25 de fevereiro de 2025 - 12:52

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, debateu os impactos do contexto internacional no Brasil e a economia nacional durante evento do BTG Pactual nesta manhã (25)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De onde não se espera nada: Ibovespa repercute balanços e entrevista de Haddad depois de surpresa com a Vale

21 de fevereiro de 2025 - 8:03

Agenda vazia de indicadores obriga investidores a concentrarem foco em balanços e comentários do ministro da Fazenda

APOSENTADOS NO MUNDO

Nova reforma da previdência? Aposentadoria pública brasileira é uma das menos sustentáveis do mundo; veja ranking dos melhores sistemas

21 de fevereiro de 2025 - 7:03

Apesar da necessidade de mais reformas, Previdência Social do Brasil tem a maior taxa de benefícios do mundo e alta cobertura da população, mostra levantamento da seguradora Allianz

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar