Postos ‘bandeira branca’ ganham força e geração de caixa de gigantes de distribuição decepcionam no 2º tri
No centro do problema, as gigantes do setor BR Distribuidora, Raízen Combustíveis e Ipiranga apontaram um vilão em comum: a crise econômica
As principais distribuidoras de combustíveis do Brasil andaram de lado no segundo trimestre e decepcionaram analistas. No centro do problema, as gigantes do setor BR Distribuidora, Raízen Combustíveis e Ipiranga (do Grupo Ultrapar) apontaram um vilão em comum: a crise econômica.
Ancoradas por causa do crescimento do consumo das famílias que nunca chega, estes grandes players começaram a navegar em um mercado com cada vez mais concorrência, sobretudo com os postos bandeira branca, maior rival do segmento.
Juntas, as três principais empresas do setor apresentaram um Ebitda médio no segundo trimestre deste ano de R$ 517,6 milhões, queda de 23% na comparação com os R$ 671 milhões em igual período do ano passado. O valor está ajustado pelas perdas de estoques das distribuidoras após o corte no diesel adotado pelo então presidente Michel Temer para conter a greve dos caminhoneiros, em maio. A canetada fez desaparecer dos balanços das empresas R$ 563 milhões.
Já o volume vendido ficou praticamente estável, mesmo com a comparação ruim, com alta de 0,89%, para 7,4 milhões de metros cúbicos.
De forma geral, os executivos têm lutado para encontrar uma solução para estancar a perda de market share sem comprometer suas margens. No trimestre, entretanto, ou as empresas perderam participação, ou perderam margem - ou perderam os dois.
Ao apresentar os resultados da BR Distribuidora no início deste mês, o diretor Executivo Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, André Corrêa Natal, afirmou que a margem Ebitda apresentada no segundo trimestre, de R$ 54/m3 contra R$ 86/m3 entre janeiro e março, não seria uma boa referência para o negócio. "É importante se olhar janelas mais longas pois se reduz efeitos adversos", justificou, as ser confrontado por analistas em teleconferência.
Leia Também
Lutando para ganhar mercado, entre março e maio a BR forçou uma redução de preços. De agora em diante, entretanto, a estratégia foi revista. "Não queremos efeito sanfona nos preços dos combustíveis, que não gera resultado no longo prazo", disse o presidente da empresa, Rafael Grisolia, na ocasião.
Segundo especialistas, outro fator que tem corroído as margens das distribuidoras são os preços menos remuneradores hoje do etanol, segmento em que estes players lucram menos do que a gasolina e o diesel. As empresas alegam forte sonegação no etanol e temem que o cenário piore diante da liberação da venda direta aos postos.
O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Ultrapar, André Pires, destacou que os postos bandeira branca ainda têm se mostrado uma pulga atrás da orelha das gigantes da distribuição no Brasil, como a Ipiranga.
"O bandeira branca continua a mostrar resiliência no mercado e isso por muitas razões. A principal é a fraqueza da economia. A questão dos preços menores continua vantajosa em algumas regiões", disse, durante conferência.
O analista da XP Investimentos, Gabriel Francisco, apontou que a concorrência com os postos bandeira branca tem deixado as distribuidoras em uma situação complexa.
"No momento que renda é o principal fator para tomada de decisão, ganha aquele que tiver melhor posicionado nesse aspecto. Esse setor ele não tem tantos ganhos de escala, que poderia favorecer as grandes empresas", explicou.
Francisco disse que antes, quando a importação não era viável, os postos bandeira branca eram inexpressivos. O cenário mudou. Em janeiro de 2011, a BR Distribuidora, maior do País, tinha cerca de 40% de participação no mercado interno de óleo diesel, contra 21% das empresas de bandeira branca, de acordo com estatísticas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Plural, que representa as grandes distribuidoras.
Em maio deste ano, a fatia da BR já tinha caído para cerca de 30% ante 28,8% dos concorrentes não embandeirados. No ciclo otto, a variação é ainda maior, com BR indo de 27% para 21%, e a bandeira branca avançando de 35,6%, para 41%.
A concorrência, de fato, foi o calcanhar de Aquiles da Ipiranga. Mesmo com a greve em maio de 2018, o volume de vendas do braço de distribuição de combustíveis do Grupo Ultrapar no segundo trimestre deste ano fechou em 5,61 milhões de metros cúbicos, queda de 4% no ano.
O maior recuo no período em volume foi o diesel, 9% menor, para 2,787 milhões de m3. O responsável pelos menores volumes no diesel, segundo o diretor André Pires, foi o segmento de B2B.
O executivo afirmou que a empresa preferiu ficar de fora de alguns negócios ao ver que eles estavam sendo feitos em margens que eles não estavam dispostos a fazer.
No cenário, a Raízen Combustíveis, joint venture entre a Cosan e a Shell, é a que tem conseguido melhores resultados. Em balanço, a Cosan, apontou que seu negócio de combustíveis tem apresentado vendas acima da indústria, "reflexo principalmente da estratégia de expansão da rede de postos revendedores, bem como da base de clientes".
Em volume, as vendas cresceram 8% no segundo trimestre deste ano na comparação anual. A própria empresa, entretanto, destaca que a base de comparação é baixa.
"O consumo segue impactado pelos níveis ainda muito altos de desemprego no País e pela desaceleração das projeções de crescimento do PIB", afirmou a Cosan, em relatório de resultados.
Apesar da dificuldade das empresas, a comercialização de combustíveis não tem recuado no País e comprova que, enquanto alguns sofrem, outros crescem. Dados da ANP mostram que as vendas pelas distribuidoras subiram neste ano a um ritmo médio mensal de 3,5%.
Cosan (CSAN3) aprova aumento de capital e lança oferta de R$ 10 bilhões em ações para entrada de BTG e Perfin
BTG, Perfin e a holding da família Ometto são os investidores-âncora, e já garantiram a compra do lote inicial em acordo de investimentos
Copasa (CSMG3) mais perto da privatização: PEC que dispensa referendo popular é aprovada em 1º turno por deputados mineiros
Se aprovada também em segundo turno, medida dará sinal verde para desestatização da companhia de saneamento do estado de Minas Gerais
Mais um adeus à B3: companhia com quase 200 anos se despede da bolsa de valores
Com 187 anos de história, a tradicional Wilson Sons encerra seu ciclo na bolsa após a MSC adquirir o controle total da companhia em leilão que movimentou R$ 2,4 bilhões
Dois dias depois do ChatGPT Atlas, Microsoft relança navegador de IA quase idêntico ao da OpenAI
Microsoft enfrenta a OpenAI em uma disputa direta pelo navegador do futuro com o novo Edge equipado com o Copilot de inteligência artificial
Direcional (DIRR3) já subiu 99% no ano, pode avançar mais e ainda deve pagar dividendos bilionários, segundo o Santander
Banco vê forte potencial de valorização no setor de construção civil de baixa renda e elevou preço-alvo dos papéis da companhia para R$ 19
O que diz a carta do príncipe Harry, Wozniak e Hinton contra a superinteligência artificial
Manifesto pressiona big techs como Google, OpenAI e Meta a suspender o desenvolvimento de superinteligência artificial
R$ 9,14 bilhões jogados fora: atualização de Counter Strike 2 derruba mercado bilionário de skins
Atualização do Counter-Strike 2 derruba o valor do mercado de skins emR$ 9,14 bilhões e expõe a dimensão bilionária da economia virtual dos games
Lucro dos bancos pode subir com mudanças na poupança para o financiamento imobiliário — Bradesco (BBDC4) é o mais favorecido, diz BTG
Fatia da poupança que vai para o Banco Central será reduzida e, assim, os bancos privados poderão usar esse dinheiro para empréstimos imobiliários, que são mais rentáveis
Ações da Tesla caem com lucro 37% menor e tarifas de Trump pressionando os resultados
Lucro da empresa de Elon Musk despencou no trimestre comparado ao ano passado, com custos em alta e o fim de subsídios fiscais pesando sobre o desempenho
Parceria do Mercado Livre (MELI) com Casas Bahia (BHIA3) é boa para ambos – mas há um perdedor claro nessa jogada
A parceria combina a força da Casas Bahia em bens duráveis com o amplo alcance do Meli, mas Magalu pode sofrer
Por que os credores da Ambipar (AMBP3) estão ‘revoltados’ com o endereço do pedido de RJ? Veja os novos capítulos da crise
Credores contestam a recuperação judicial da Ambipar (AMBP3), e dizem que a empresa buscou o Rio de Janeiro por ser um foro mais favorável; a disputa ocorre enquanto o controlador ajusta sua participação no capital da companhia
Após reestruturação e tombo na bolsa, Brava (BRAV3) anuncia novo CFO; conheça o executivo
A companhia aprovou Luiz Carvalho como novo diretor financeiro, em meio ao processo de reestruturação que busca simplificar a gestão e fortalecer a governança corporativa
Se não pode contra eles, junte-se: Casas Bahia (BHIA3) anuncia parceria com Mercado Livre (MELI34) para venda de eletrodomésticos
Acordo prevê que Casas Bahia venda eletrodomésticos, eletrônicos e móveis dentro da plataforma do Mercado Livre a partir de novembro; parceria busca ampliar canais de venda e fortalecer operação digital da varejista brasileira
A nova aposta da OpenAI: o projeto secreto da dona do ChatGPT que promete revolucionar Wall Street
A OpenAI está recrutando várias figuras do mercado financeiro para um projeto sigiloso chamado Mercury. Mas o que a startup quer com isso?
CEO do Pão de Açúcar renuncia e CFO assume de forma interina; ação bate máxima, mas perde fôlego e cai
O conselho de administração da varejista escolheu Rafael Russowsky para assumir o cargo junto às funções de diretor financeiro e diretor de Relações com Investidores que já exercia previamente
A briga antiga que fará a CSN (CSNA3) pagar uma multa de R$ 128 milhões aos cofres públicos
A decisão do Cade atende a uma determinação judicial e se refere ao não cumprimento do prazo pela CSN para vender ações da Usiminas, com o valor da multa sendo atualizado pela Selic
Brasil derruba Netflix de novo: ações da gigante do streaming caem quase 10% após balanço. Chegou a hora de vender o papel?
Lucro por ação da companhia ficou 15,9% abaixo do esperado, impactado por encargos fiscais no Brasil; analistas afirmam que, sem esse efeito não recorrente, o resultado teria superado projeções do mercado
O que fez a Apple praticamente desistir de um de seus modelos mais novos do iPhone
Ultrafino, bonito e… mal compreendido: o iPhone Air patina nas vendas enquanto a linha 17 decola
Nem promoção salva: JP Morgan rebaixa Assaí (ASAI3), que cai forte na bolsa
Um dos motivos para o rebaixamento do Assaí está no bolso do consumidor, ou melhor, no carrinho de supermercado
O face lifting da Eletrobras (ELET3): elétrica vai mudar de nome e de ticker depois de passar dos 60
O nome marca a nova fase da companhia, privatizada em 2022 ainda no governo de Jair Bolsonaro; confira quando mudança passar a valer