Equity crowdfunding: a vaquinha que pode ajudar você a encontrar a próxima startup de sucesso
Modalidade de investimento está disponível em sites especializados, que fazem uma curadoria de startups e disponibilizam uma fatia delas para o investidor, que espera surfar numa hiper valorização dessas iniciativas

Na cultuada série cômica "Arrested Development", George Michael (vivido por Michael Cera), diz que criou o "Fakeblock", um software com a nobre função de combater a invasão de privacidade. Aos poucos, o projeto toma fôlego, ganha um imenso escritório, uma dezena de empregados e um investimento de US$ 3 milhões.
Só que não existe software nenhum. Michael inventou que criara uma startup para impressionar sua crush e seu próprio pai. Encurralado entre revelar a mentira e desfazer o desentendimento ou manter a história e prejudicar empregados e investidores, ele escolhe a segunda opção.
Provavelmente qualquer investidor que sonha apostar no próximo unicórnio ficaria decepcionado em descobrir uma história como essa a respeito da empresa na qual é sócio. É um extremo ficcional, mas que ajuda a dimensionar o problema: como encontrar uma startup promissora e investir nela muito antes dela se tornar o próximo iFood ou Uber, sem correr o risco de cair numa roubada?
A resposta pode estar nas plataformas de equity crowdfunding. São empresas que fazem uma curadoria de startups com grande potencial, mas que estão em início de vida. Disponibilizam assim a opção para o investidor aplicar seu dinheiro na empresa e deter uma fatia dela.
Vaquinha
Para os sócios-fundadores de uma empresa disponível numa dessas plataformas, essa é uma oportunidade de captar recursos sem recorrer aos fundos de investimento, empréstimo bancário, ou ter de tirar mais dinheiro do próprio bolso.
Do lado do investidor, é a chance de encontrar uma startup que não seja uma furada. É claro que o fato de a empresa estar em uma plataforma de equity crowdfunding não é garantia de sucesso, pelo contrário.
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Mesmo que o projeto seja promissor, as chances de uma startup vingar no Brasil é baixa. Cerca de 30% das empresas desse porte faliram, num recorte de iniciativas feito por uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. As empresas entrevistadas apontaram como principal motivo para o fechamento a dificuldade de acesso a capital (40%).
Se o risco é grande, o plano deve seguir uma estratégia básica do mundo dos investimentos: diversificação. O norte-americano Brian Begnoche, da EqSeed — uma dessas plataformas de investimento — recomenda que se aposte em um grande número de startups e não destine mais que 10% do seu patrimônio investido nessa modalidade. Vale também verificar o histórico do empreendedor.
A empresa disponibiliza um "aviso de risco" aos investidores para deixar essas informações claras. Entre outras coisas, ela destaca que os investimentos em empresas nascentes são altamente ilíquidos — ou seja a pessoa pode teria dificuldades para vender sua participação na startup investida.
A EqSeed informa que intermediou R$ 18,305 milhões em investimentos, feitos em 24 rodadas. Sua plataforma tem 22 mil usuários — 900 já investiram ao menos em uma rodada de captação para startups.
Vai um gole, aí?
Mas de qual tipo de negócio você pode se tornar sócio ao investir via equity crowdfunding? Eu conversei com Gustavo Barreira, um dos sócios da Leuven, cervejaria fundada em 2010 que hoje conta com 300 parceiros.
Ele disse que o diferencial desse tipo de investimento é o "círculo de relacionamento" criado pela empresa. "Na primeira rodada de investimentos, eram 109 pessoas, que trouxeram outros 180 investidores posteriormente", conta. Cada homem ou mulher aplica, em média, R$ 15 mil na empresa.
A ideia de buscar recursos para a cervejaria surgiu após Barreira e seus colegas sócios perceberem uma limitação na capacidade produtiva e uma dificuldade logística da empresa. Era preciso expandir a startup num prazo curto.
"A gente precisaria de uns oito anos para repagar, se recorrêssemos a um banco", conta o empresário.
Foi então que ele descobriu a Kria, outra plataforma de crowdfunding. "Conseguimos R$ 1,7 milhão em 2017. Foi a captação mais rápida da história, em oito dias", relata. Desde então, a startup faz reuniões trimestrais para apresentar os resultados aos "acionistas". Agora, Barreira quer se unir a outras empresas e criar uma "Ambev das artesanais".
Nas plataformas, você também encontra iniciativas de investimento de impacto, que são negócios que, além do lucro, buscam uma finalidade social.
Parte do negócio
O CEO da Kria, Frederico Rizzo, diz que o investidor de startup quer participar mais do negócio do que aquele que aplica na bolsa.
O empresário conta que quem compra os papéis da startup adquire, na verdade, um título conversível — 100% líquido e negociável. Rizzo diz que o modelo de captar recursos via financiamento coletivo varia entre empresas. "Pode ser em debênture, debentures conversíveis, emissão de ações... Fica a critério da empresa, mas o mais comum é debenture conversível".
E como plataformas como a Kria ganham dinheiro? Com uma taxa sobre o valor captado e pelo valor da assinatura cobrada pelo uso do software para a venda dos papeis da empresa.
Em ascensão
Segundo a CVM, em 2018, o crowdfunding de investimentos permitiu a captação de R$ 46 milhões, numa alta de 451% na comparação com dois anos antes — época em que não havia regulamentação específica para a atividade.
A regra, estabelecida pela instrução 588 em julho de 2017, permite que empresas com receita anual de até R$ 10 milhões realizem ofertas por meio de financiamento coletivo na internet, com dispensa automática de registro de oferta e de emissor.
Desde a regulamentação, o número de investidores na modalidade registrou uma alta de, aproximadamente, 716%: de 1.099 para 8.966. Já o valor médio de captação por oferta passou de R$ 347 para R$ 1 milhão no mesmo intervalo de tempo, ainda segundo a CVM.
Em 2016 eram quatro as plataformas de investimento. No final de 2018, eram 14.
Os dados também revelam que o número médio de investidores por oferta cresceu de 31 (em 2016) para 195 (em 2018). O valor da aplicação média por investidor também é bastante alta: estava em R$ 7,5 mil em três anos atrás. No final do ano passado era R$ 5,1 mil. Esses dados são os mais recentes disponíveis.
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